#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

EPISÓDIO 7 – Humanos, autômatos e robôs

Direto de Brasília,DF

 

 TI, A DEVORADORA DE PROFISSÕES

 

 No artigo passado traçamos o quadro evolutivo que progride desde a Inteligência Manual aos nossos dias. Vivemos atualmente a fase da Inteligência Artificial, conhecida como “AI”, ou, a era dos robôs.

Uma das questões mais intrigantes neste caminho evolutivo é  a que se relaciona com a criação dos seres humanos. Quem nos criou e de onde realmente vimos?

O politeísmo, ou seja a crença em muitos deuses sempre foi prevalente no planeta Terra, até a chegada das religiões monoteístas (judaísmo, zoroastrismo e islamismo, já que o cristianismo tem seu credo baseado em uma trindade). Os politeísmos mais romanceados da História são o egípcio, o grego e o indiano.

 Você já ouviu falar de antropomorfismo? Saiba que “Antropomorfismo é o costume de se atribuir características humanas ou que se presumem humanas, a animais, objetos inanimados, fenômenos da natureza, estados materiais, objetos ou conceitos abstratos, como organizações, governos, espíritos ou divindades.

O termo é uma combinação de duas palavras, “antropos” (homem) e “morfé” (forma) e acredita-se que tenha sido originalmente cunhado pelo filósofo grego Xenófanes”. ( https://www.infoescola.com/mitologia/antropomorfismo/)

Paralelo ao fato de humanos atribuírem características suas a animais e coisas, promovendo a humanização destas, há também um movimento contrário que promove a coisificação do humano como aconteceu no Holocausto, quando os nazistas sob comando de Hitler exterminaram com extrema crueldade a mais de 6 milhões de pessoas, em grande maioria judeus.

Esse movimento que promove a coisificação do humano é chamado de “desumanização” e segue acontecendo paulatinamente na medida em que atribuímos às coisas e animais, características humanas. Hoje, animais são tidos como “filhos” e um dia, em futuro próximo, robôs também serão esposos, esposas, pais, mães, irmãos, talvez até melhores que os que compõem o imaginário idealizado de família.

As religiões politeístas eram em regra antropomórficas porque procuravam retratar os deuses sempre com forma humana, meio de torná-los visíveis e compreensíveis por meio da aparência, virtudes e defeitos humanos.

Egípcios e gregos antigos, mais que  todos os demais povos, se distanciaram da crença tradicional que os deuses deviam ser sempre servidos pelos humanos. Pensavam em duas comunidades que interagiam e se ajudavam.

Foi assim, por exemplo, que o Olimpo se fez morada de 12 deuses, cada um com suas idiossincrasias e comando de alguma área da vida como as artes, o amor, a agricultura, o vinho, as guerras, os mares, etc.

Entre esses deuses está Hefesto,filho de Zeus e Hera, Hefesto é o deus do fogo e dos metais. Foi um grande ferreiro forjador e trabalhava próximo dos vulcões com a ajuda dos gigantes de um olho só, os ciclopes.

Considerado um dos deuses mais feios do Olimpo, Hefesto nasceu com uma deficiência que o deixou manco. Sua mãe ficou com vergonha da criança e o lançou do Monte Olimpo. Já adulto, ele retorna ao local de origem e se vinga de sua mãe. Na mitologia Romana é chamado de Vulcano.”( https://www.infoescola.com/mitologia/antropomorfismo/)

Você já leu algum livro de Homero, o mais famoso poeta épico grego? Como está em domínio público, há cópias gratuitas na Internet. (olha, recomendo você se forçar a ler alguns clássicos, de vez em quando. Vai te ajudar a compreender melhor a vida).

Pois, bem! Homero foi o primeiro escritor a vislumbrar a tecnologia da informação, ao antever máquinas como seres criados pelos humanos para com elas interagir. Homero viveu no fim do século IX a.C., e a ele é atribuída a mais antiga referência aos robôs, como máquinas tecnológicas criadas para servir ao ser humano.

A fábula de Hefesto está contada no Livro XVIII da Ilíada, em que Homero descreve as duas “garotas de ouro” forjadas pelo deus ferreiro, após ser expulso do Monte Olimpo. Hefesto as fez em interação com os humanos,  na intenção de que as duas criadas mecânicas e autômatas de ouro, servissem ao rei. Eis como a lenda está narrada:

“E, com túnica limpa e um grave cetro, Vem coxeando; o rei trôpego esteiam Moças de ouro que às vivas assemelham. Na força e mente e voz, por dom celeste; Ladeiam-no cuidosas.”

 

Hefesto, o deus ferreiro escultor das duas serviçais de ouro.

 

Essa fábula foi citada, inclusive no documentário “Ideias Revolucionárias” do canal televisivo “History Channel (H2)”, como descrevendo a origem dos autômatos, precursores do que hoje chamamos robôs, a tecnologia mais revolucionária já concebida, justamente por conseguir imitar o ser humano.

Note que a profissão de ferreiro artesão foi tão importante na antiguidade, que mereceu uma divindade para representá-la. O ferreiro não só cuidava das ferraduras dos cavalos(animal importantíssimo para o desenvolvimento da humanidade), como cuidava de todas as peças de ferro utilizadas pelo ser humano, tais como escudos, capacetes de guerra, caneleiras para os guerreiros, etc. Faz tempo, que a tecnologia da informação extinguiu essa profissão a digitalizar as fábricas para produção em massa de quaisquer objetos de ligas metálicas e outros, que necessitarmos.

Quanto a Homero e sua Ilíada, quem poderia imaginar que 1000 anos antes de Cristo alguém já estaria fazendo referências ao que pensamos ter existido somente no século XX d.C.?

 

 

Continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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