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UNICEF promove oficina sobre impactos do racismo no desenvolvimento infantil

Evento acontece, nesta sexta-feira (2/6), em parceria com a Prefeitura do Recife e Instituto Promundo, com o objetivo de capacitar profissionais de educação, saúde e assistência social para o enfrentamento do racismo na infância

 

Recife, 31 de maio de 2023 – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Prefeitura do Recife e o Instituto Promundo, realiza, nesta sexta-feira (2/6), a oficina Primeira Infância Antirracista (PIA). Como parte da programação da Semana do Bebê do Recife, o evento tem o objetivo de discutir e dar visibilidade aos impactos do racismo no desenvolvimento infantil. A oficina acontecerá, das 8h às 12h, no auditório G2 (Padre Antônio Vieira), no bloco G da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), na Boa Vista.

A iniciativa visa chamar a atenção de profissionais que atuam na área da educação, saúde, assistência social, além de lideranças sociais, sobre os efeitos do racismo na primeira infância e como os diferentes serviços de atendimento às gestantes, crianças negras e indígenas de até 6 anos e suas famílias podem fazer a diferença com práticas antirracistas. Com isso, espera-se contribuir para a garantia de um atendimento qualificado e humanizado, que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias, apoiando pais, mães e cuidadores a exercerem uma parentalidade positiva e estruturante das bases do desenvolvimento infantil.

Como parte dos conteúdos para a oficina, foi produzida uma coleção de cadernos formativos destinados a profissionais sobre educação infantil, assistência social e saúde no contexto de infâncias negras, como também sobre atendimento qualificado às crianças indígenas, além de uma websérie com sete vídeos sobre parentalidade antirracista com influenciadores e especialistas. Todo o conteúdo está disponível no site do UNICEF e pode ser baixado gratuitamente.

“Precisamos prevenir e proteger cada criança desde seus primeiros anos de vida, isso significa contribuir para o enfrentamento dos efeitos perversos do racismo e assegurar acesso aos direitos de todas as meninas e meninos”, destaca Dennis Larsen, coordenador do UNICEF para o Semiárido. A oficial de primeira infância do UNICEF, Maíra Souza, reforça que o racismo afeta diariamente a vida das crianças negras e indígenas. “Como adultos, temos a responsabilidade de rever as nossas práticas e garantir a proteção integral das crianças contra o racismo e a discriminação. Em especial, profissionais que têm a oportunidade de assumir uma postura antirracista em seu trabalho com as crianças e suas famílias e garantir o desenvolvimento integral da primeira infância”, diz.

O diretor-adjunto do Promundo, Luciano Ramos, reforça que o conjunto de materiais e ferramentas poderão contribuir, de forma prática e efetiva, para ações antirracistas no cotidiano de profissionais que atuam nas diferentes áreas da política pública. “Crianças na primeira infância e suas famílias poderão contar com profissionais sensibilizados e atuando com práticas simples e eficazes, baseadas no antirracismo”, completa.

 

Impactos do racismo na primeira infância

Em diferentes áreas, indicadores confirmam a desigualdade racial na garantia de direitos nos primeiros anos de vida. A proporção de bebês pretos e pardos que nascem de mães que não tiveram pelo menos sete consultas de pré-natal é de 30%; para bebês brancos, 18%. Em relação às crianças indígenas, por sua vez, a taxa de mortalidade infantil (até 1 ano) é o dobro da taxa de mortalidade infantil média brasileira – 23,4 por 1 mil e 11,9 por 1 mil, respectivamente (Fonte: SIM/Datasus, 2021).

As desigualdades se repetem no acesso à educação. Em 2019, mais de 330 mil crianças entre quatro e cinco anos estavam fora da escola de acordo com o estudo “Desigualdades na garantia do direito à pré-escola”, lançado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com apoio do UNICEF e UNDIME, em 2022, e a probabilidade de crianças pretas, pardas e indígenas estarem nesse grupo era 25% maior do que crianças brancas.

O desafio de um atendimento que considere o perfil étnicoracial se evidencia também na assistência social. Como exemplo, quase 70% das crianças de 0 a 4 anos que estão cadastradas no CadÚnico são negras. (Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação/MDS e IBGE, estimativa referente a março 2023) Diante desse cenário, o fortalecimento de práticas antirracistas nos serviços essenciais para a ser crucial.

 

#AgendaCidadeUNICEF

O PIA integra a iniciativa #AgendaCidadeUNICEF, realizada em parceria com as prefeituras municipais, para promover oportunidades e contribuir para a prevenção de violências contra crianças e adolescentes em territórios vulneráveis dos centros urbanos. Além do Recife, nesta edição, também acontece em Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.

 

Sobre a Primeira Infância Antirracista (PIA)  

A estratégia PIA ─ Primeira Infância Antirracista, iniciativa do UNICEF Brasil em parceria com o Instituto Promundo, oferece materiais informativos e indutores de práticas antirracistas nos diferentes serviços de atendimento às gestantes, crianças negras e indígenas até 6 anos de idade, além de suas famílias. Para a iniciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica da Porticus e o apoio da NIVEA.

 

Agenda:

Palestra e Oficina Primeira Infância Antirracista

Local: Auditório G2 (Padre Antônio Vieira), no bloco G, da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), na Boa Vista.

Horário: 8h às 12h

O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. Para garantir sua participação, as inscrições pode ser feitas pelo link.

 

Sobre o UNICEF

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do planeta, para alcançar as crianças mais desfavorecidas do mundo. Em 190 países e territórios, o UNICEF trabalha para cada criança, em todos os lugares, para construir um mundo melhor para todos. Saiba mais acessando o site oficial e acompanhe as ações da organização no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e LinkedIn.

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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