Espetáculo “O Estopim Dourado” estreia com apresentações gratuitas no Teatro Hermilo Borba Filho

Espetáculo “O Estopim Dourado” estreia com apresentações gratuitas no Teatro Hermilo Borba Filho

Três atrizes em cena provocam questões sociais e subjetivas que envolvem o universo feminino e a relação com a terra

O palco do Teatro Hermilo Borba Filho recebe a estreia do espetáculo “O Estopim Dourado”, encenado pelas atrizes pernambucanas Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo, nos próximos dias 9, 10, 11 e 12 de maio, às 20h na quinta e sexta-feira, e às 19h no sábado e domingo. A entrada é gratuita e livre para o público a partir de 12 anos. A obra teatral é resultado do projeto “Terra Corpo Feminino”, que é vencedor do Edital Prêmio de Pesquisa “O Aprendiz em Cena/2023”.

A partir de uma visão crítica e feminina sobre o texto “João Sem Terra” de Hermilo Borba Filho, fundamentada no estudo dos Cadernos SELVAGEM de Sandra Benites (Guarani Nhandeva) sobre o conceito de Corpo-território, o espetáculo faz uma releitura de um texto escrito por um homem sobre um outro homem e suas terras, a partir do ponto de vista de três mulheres. “O Estopim Dourado” traz ao palco as vivências femininas, embasados nos textos de uma mulher indígena e em relação com seres em cena, que contam as histórias desses corpos com a terra. O espetáculo coloca em diálogo diversos estilos teatrais, relacionando o uso de máscaras, mamulengo, corporeidades e música ao vivo.

O texto “João Sem Terra” é ambientado em um espaço rural, revelando conflitos familiares, trazendo à tona temas como o uso da terra, preservação ambiental, valorização da natureza, industrialização, assédio, entre outros. Nesse contexto, Hermilo traz o personagem de João, que deixa explícito, em diversos momentos, o valor que ele dá a seu pedaço de terra, impedindo que ela seja mexida, cultivada, cavada, etc., preocupando-se com as dores que ela sentiria. Por outro lado, o texto também deixa nítido que toda esta preocupação e cuidado não é destinado às mulheres que permeiam sua vida. É perceptível no texto a objetificação da mulher, sendo esta igualada à terra, mas enquanto posse. Assim, a pesquisa Terra Corpo Feminino, que culminou no espetáculo “O Estopim Dourado”, propõe um contraponto sobre a perspectiva do personagem João acerca das mulheres e da terra.

“A nossa pesquisa para construção do espetáculo traz o conceito de ‘corpo-território’, base da cultura indígena Guarani, onde o corpo da mulher é compreendido como parte do corpo da terra, a fim de ressignificar as relações que se estabelecem tanto com a terra, quanto com as mulheres. A partir dos ensinamentos de Sandra Benites (Guarani Nhandewa), e a narrativa indígena sobre Nhandesy, figura feminina associada à própria terra, é possível trazer para cena um outro entendimento sobre como as mulheres e a terra podem ser vistas. Tendo em vista que Hermilo Borba Filho foi um dramaturgo e diretor que realizou um importante trabalho de inserção e valorização do mamulengo em suas iniciativas teatrais, nós exploramos também em cena a linguagem do mamulengo, realizando uma interlocução entre bonecos e atrizes”, detalham Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo.

Sinopse “O Estopim Dourado” – Um acontecimento levanta questionamentos e críticas entre as mulheres de uma região que conviviam com um homem apegado à sua terra intocada, mas que mantinha uma conduta questionável com as mulheres de seu convívio. Três atrizes em cena conectam territórios individuais ao inconsciente coletivo de mulheres, provocando questões sociais e subjetivas que envolvem o universo feminino. Tomadas pela fonte profunda da terra, responsável pelos seus ciclos de expansão e reinvenção, o trabalho explora as possibilidades de suas naturezas mais verdadeiras, audazes e sábias, que se sobressaem a céu aberto, para além da soberania masculina.

SERVIÇO

Local: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, 142)

Dias: 9, 10, 11 e 12 de maio de 2024

Hora: 20h (quinta e sexta-feira) 19h (sábado e domingo)

Entrada gratuita

12 anos

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: baseada no texto João Sem Terra de Hermilo Borba Filho e nos Cadernos Selvagem sobre Corpo-território de Sandra Benites

Direção, pesquisa, encenação e concepção: Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo.

Elenco: Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes, Taína Veríssimo, Maria Oliveira e Lucas Oliveira

Direção de cena e preparação corporal: Lau Veríssimo

Confecção de bonecos: Maria Oliveira

Figurino: Gabi Holanda

Costureira: Sarah Paixão

Trilha sonora ao vivo: Lucas Oliveira (violão) e Maria Oliveira (voz)

Iluminação: Felipe Braccialli

Fotografia: Débora Oliveira

Videomaker: Zé Diniz

Design gráfico: Nuvon Design

Assessoria de comunicação: Alcateia Comunicação e Cultura (Dea Almeida)

Bilheteria: Nattacha Valença

Produção Geral: Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo.

MINIBIO DAS ATRIZES:

Anny Rafaella Ferli – É atriz e Palhaça (Mariolla). Graduada em Licenciatura em Artes Cênicas pela (UFPE) e pós-graduada em Gestão e produção cultural. Desenvolve trabalhos como Atriz, palhaça, mamulengueira, professora de Escola Pública, arte educadora e produtora cultural independente pela Ferli Produções. É pesquisadora em palhaçaria, arte para a infância, arte e feminismo. Desenvolve a “Vivência em Palhaçaria- Experimentando o Movimento Sagrado com as Mulheres”, desde 2019, com encontros online e presencial, potencializando a alegria e a arte como caminhos de cura coletiva e autoconhecimento.

Gardênia Fontes – É arteterapeuta e pesquisadora da linguagem teatral como ferramenta para o cuidado em saúde mental. Hoje atua profissionalmente costurando seu trabalho entre arte, saúde e educação. Hoje é graduanda do curso de Licenciatura em Teatro pela UFPE e participante do grupo de extensão “Jogo a Jogo, a alegria como caminho para o teatro”, este último sendo aplicado em escolas e eventos grupais. Há 5 anos desenvolve um trabalho arteterapêutico junto a adolescentes em ambientes escolares como também em organizações não governamentais e espaços de cuidado de saúde.

Taína Veríssimo – É integrante do Grupo Totem desde 2004, desenvolvendo coletivamente uma linguagem cênica que parte da performance e da ritualidade, e onde atua como atriz-performer, produtora e arte-educadora, ministrando, junto aos integrantes do grupo a Oficina Corpo Ritual; é também pesquisadora do Acervo RecorDança desde 2010, abarcando a salvaguarda, difusão e produção de conhecimento sobre as danças pernambucanas, já tendo assumido também outras funções, como curadora, mediadora cultural, coordenadora de educativo, autora e produtora. Investiga, através do corpo, o diálogo entre arte, cura e espiritualidade nas artes cênicas e no audiovisual. É Pós-graduanda em Dança Educacional – CENSUPEG, formanda em Instrutora de Yoga – ANYI, Licenciada em Educação Artística/Artes Cênicas – UFPE.

Crédito das fotos em anexo: Débora Oliveira.
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Jadson d'Pádua

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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