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O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA. EPISÓDIO DE HOJE: O surgimento das Universidades e sua influência no processo educativo (Parte 11)

Direto do Rio de Janeiro-RJ.

A batalha entre a faculdade de Teologia e a Faculdade de Artes, dentro da Universidade de Paris

Compreensível que a faculdade de Teologia defendesse a ortodoxia ou seja, um seguir rigoroso da religião, como também compreensível que a faculdade de Artes defendesse a filosofia natural e racional aristotélica. Mas, ao final quem decide tudo é que dita os rumos que devem ser seguidos e, neste aspecto, o clero não perdia a batalha.

Por essas e outras razões a faculdade de Artes resolveu partir para protestos abertos e para a resistência. Quando a perseguição se intensificou e o Bispo de Paris proibiu, em 1210, a leitura dos escritos sobre filosofia  racional e natural de Aristóteles, muitos mestres e alunos saíram de Paris e foram seguir estes estudos em outros paises.

Já nesse período duas ordens mendicantes (aquelas formadas por frades e freiras que viviam em extrema pobreza) ingressam na Universidade de Paris e demonstram interesse pelo processo educativo e do ensino.

Os franciscanos tinham como regra de vida o aprimoramento espiritual e nada além disto. Por pensar que os frades (freiras não, porque o pensamento era machista) deveriam buscar aprimoramento intelectual, houve um “racha” entre os franciscanos, surgindo os “conventuais” como oposição aos fundamentalistas, também chamados espirituais.

O conventual ou secular de maior impacto foi o frade João de Fidanza (viveu entre 1221-1274), conhecido como “Boaventura” que, juntamente com o frade Rogério Bacon (viveu entre 1213-1294) resolveu apoiar a integração cultural do clero com as Artes Liberais, defendendo a ideia que o conhecimento é útil à vida espiritual elevada.

Mas, foram os dominicanos que deram a grande e mais decisiva contribuição para o progresso da ciência e, mesmo sem saber, lançaram a semente que germinaria futuramente em renascença, iluminismo, Revolução Industrial de 1760, Revolução Americana de 1776, Revolução Francesa de 1789 e á Revolução Tecnológica que inicia na primeira metade do século passado e se estende à Internet de nossos dias.

Os dominicanos abriram as portas de uma nova compreensão de mundo à partir do momento em que Thomás de Aquino principia a defender o racionalismo e naturalismo aristotélico como o fundamento sobre o qual um novo processo educativo e de ensino deveria ser erguido. Não significa que quisessem negar a Teologia. Nada disto! Os racionalistas aristotélicos sempre seguiram a linha filosófica e Tales de Mileto que apregoava existir diferentes leis à governar o universo. O que jamais admitiram foi a negação do valor da ciência e da autodeterminação humana.

Quando Santo Tomás de Aquino assume uma cadeira, uma cátedra na Universidade de Paris em 1217, uma nova revolução racional também estava se iniciando. Nem mesmo Aquino sabia que sua influência seria tamanha, ao “libertar Aristóteles” das algemas dos dogmas.

Continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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