Direto de Brasília, DF
(TI) A DEVORADORA DE PROFISSÕES (episódio 13)
Em 1939, com apenas 29 anos, William Gray Walter trabalhava no laboratório neurológico do Hospital Psiquiátrico da cidade de Bristol, Inglaterra, realizando pesquisas sobre o efeito de atividades elétricas sobre o cérebro humano.
Durante uma de suas muitas conversas com um dos psicólogos daquela instituição, sobre a possibilidade de enxertar “cérebros eletrônicos” em máquinas para poderem pensar, lhe ocorreu a ideia certa. William teve a fantástica ideia de desenvolver circuitos que gerassem sentidos e respostas básicas como ocorre com tartarugas, besouros e pássaros
Depois de 10 anos de pesquisas, o Professor Gray Walter criou três robôs os quais chamou “tortoises” ou tartarugas. Neles enxertou somente dois sentidos: luz e sensor de torque com os quais o robozinho se conduzia em direção a um facho de luz e ao se chocar com algum obstáculo mudava de direção. A experiência mais notável foi colocar um espelho na frente do sensor de luz e ver que o robô ficava parado na frente de si, como um autêntico Narciso.
Esse mesmo experimento foi refeito recentemente pelo cientista em robótica Professor Dr. Owen Holland e exibido à Professora Danielle George para o documentário “Ideias Revolucionárias” do History Channel 2.
Encantada com o perfeito funcionamento do robô a Professora Danielle apontava a lanterna para a tartaruga de William Gray Walter, o robô a seguia e quando colidia com um obstáculo mudava de direção buscando o facho de luz.
William Gray Walker e seu robô “tartaruga”
A Tecnologia da Informação está no comando de toda essa evolução, pois é conceituada como o uso de qualquer computador, armazenamento, rede e outros dispositivos físicos, infraestrutura e processos para criar, processar, armazenar, proteger e trocar todas as formas de dados eletrônicos.
A invenção tecnológica do Professor Gray Walter foi o embrião de todos os robôs usados pela NASA para dar às espaçonaves autonomia e independência para pousarem sozinhas no solo lunar, de Marte e de outros planetas para onde segue a humanidade, visto que a comunicação eletrônica entre a Terra e outros corpos celestes pode levar mais de 20 minutos. Ora, se o robô aprender a pensar não precisará mais dos comandos emitidos do centro de Houston, Texas, ou de qualquer outra base aeroespacial.
A (TI) representa uma revolução nas relações sociais e de Mercado. Abre milhares de postos de trabalho em áreas coligadas e fecha milhões de postos de trabalho em setores cuja mão de obra não exige especialização.
Seu domínio já se estende ao entretenimento (jogos online e mídias sociais); comunicações (computadores e smartphones); área médica (equipamentos de ultrassonografia e imagens em geral); comércio e setor de transporte tais como carros sem condutor das empresas Tesla, Google, Uber e outros usados para fazer entregas de mercadorias, inclusive com uso de drones já programados pela gigante Amazon.
Você já parou para observar que em alguns supermercados e em bancos do setor financeiro as pessoas já são atendidas 100% em totens ou caixas eletrônicos?
Outro dia entrei em uma franquia do McDonald’s Brasil e notei que o número de empregados está sensivelmente reduzido, pois, quase 100% do atendimento já é feito em totens. Esta experiência já havia tido quando viajei por 5 estados norte americanos subindo da Flórida à Virgínia. De postos de gasolina a supermercados e outros pequenos comércios, em que você escolhe, pega e paga pelos produtos que deseja, diretamente em totens de autoatendimento.
O que você acha que está acontecendo com os empregos ocupados por pessoas que não possuem mão de obra especializada?
No ano de 2017 criei um projeto chamado “Palestras Voluntárias em Escolas Públicas do Distrito Federal”. Neste período fiz palestras para mais de 17 mil aluno(a)s, centenas de pais e profissionais da educação e ensino, sempre procurando enfatizar a ética, o respeito pelas diferenças e a importância dos alunos entenderem que o período escolar é o tempo de adquirir e aprender a usar as ferramentas que o Mercado de Trabalho exige ter.
O fato é que dos milhões de jovens que anualmente saem das escolas públicas e particulares, poucos se preocupam em escolher previamente uma profissão.
A maioria dessa mão de obra sai da escola sem a menor qualificação por duas razões: primeiro porque o currículo escolar é abstrato demais, ou seja, em quase nada ajuda na especialização dos aluno(a)s para o Mercado de Trabalho. Segundo, porque mesmo quando a escola oferece a oportunidade os mesmo aluno(a)s que reclamam do currículo agem como “idiotas” que não aceitam parar e ouvir com atenção a quem lhes oferece a fórmula certa. Qual o resultado dessa equação?
O resultado é que anualmente milhões de jovens fazem a travessia do ensino fundamental para o médio e deste alguns poucos vão para uma universidade ou faculdade. A maioria, dada a falta de qualificação na mão de obra, vai parar em subempregos ou se torna vendedor(a) de bugigangas nos semáforos e esquinas de nossas grandes cidades.
Com esta série de artigos alerto que os tempos estão mudando de forma absurdamente veloz. Faça um “ESAON”, como ensino em meu livro “OBSTINAÇÃO – O LEMA DOS QUE VENCEM”:
“E” – Estacione: pare! Correria sem destino é destino sem propósito!
“S” – Sente-se: sente-se para refletir sobre sua vida.
“A” – Avalie: avalie que tipo de profissional o Mercado exige.
“O” – Oriente-se: ajude-se ou se der conta de ser humilde peça ajuda.
“N” – Navegue: após realizar os passos anteriores seu cérebro vai sentindo que possui o mapa da vida, da estrada que conduz ao êxito.
Alea jacta est / A sorte está lançada
Clique no booktrailer abaixo e assista:
