Direto do Rio de Janeiro-RJ.
O Poder como objeto de curiosidade e cobiça
Todo centro de Poder tende, após mapeado, a tornar-se objeto de curiosidade e em seguida, objeto de cobiça. As universidades não fogem a esta descrição.
Voltando um pouco no tempo, para melhor entender o que desejo explicar, lembre-se que o alimento é um centro de poder e por isto o homem desde seus primeiros passos na Terra caçou e pescou.
Também um abrigo é um centro de poder, razão porque as cavernas foram tão importantes na antiguidade e porque o Estado teve de assumir que moradia é um direito social.
E o conhecimento, o que dizer da energia ou do Poder que congrega? As universidades já nasceram como um “feixe” ou um centro de Poder, porque nelas estava enfeixado conhecimento de mestres formando mestres e de alunos curiosos que desejavam ser mestres ou adquirir conhecimento para assumir uma profissão civil, que, por sua vez, servia para preencher espaços de poder nas novas e vigorosas cidades que a burguesia urbana construía para o mal e para o bem de todos nós.
As universidades, também, projetadas para serem uma espécie de universitas ou uma cidade universal, ou uma universalidade de pessoas com conhecimento transformador da realidade desde seu nascedouro causou medo em quem possuía o domínio, ou seja, a Igreja e o Estado.
Veja bem que não estou a referir-me à maioria das universidades modernas que não causam medo a ninguém. Nelas há “mestres” que não são mestres e há alunos preguiçosos, relaxados, usuários e traficantes de drogas e apologetas da profundidade da superficialidade. Uma congregação de tolos assim atua como força centrífuga, ou seja, ela afasta de seu núcleo o desejo real de conhecer.
As cidades antigas eram pequenas fortalezas cercadas de muros nas quais viviam os mais ricos. As universidades com seus terrenos grandes chamados de campi ou campus (termo latino que significa planície, ou seja, o terreno que comporta toda a infraestrutura de uma universidade, como prédios e residências).
Nessa linha de raciocínio uma universidade é, em certo sentido, uma pequena cidade com um grande diferencial. Nela o fim específico é ensinar e aprender a transformar a realidade, à partir do domínio do conhecimento e, neste aspecto, uma universidade pode vir a ser um centro de poder extremamente cobiçado.
Foi neste contexto de curiosidade e cobiça que as primeiras guerras pelo controles das universidades surgiram e, a primeira e mais influente no Medievo era a universidade de Paris.
Continua…