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O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA. EPISÓDIO DE HOJE: O surgimento das Universidades e sua influência no processo educativo (Parte 9)

Direto do Rio de Janeiro-RJ.

 

O Poder como objeto de curiosidade e cobiça

Todo centro de Poder tende, após mapeado, a tornar-se objeto de curiosidade e em seguida, objeto de cobiça. As universidades não fogem a esta descrição.

Voltando um pouco no tempo, para melhor entender o que desejo explicar, lembre-se que o alimento é um centro de poder e por isto o homem desde seus primeiros passos na Terra caçou e pescou.

Também um abrigo é um centro de poder, razão porque as cavernas foram tão importantes na antiguidade e porque o Estado teve de assumir que moradia é um direito social.

E o conhecimento, o que dizer da energia ou do Poder que congrega? As universidades já nasceram como um “feixe” ou um centro de Poder, porque nelas estava enfeixado conhecimento de mestres formando mestres e de alunos curiosos que desejavam ser mestres ou adquirir conhecimento para assumir uma profissão civil, que, por sua vez, servia para preencher espaços de poder nas novas e vigorosas cidades que a burguesia urbana construía para o mal e para o bem de todos nós.

As universidades, também, projetadas para serem uma espécie de universitas ou uma cidade universal, ou uma universalidade de pessoas com conhecimento transformador da realidade desde seu nascedouro causou medo em quem possuía o domínio, ou seja, a Igreja e o Estado.

Veja bem que não estou a referir-me à maioria das universidades modernas que não causam medo a ninguém. Nelas há “mestres” que não são mestres e há alunos preguiçosos, relaxados, usuários e traficantes de drogas e apologetas da profundidade da superficialidade. Uma congregação de tolos assim atua como força centrífuga, ou seja, ela afasta de seu núcleo o desejo real de conhecer.

As cidades antigas eram pequenas fortalezas cercadas de muros nas quais viviam os mais ricos. As universidades com seus terrenos grandes chamados de campi ou campus (termo latino que significa planície, ou seja, o terreno que comporta toda a infraestrutura de uma universidade, como prédios e residências).

Nessa linha de raciocínio uma universidade é, em certo sentido, uma pequena cidade com um grande diferencial. Nela o fim específico é ensinar e aprender a transformar a realidade, à partir do domínio do conhecimento e, neste aspecto, uma universidade pode vir a ser um centro de poder extremamente cobiçado.

Foi neste contexto de curiosidade e cobiça que as primeiras guerras pelo controles das universidades surgiram e, a primeira e mais influente no Medievo era a universidade de Paris.

Continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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