Diante da situação de pandemia que afeta o planeta, o momento é de ter calma para evitar o pânico generalizado. Comprar alimentos e produtos em grande quantidade pode acabar prejudicando as pessoas que têm mais dificuldades em sair de casa, como os idosos (grupo de risco da Covid-19), pessoas com mobilidade reduzida, grávidas. Portanto, neste momento é necessário que o consumidor compre apenas o que for necessário e a orientação dos órgãos é não estocar.
A reportagem da Folha de Pernambuco fez uma ronda nos principais supermercados da Região Metropolitana e verificou que os consumidores estão indo na contramão das orientações. Nos estabelecimentos, os carrinhos de compras estavam abarrotados com compras em grande quantidade, principalmente com produtos de limpeza. Os corredores mais disputados são os que possuem materiais de limpeza, higiene pessoal e produtos que compõem a cesta básica. Nos mercados, encontramos pessoas preocupadas e usando máscaras e luvas de proteção. No estacionamento dos supermercados, alguns carros estavam abarrotados de compras. Em nenhum dos mercados que a reportagem fez a ronda, foi encontrado álcool em gel ou máscaras. É que diante da Covid-19, muitos estão estocando esses e outros produtos de prevenção. Em consequência, os demais não encontram os itens para comprar.
No entanto, para o presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Apsa), José Torres, a falta de consciência dos consumidores, pode provocar o desabastecimento. “Quem gera o desabastecimento é o próprio consumidor. Na medida em que ele consome uma única unidade e passa a comprar diversas unidades deste produto, vai faltar para quem mais precisa. Se todos fazem isso, realmente pode faltar produtos”, detalha.
Ainda de acordo com ele, a entidade está trabalhando em conjunto com outras entidades para orientar a população para que haja tranquilidade. Tudo está funcionando dentro da normalidade. Ainda nessa segunda quinzena de março, os estabelecimentos devem ser reabastecidos”, conta Torres e ainda ressalta que o momento agora é de ser consciente. “As pessoas precisam pensar um nos outros”, pede.
Durante a roda, a reportagem encontrou o casal Valdemar Santos e Joana Lisboa. Eles estavam fazendo a feira do mês para duas famílias. “Compramos apenas um pouco há mais, porque fizemos compras para duas famílias. É que estamos evitando sair de casa. Contudo, não estamos estocando para não prejudicar quem também precisa”, diz o casal.
Por nota, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) informou que a logística de abastecimento segue dentro da normalidade, assim como os estoques, e não há nenhum risco imediato de falta de alimentos no País. A Associação Pernambucana de Supermercados (Apes) também descartou o risco de desabastecimento.
Farmácias
A reportagem também fez uma busca nas farmácias, mas não encontrou o álcool em gel, que é recomendado à higienização das mãos para evitar o contágio do novo coronavírus. Segundo o assistente de gerência de uma farmácia em Boa Viagem, Marcio Henrique, a procura pelo produto cresceu mais de 100% nos últimos dias.
Fonte: Folha PE
Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
