Autor: Elly Brayner
A pele tem o poder da cor,
Tem beleza, tem graça,
Tem vida em cada cor,
E cor de gente em qualquer raça.
É a raça que me define
Perfeita é a mistura em nossa cor
Sou riqueza em melanina
Marcada por um passado de dor.
Minha cor Me leva a uma modernidade perene
De qualquer forma tentam nos definir
Num regresso sem conforto
Como se eu fosse aqui
A escuridão de qualquer outro
Negritude refém no eu lírico de cada história
Meu sangue é igual ao seu
Eu sou a guerra,
Sou a fragilidade na alma,
Eu sou a glória.
Sou representatividade da raça
Que com ou sem espada, até hoje luta
Sou negra na literatura,
Do seu livro de história,
Na poesias de um Orfeu,
sou a dor, sou a memória.
Sou o fruto de alguém
Ou a rosa de um deserto sem fronteira
Guerreira.
Pra outros sou mulata, afoita
Ainda prisioneira.
E a lua brilha, Holísticamente
sem preconceito, aqui ou onde for
Que alguns homens Reconheça cor de gente
E entenda facilmente, sou você em qualquer cor.
Sou pele escura
pigmento de qualquer derme sem cor
Sou a cor escura liberta
Que procura liberdade de uns
Que julgam a cor da gente
Tornado-se opressor
E aprisionado faz- se ver
Pensando que o preconceito
vai lhe dar maior direito
de mais gente poder ser
Não sou juiz nem nem sou Deus
Mas sei que nem tu nem eu
Seja crente ou ateu
Negro branco ou mulato
Foi formado diferente
Os dias são para todos
E uma lua pra toda gente
A pele escura na derme
Na mente ou no coração
Brilha aqui, ou onde for
Pra nada ser diferente
Para tudo ser só amor
No entanto!
muitos são tão acanhados
Coisas que o preconceito faz
Com medo de alguém que venha
Embargar seus ideais
Vejo a face de repúdio
que faz nossa raça chorar
choro por gente descrente
Pelo precoçeituoso,
Pra ele se libertar
Penso, sim
que ele é refém
E ainda espero um dia
Vê-lo liberto também
Eu, negra menina
Aumeijo de qualquer jeito
Que o sol guie o preconceito
Para bem longe daqui
E se faça a melanina
Que habita da menina
Ao que a impede de sorrir
Não vou inibir meu riso
Por um conceito qualquer
Sou a essência da pele escura
Sou a beleza que habita
Em qualquer corpo de mulher
Sou um pouco de ti
Preto branco sou mulato
sou você em qualquer fase
Sou a visão dos fatos
E se achas que o que digo
Não sou eu, não me convém
Peço a Deus para que um dia
Possas ser luar também.
E de onde quer que eu venha
Sou em mesma em toda esquina
Sou gente , sou melanina
Que colore outra cor
Sou a tradição, a cultura
Independência, o grito
Sou a espada que luta
Sou cor escura, sou brilho
E te empresto a minha raça
Pra exaltar nossa história
Banco negro rico ou pobre
Te emprestei a minha cor
Pra se guardar na memória
Para viajar no tempo
E reviver a cultura
Em um passado de luta
Em várias lutas com gloria
E hoje, avante, luto
Com muito orgulho, te juro
Pra guardar a nossa historia
Banindo a desigualdade
Vendo a raça humana plena
Ver gente do mesmo jeito
Equânime sem diferença
Bem livre do preconceito
Bem longe das divergênçias
Que aceitem a nossa cor
Festejando a liberdade
Que todos tenham o mesmo jeito
Sem que haja desigualdade
Peculiaridades da raça
Que todos tenha a própria cor
Que Deus deu pra cada um
Poder recitar o amor