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CAPÍTULO 26-FINAL: O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO. Episódio de hoje: Marxismo, a doutrina terremoto!

Direto da Virgínia (VA), EUA.

A luta proposta pelo marxismo é a mesma de sempre. A luta intelectual (doutrinação dos seguidores), econômica (troca do capitalismo pelo socialismo e, por fim, pelo comunismo) e a luta política, na qual ocorre a substituição do estado democrático por uma ditadura de esquerda, na qual todos “vestimos a mesma cor” e pensamos aquilo que o Estado nos ensina a pensar.  

O objetivo a alcançar é que ao final dessa luta e com a conquista do Poder não haja mais classes econômicas, o que exige a extinção da permissão para que alguém tenha propriedade privada ou liberdade além daquela cujos limites geográficos e intelectuais cabe ao Estado traçar.

Para o estágio final, o marxismo promete não haver nada além de trabalhadores, porque os meios de produção são coletivos e comunitários e todos pertencem a todos, assim como tudo que for produzido é dividido por todos. A ideia é quase a mesma dos utopistas Thomas More ou de Edward Bellamy. Esse é o grande desejo e o fim para o qual a História trabalha, dizia Marx, todos produzem para todos e tudo se divide por todos.

A produção deve ser planejada para um mínimo de desperdício e o máximo de suprimento das necessidades coletivas, sem que haja competitividade entre pessoas.

Nada de classes econômicas distintas. Esse é o estágio último do marxismo ou seja é o comunismo, a união comum de necessidades e de possibilidades de realização para todos.

Esse pensamento vai incendiar também o pensamento de Vladmir Lenin que junto com Marx vão comandar como teóricos a Revolução Bolchevique de 1917 na URSS. A Josef Stalin e León Trotsky, como práticos, coube comandar o exército vermelho. 

A Revolução Bolchevique até hoje é vista pelos socialistas e comunistas utópicos como o modelo de implante paradisíaco a ser seguido por todos os países do mundo, inclusive pelos socialistas e comunistas brasileiros, que adoram pregar vida de sacrifício enquanto se deliciam com o luxo produzido pelas classes trabalhadoras.

Em 2008 fui à Cuba comunista em viagem para escrever meu livro “Obstinação – O lema dos que vencem”. Pude visitar a casa de Ernest Hemingway, local em que ele, Fidel Castro e inúmeros outros “camaradas” do Partido Comunista davam festas luxuosas. Subi ao mirante, onde eles também subiam para assistir aos maravilhosos bacanais na enorme piscina de Hemingway…

Em 2011 enquanto fazia viagem de pesquisa para levantar dados para a primeira e única enciclopédia do mundo sobre corrupção com dinheiros púbicos, em Caracas na Venezuela do “comunista” Hugo Chaves, eu lia sobre O 14.º Congresso do Partido Comunista da Venezuela que seria realizado em Caracas de 3 a 7 de Agosto daquele ano e via o entusiasmo que tinham pelo apoio que eles e Cuba vinham recebendo dos últimos governos brasileiros.

Coloquei-me a refletir sobre os comunistas brasileiros viajando pra lá e pra cá de avião, lap top nas mãos, curtindo a riqueza e o luxo, construindo impérios econômicos privados, desviando milhões de dólares entre os primeiros escalões da política brasileira, nomeando seus “camaradas” para cargos de primeira a décimo escalão pelo Brasil á fora.

Nessa aventura socialista brasileira duas coisas não se pode negar. O início foi promissor com paliativos necessários e a segunda é que não havia o dilema da lealdade dividida entre quem governava. Todos eram leais a si mesmo e ao projeto maior de conquista do poder pelo poder, enquanto a Nação via o “carro” quebrar todas as marchas, exceto a marcha ré.

Mas socialismo e comunismo são assim mesmo. Aos membros do “Partido” todo o luxo que a corrupção com o dinheiro proporciona e, ao povo, a miséria! Ora, se a própria História tratou de mostrar isto ao mundo, depois que rasgou a cortina de ferro da URSS, porque nós brasileiros e outros latino americanos seguimos nessa toada ilusória do Utopianismo rebatizado?

Será que nosso problema é mesmo sofrer a Síndrome de Estocolmo? (Aquela em que a vítima se apaixona por seus algozes).

Hoje, sabido que o Brasil já repassou mais de US$ 6 bilhões às ditaduras comunistas de Cuba e Angola e isto sem somar o montante repassado à Venezuela, alguns brasileiros seguem “afinadinhos” com o discurso comunista, sem entender o que realmente é isto, e ignorando que a História, após curtos 72 anos jogou a última pá de cal sobre o ataúde do comunismo.

Se deseja conhecer um pouco mais sobre essas e outras histórias sugiro que leia meu livro “Obstinação – O lema dos que vencem”, escrito em viagem que fiz à Cuba em 2008, ano em que Raul Castro se louvava no fato de permitir pela primeira vez que um cubano se hospedasse em hotel ou pudesse viajar de avião.

O marxismo propõe o socialismo como estágio que antecede o comunismo, no qual há a implantação por tempo indeterminado da ditadura do proletariado, ou seja, dos trabalhadores.

Troca-se a ditadura do capitalismo, abolindo-se a democracia e cria-se a ditadura dos trabalhadores. Tanto o sonho dos utopianistas quanto dos marxistas de implantar um paraíso terrestre parece haver se desconectado da realidade em pelo menos um aspecto. Eles ignoraram que em todo paraíso há, pelo menos, uma serpente.

O capitalismo possui muitas serpentes, mas tem como coluna cervical a liberdade individual e a propriedade privada.

O marxismo e seu socialismo como preparação para o comunismo possui como coluna cervical a erradicação da liberdade individual e da propriedade privada. Esquece, todavia, que para qualquer ser humano ser mais um na multidão não satisfaz. Importa ser reconhecido e recompensado como indivíduo capaz de girar sobre seus próprios calcanhares e poder a criar livremente. Ao menos tão livremente quanto as cadeias naturais da existência em sociedade nos permitem.

 

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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