Direto de Basília-DF.
O orgasmo da Imprensa mundial é dar notícias ruins e apostar em dramas!
A imprensa é ávida por notícias ruins e/ou dramáticas!
O jornalista e escritor Gilbson Alencar, em seu livro, “Voos 1907 e 3054 — a construção dos discursos pós-desastres aéreos da GOL e da TAM”, ao analisar o papel da imprensa, cita escritores como Amaral e Pena, para concluir que “Na rotina produtiva diária das redações de todo o mundo, há um excesso de fatos, que chegam ao conhecimento dos jornalistas. Mas, apenas uma pequena parte deles é publicada ou veiculada.”
Gilbson diz, também, que há um embate, uma luta entre “os critérios objetivos para definição do que pode ser notícia e o fato de os profissionais do jornalismo se valerem de uma cultura própria para decidir o que é ou não é notícia”.
O autor citado comenta que “Wolf chama de noticiabilidade, a capacidade que os fatos têm de virar notícia”, e que essas categorias são denominadas “VALORES-NOTÍCIA”.
Qual o valor que um fato tem para ser notícia? Em que categoria deve se encaixar, para que mereça ser divulgado por empresa de TV, emissora de Rádio, web jornal, etc.?
Das cinco categorias mencionados pelo citado autor, eis duas que desejo destacar:
1 — categorias substantivas: o jornalista verifica as pessoas envolvidas nos fatos. Escândalos com celebridades, políticos, religiosos, por exemplo, rendem excelentes matérias! Qualquer fato ruim na vida de pessoas físicas, ou jurídicas, são consideradas excelentes matérias, porque garantem drama;
2 — categorias relativas ao produto(produto aqui é a notícia a ser veiculada): AÇÃO DRAMÁTICA, é excelente porque prende os leitores e vende anúncios nos veículos de imprensa (site, jornal, TV, rádio, etc.).
Observe que o fim dos veículos de comunicação é a venda de publicidade! Inicia-se com a ideia de noticiar, entreter o público, etc., mas, sem anunciantes dificilmente se sustenta.
A notícia é um meio pelo qual o veículo de comunicação pretende atrair o leitor e, quanto mais dramática for, mais leitores, e, quanto mais leitores, mais os anunciantes se interessam por comprar espaços para propaganda. Esse ciclo se torna a “alma do negócio”, no qual a correição e a ética às vezes é sacrificada, no altar da ganância e da defesa ideológica de partidos de esquerda, de direita ou de centro.
Então, o que ocorre se empresa de TV, jornal, rádio, web jornal, site, etc., perde seu principal ou principais anunciantes? Fará tudo para tê-lo de volta!
Problema sério ocorre quando o caso vira rixa política. Neste caso se torna necessário que empresas e o governo vigente esteja do mesmo. Quando isto não ocorre, a tendência é a guerra ideológica e o sofrimento do povo, com a desinformação que tais interesses promovem.
Possível deduzir que uma das subcategorias de noticialibilidade que a imprensa “adora” é o drama, em razão do impacto na população.
Há algum tempo conversava com um amigo e jornalista, e reclamava com a quantidade de erros jurídicos que cometem, ao noticiar fatos criminosos. Por exemplo, sempre se referem a “dar queixa” em delegacia, ao invés de “registrar boletim de ocorrência, como prevê o direito processual penal.
Citei outros erros, e o colega de pronto disse que o didatismo não é papel do jornalismo. “Se ficar falando ou escrevendo as coisas certinhas, o povo não entende”.
Em seguida me peguei pensando que talvez o povo não entenda porque insistem em escrever e falar errado! Isto parece desprezo com a capacidade do povo.
Continua…
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