Em leilão realizado pela Eletrobras para venda de sua participação em ativos de geração eólica e de transmissão de energia, um empreendimento no Estado de Pernambuco foi arrematado por R$ 66,7 milhões. A empresa que comprou essa participação foi a Eólica Serra das Vacas, representada pela corretora Planner. Além dessa venda, a empresa pernambucana Brennand Energia adquiriu a participação de geração eólica na Bahia, que somou oito empreendimentos no valor de R$ 232,6 milhões.
De acordo com o presidente executivo da Brennand Energia, Mozart de Siqueira, os empreendimentos se localizam no município de Sento Sé. “A potência total é de 250 Megawatts. Adquirimos essa participação pensando em expandir a energia eólica. A Brennand tem se dedicado em projetos de energias renováveis para promover uma energia limpa”, disse Siqueira.
Mas, no geral, o leilão da Eletrobras apresentou baixa competitividade e lotes ficaram sem interessados. Ao todo, a estatal arrecadou R$ 1,3 bilhão com as vendas. Entretanto, a companhia pretendia levantar ao menos R$ 3,1 bilhões com o leilão de suas participações em projetos energéticos, que foram divididos em 18 lotes. Ao final, não houve propostas para sete deles no certame realizado ontem na sede da B3, em São Paulo.
O interesse foi mais baixo entre os empreendimentos eólicos: dos oito lotes, cinco não receberam proposta, e os demais foram vendidos pelo preço mínimo, sem disputa. Os ativos de transmissão tiveram desempenho melhor, embora dois lotes não tenham recebido oferta. Em alguns deles, houve concorrência e o preço ficou acima do mínimo ofertado – caso da linha de transmissão Uirapuru, no Paraná, arrematado pela Copel com ágio de 20,35%. A baixa competição já era esperada pelos analistas do setor. O principal motivo apontado é que a participação da Eletrobras nos ativos vendidos era minoritária.
Alguns dos resultados ainda podem ser alterados, porque o edital prevê o direito de preferência dos acionistas que já têm participação no ativo, junto da Eletrobras. Após a realização do leilão, esses sócios poderão escolher ficar com a participação da estatal pelo mesmo valor ofertado pela companhia vencedora no certame.
De acordo com a Eletrobras, essas vendas fazem parte de um projeto estruturado em 2016 que visa reduzir o endividamento da estatal. Aprovado pela Advocacia-Geral da União (AGU), o certame vendeu as participações para diminuir as dívidas. As medidas têm reduzido o endividamento da companhia: ao fim de 2016, a dívida líquida da estatal era de cerca de R$ 23,4 bilhões, valor que caiu para R$ 20,3 bilhões no ano seguinte e, ao fim de junho, era de R$ 17,6 bilhões.
Além desse leilão, o plano inclui a venda das distribuidoras da Eletrobras no Norte e no Nordeste do País, a redução do número de funcionários por meio de programas de demissão voluntária, redução de investimentos, entre outros.
Fonte: Folha PE
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