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Autor: Kandinsky / Título da obra: “Círculos em círculo”. (1926, fonte: Internet).
Direto de Brasília-DF.
Você já ouviu falar do artista plástico e professor, Wassily Wassilyevich Kandinsky?
Kandinsky, nasceu russo, mas odiou o comunismo e Joseph Stalin. Decidiu adquirir cidadania alemã, e em seguida odiou o nazismo, Por fim, se nacionalizou francês, território no qual falece, no penúltimo ano da Segunda Grande Guerra Mundial. Em outras palavras, o cara fugia do espeto e caía na brasa!
É considerado um dos pioneiros do movimento artístico chamado “abstracionismo”, ou seja, a arte de todo “cara” que se revoltava contra a estética greco-romana de esculturas com linhas humanistas e bem definidas, ressuscitada, na Renascença.(acompanhe a outra série de artigos que venho escrevendo sobre o processo de educação e ensino, e entenderá ainda melhor).
O abstracionismo ou arte abstrata, como cubismo, futurismo e surrealismo, é mais uma das escolas da chamada, “arte moderna”. Como se sabe, a arte moderna não tem compromisso com a estética greco-romana. Desse modo, não acalenta a menor pretensão de representar objetos ou pessoas da realidade exterior do artista. Por exemplo, nela você não verá uma pintura como a que, ficcionalmente, Jack fez de Rose, no filme, Titanic.
A arte abstrata, como toda arte, requer talento e liberdade, porque seu autor precisa de coragem para “bagunçar” a realidade, em linhas, cores e traços que podem ou não ter algum sentido, mas que não se separem do conceito de Arte.
Mas, que relação tem Kandinsky e sua arte abstrata, com o título deste artigo? Eu diria que tem tudo e nada, a ver, tal qual seu próprio abstracionismo!
Por exemplo, analisando o pedido de exoneração do ex-ministro da educação, Carlos Alberto Decotelli, à luz do quadro “Círculos em um círculo”, todo brasileiro deve saber que um Ministro de Estado, é, apenas, um círculo dentro de outro círculo maior. Assim, um ministro, ao aceitar a nomeação, tem de saber que seu chefe imediato, o Presidente da República, é hierarquicamente superior a ele.
Ao final, tanto o Ministro quanto o Presidente, só podem ser consideradas pessoas lúcidas, se os dois, com os demais que ocupam vagas nos Poderes Legislativo e Judiciário, entenderem o real papel que devem desempenhar e, por fim, agirem como SERVOS DA NAÇÃO.
Se você me perguntar quantos desses personagens agiram ou agem como SERVOS DA NAÇÃO, nos últimos 520 anos de descobrimento do Brasil, a História te dirá que pouquíssimos o fizeram!
Uma das causas que levou o ex-ministro à queda foi o sétimo pecado capital dos cristãos. Basta você associar as falas dele aos títulos/diplomas de, doutor e pós-doutor, que afirmava possuir e ainda não os tinha. Deste cenário, conheço, pelo menos, três lados:
1 – pessoas que por não possuírem diplomas/títulos, falam com desprezo de quem os possui. Isto fazem porque em seu universo, desprezam o multiverso alheio. São pessoas que falam com jactância, de saber tanto ou mais do que os que possuem títulos de graduado, especialista, mestre, doutor, ou pós-doutor;
2 – pessoas, que são eternas iniciantes. Começam, param, começam, param, e assim seguem a vida, sem jamais concluir curso, ou coisa alguma. São pessoas que falam com jactância da quantidade de inícios; e
3 – Pessoas que possuem grande quantidade de títulos como graduação, especialização lato senso(MBAs, especializações lato e estrito senso), especialização estrita, como mestrado, doutorado, pós-doutorado, lato e estrito senso.
São pessoas que falam com jactância dos muitos títulos que possuem, algumas, porém, com pouca educação(educação contém ensino e ensino nem sempre contém educação, como venho explicando na série de artigos que, há mais de 12 meses, escrevo toda quarta e sábado, neste web jornal.
SOBRE A GRAVÍSSIMA E COTIDIANA MENTIRA, NA ADVOCACIA BRASILEIRA
Já que estamos todos, com justiça, cobrando uma “limpa” nos mentirosos políticos, e o ex-ministro teve a coragem de pedir exoneração por ter mentido, e não digo que seja um mentiroso contumaz, porque um caso não pode servir para uma crucificação eterna, pois do contrário eu, o leitor e o resto do mundo, sem exceção, precisamos subir ao “Gólgota”, ou monte da caveira, armar nossas cruzes, e sangrar até sair água.
Pois, bem! Já que estamos fazendo uma “limpa” nas mentiras políticas gravíssimas, sigo, como fiz no artigo anterior, convidando os membros dos três poderes que mentem cotidianamente para a Nação brasileira, a pedir exoneração ou renunciar a seus cargos e/ou mandatos.
Neste segundo episódio, desejo fazer convite semelhante a todos os advogados, que se colocam ao lado de outra gravíssima mentira, que o brasileiro e as instituições alimentam. Explico! Você já notou que toda pessoa que se gradua em Direito, não somente quer, como exige ser chamada de “Doutor(a)”?
Por ventura, essas pessoas não estão mentindo gravemente, tanto quanto o ex-ministro?
Não sei se você sabe, mas o fato de uma pessoa fazer uma faculdade de Direito(como fiz, por exemplo) não dá a ela o direito de ser chamada de Advogado(a). Minha esposa é advogada e a quem a chama de “doutora”, costuma dizer, gentilmente: – Por favor, fico feliz em me chamar de advogada, pois ainda não tenho doutorado!
Por mais que o curso de Direito dure cinco longos nos, quem o conclui recebe o TÍTULO de BACHAREL EM DIREITO. E, olha que já vi alguns bacharéis mentindo e atribuindo a si, o título de advogado, para ganhar mais status. Atribuir ou antecipar glória acadêmica inexistente, é, no mínimo, desonesto!
Saiba que bacharel não pode advogar! Não se deixe enganar! Somente pode advogar pelas leis atuais, quem após se formar como bacharel, é aprovado no teste de duas fases, aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil(OAB), e após a aprovação recebe uma Carteira/Identidade de Advogado.
Então, quem é bacharel e se diz advogado está mentindo gravemente, tanto quanto o ex-ministro? Sim!
Mas, porque advogados que não cursaram nem Mestrado, nem Doutorado, querem ou exigem que as demais pessoas os chamem de “doutor”? O título de “Doutor”, sendo de cunho investigativo e de altos estudos de pesquisa, concedido desde o século XIII, pelas universidades de Bolonha e Paris, não possui requisitos próprios e diferente dos demais? Sim! Então, esta é mais uma das gravíssimas mentiras praticadas cotidianamente no Brasil? Sim!
Então, porque o Estado e toda nossa sociedade chancela esta gravíssima mentira? Prepare-se porque essa história parece com o samba, “Me leva”, de Agepê, cuja letra diz, “Tudo nasceu de brincadeira, nas cordilheiras da ilusão…”
Então, vamos à explicação: tudo nasceu de uma canetada de nosso querido imperador brincalhão, Dom Pedro I, que por meio da LEI DE 11 DE AGOSTO DE 1827, determinou que bacharel em Direito, teria “direito” ao título de doutor.
Mas, doutor em quê? Em qualquer das disciplinas que o bacharel escolhesse apresentar um trabalho, ou monografia, e os professores julgassem que a monografia houvera sido bem feita, dentro das disciplinas cursadas(lei completa, em: www.planalto.gov.br).
Em 1996, por meio da Lei Ordinária n. 8906, o Congresso Nacional e a OAB-Brasil, tiveram outra grande oportunidade para “riscar” essa gravíssima mentira do mapa legislativo brasileiro, mesmo que não conseguissem apagar a vergonha histórica.
O que fizeram? Nada! Por quê? Não sei! Será que foi porque a cultura do engano e do jeitinho é bem alimentada em nosso “aquário legislativo e social” brasileiro? Talvez…
O fato é que o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil(EOAB), que está em plena vigência, ao não apagar a gravíssima mentira criada pela LEI DE 11 DE AGOSTO DE 1827, do nosso querido e importante, e brincalhão, Dom Pedro I, segue perpetuando uma mentira gravíssima.
Essa mentira criou raízes tão profundos no inconsciente e consciente coletivo brasileiro, que por aqui, até estagiário de Direito, odeia, e alguns até esbravejam contra quem não lhes trata por “doutor”. Se quer confirmar o que digo, pergunte a qualquer recepcionista que trabalha em fóruns ou tribunais, e elas te contaram as humilhações que sofrem.
O que faremos como plateia que assiste a esses atores nesse cenário de arte abstrata, que é nosso Brasil? Eu, vou dizer, outra vez, o que escrevi no artigo passado. Eis aí:
Fez bem o professor Carlos Alberto Decotelli em pedir exoneração! Seria improducente, em todos os aspectos, atuar como agente público, sob o manto da mentira. O mesmo, deveriam fazer todos os deputados, senadores, membros do Poder Judiciário, e do Poder Executivo, que mentem para a Nação brasileira, cotidianamente!
Acrescento que ADVOGADOS e OAB deveriam “colocar a viola no saco”, parar de fingir que tocam, e se unirem para corrigir essa mentira gravíssima que perpetuam, sob a vaidosa explicação que advogado é “doutor por tradição e por direito”. Não é uma coisa nem outra!
Quer ser Doutor/PhD? Então, pague o preço! Além de seus 5 anos de bacharelato, curse uma especialização, ou vá direto para mais 5 anos de doutorado, sendo 2 anos para estudo de créditos e 3 para defesa da tese. Depois que defender a tese, se for aprovado, aí, sim, você merece com justiça ser chamado de “Doutor”. Do contrário, pare de inventar e viver de dupla personalidade!
Agora, a pergunta é para vocês advogados e OAB: terão a mesma coragem que o ex-ministro teve, ou seguirão perpetuando essa gravíssima e cotidiana mentira?
Leia, domingo, o terceiro e último episódio.
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