#ÉFOCOÉNOTICIA DR JUDIVAN VIEIRA

EPISÓDIO 13: CORRUPÇÃO DURANTE A PANDEMIA! VIDAS HUMANAS, O QUE ISTO IMPORTA?

Direto de Brasília-DF

Episódio de hoje: “Homo Sapiens Corruptos”, a subespécie que desgraça a vida no Cosmo

Se você não pode ser ético seja pelo menos alguém que luta com todas as suas forças para controlar a tendência para a corrupção, inclusive a que está nas demais pessoas que te cercam e tentam te influenciar negativamente.

Sociólogos como Hermann Heller (1930) insistem que o olhar humano sobre o mundo sempre se dividiu entre a visão transcendente, ou aquela que se projeta para o metafísico, para além-cosmo, incluindo aí a ideia de Deus, e a visão imanente, que foca no que é material, palpável, tangível.

Essa mesma ideia já era defendida pelo filósofo pré-clássico grego Tales de Mileto, que diante do transcendentalismo religioso anterior e contemporâneo de si, apregoava que nem tudo que acontecia tinha como motor a vontade divina, pois existe também a Lei da Natureza e a Lei Humana.

Fato é que independente de o humano ter visão transcendental ou imanente a corrupção, ou a ação de romper o sistema ético, sempre o seduziu. Anna Maria de Castro e Edmundo Fernandes Dias, no livro “Introdução ao pensamento sociológico” (1976, p.22) afirmam que “Todo sujeito percebe o mundo exterior e as próprias tendências egoístas através das categorias de pensamento herdadas da sociedade em que vive.”

É assim mesmo, basta notar que vivemos em um país em que inúmeros condicionamentos se amalgamam para formar o tal “espírito do brasileiro”. É assim que perpetuamos o tal “jeitinho brasileiro” e cultuamos políticos corruptos, porque para nós vale o ditado do “rouba, mas faz”.

É assim que somos quem somos e seguiremos reproduzindo em nosso útero social, ora o culto à esquerda, ora à direita e a outros espectros políticos que nos apaixonam sem que nossos sentimentos passem pelo filtro da razão. Basta que nos apaixonemos por uma causa qualquer que por mais fútil que seja esquecemos que a paixão cega, emburrece e desvia do melhor caminho.

Contesta-se modernamente o cartesianismo do “penso, logo existo”(René Descartes), dizendo-se que o ser humano não existe por pensar, mas que também existe no sentir. Óbvio que o conjunto de sensações, ou seja, a junção de todos os nossos cinco sentidos nos define como espécie superior, mas parece-me que não entenderam bem o que o cartesianismo pretende expressar, pois, os sentidos são comandados pelo raciocínio crítico e lógico e, louco não tem tais atributos.

Se você retira de um ser a capacidade de pensar o que nele resta é corpo e um existir que não o conecta com nenhum outro ser racional. Logo, esse SER, não existe para a teoria do conhecimento. No mundo habita, come, dejeta, bebe, dejeta, e pode até se reproduzir, mas se é louco, se lhe falta raciocínio é um ausente e inimputável, como sustenta nosso Código Penal.

A corrupção é uma escolha do corruptor ativo e do corruptor passivo, ou seja, daquele que oferece a propina e daquele que a aceita. Para ampliar a compreensão do tema talvez seja melhor dizer que a corrupção é cultural e se decide no foro íntimo de cada um, no exato momento da ação e omissão consciente e livre em que alguém resolve romper um sistema qualquer, cujos alicerces são a justiça, a honestidade, e a ética.

Fernando Henrique Cardoso, o ex-presidente do Brasil, em seu governo, para justificar as muitas acusações, inclusive do Lula, de ter “comprado” o Poder Legislativo para sua reeleição afirmou, certa vez, que existe a ética e “a ética política”. Falácia! Mentira! A ética é a ciência daquilo que é justo, honesto. Ela não se presta ao papel de se rebaixar para a política, a religião, a medicina, o direito ou o que quer que seja. A ética não curva a cabeça para ninguém. Ela é o que é!

A corrupção, a sua vez, é o rompimento da ética em qualquer sistema. Quando um pastor, padre, bispo, monge ou qualquer espécie de sacerdote pega os dinheiros das ofertas, dízimos e doações dá para sua mulher, filhas e sejam lá quem for colocar silicone para ter peitos ou bunda mais lindos ou não, ou para viajar pelo mundo e, em paralelo, os órfãos, viúvas e pobres de sua igreja, paróquia, ou templo passam fome ou noites no escuro porque não têm dinheiro para pagar a conta de luz, é tão corrupto quanto um advogado que recebe o dinheiro de seu cliente na conta bancária e não o repassa com a urgência de quem espera tal providência em agonia.

Quando médicos enganam seus pacientes prometendo resultados desejados e entregam deformações são corruptos, à semelhança dos políticos que prometem diariamente resultados e só se encarregam de colocar o povo um contra o outro, como se fossem galos em uma rinha, e com essa cortina de fumaça escondem as misérias cotidianas que empobrecem ainda mais os pobres e enriquecem ainda mais os ricos.

Toda campanha política no Brasil começa no dia em que o novo presidente assume, seja ele quem for e venha de que espectro político vier. Já estamos vivendo 2022 desde 2019 e o que vejo é nossa economia despencando, nossa cultura escangalhada, nosso sistema de ensino reproduzindo copiadores e plagiadores medíocres; um sistema de saúde que se deteriora a cada nova década, e um país que há 521 anos disfarça a indignidade que serve à mesa de seu povo, ao argumento de que amanhã seremos melhores, já que somos o país do futuro. Uma falácia ou mentira que esconde do povo que o futuro chega a cada segundo. Esse “Homo Sapiens Corruptos” é a subespécie que desgraça a vida no Cosmo.

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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