A Rua do Sol, principal via da comunidade e aos pontos turísticos ganhou calçamento em paralelepípedo, passeio público e sinalização
A histórica Vila de Nazaré, uma das principais atrações turísticas do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, no Cabo de Santo Agostinho, ganhou acesso viário pavimentado, acessibilidade e sinalização vertical e horizontal. Antes da intervenção, sob responsabilidade do Porto de Suape, o caminho de barro dificultava a locomoção de moradores e visitantes em dias de chuva. “Ficou uma beleza, tanto para nós, como para quem vem conhecer nossas riquezas culturais e belezas naturais. Uma obra que mudou nossa vida para melhor”, pontua Reginaldo Leão, diretor financeiro da Associação de Moradores de Nazaré.
O conjunto arquitetônico da vila é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), sendo datado dos séculos 16 e 17. A Rua do Sol, com cerca de 600 metros de extensão, é o único acesso ao povoado e aos monumentos que tornaram a vila famosa em todo o país. A obra teve custo de cerca de R$ 900 mil e contou, também, com recursos da Caixa Econômica Federal.
HISTÓRIA
Casario, igreja, ruínas de um antigo convento carmelita e um farol compõem o patrimônio histórico-cultural de Nazaré, uma das primeiras povoações do Brasil. A vila se localiza num ponto alto do parque e tem vista para o mar azul turquesa de águas transparentes. A igreja, que se encontra em bom estado de conservação, fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e sábado e domingo, das 9h às 12h. O ingresso, que inclui visita às ruínas do convento, custa R$ 2,00.
“Foi um passo muito importante para o desenvolvimento sustentável da vila. No período de inverno, a água empoçada impedia a chegada dos turistas e isolava a comunidade, trazendo prejuízos. Agora, é notório o aumento no número de visitantes e os moradores já contabilizam o aumento nas vendas dos produtos que comercializam na porta de casa”, ressalta o gaúcho Eduardo Pilger, morador da vila há três anos. Ele e a esposa, que é natural da comunidade, vendem pães artesanais e bolos, nos fins de semana. “Não sobra nada”, comemora.
Segundo a diretora de Engenharia de Suape, Renata Loyo, a intervenção faz parte de um pacote de obras socioambientais para adequação da infraestrutura das comunidades do território estratégico de Suape, visando o bem-estar dos moradores e o desenvolvimento sustentável. “Com acesso pavimentado, calçadas e sinalização, o lugar passou a atrair mais visitantes e, consequentemente, estimular as atividades turísticas e comerciais na região, gerando oportunidade de trabalho e renda. Essa é uma das premissas da administração atual: conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade”, enfatiza.
O PROJETO
Por estar localizada numa área tombada, a requalificação da Rua do Sol, margeada por mata nativa em parte de sua extensão, ganhou pavimento em paralelepípedos e rede de drenagem, com duas faixas de rolamento, calçada em ambos os lados da via, além de uma faixa de serviço e adequação do espaço às normas de acessibilidade. “Nas proximidades das edificações históricas e de interesse cultural foram instalados passeios com material diferenciado em cor e textura, para possibilitar sinalização visual indicativa, orientando os visitantes”, explica Renata Loyo.
O PARQUE
O Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti ocupa área de 270 hectares e está situado na região das Praias de Gaibu, Calhetas, Paraíso e Suape, no território administrado pela estatal portuária. O lugar se destaca por sua beleza natural, monumentos históricos e formação geológica. A região é reconhecida como marco geológico mundial por ser o ponto de ruptura do grande continente Gondwana, dando origem ao Oceano Atlântico e às Américas.
Um acordo de cooperação técnica entre a empresa Suape e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), assinado no início de 2021, tem por objetivo implementar estratégias de gestão e preservação dos recursos naturais, patrimoniais e histórico-culturais do parque metropolitano e de outras áreas do território administrado pela empresa.
ANDRE MALAGUETA