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Sondagens arqueológicas são realizadas no Alto da Sé antes de iniciar obra de abastecimento de água

Antes de iniciar os serviços para implantação de rede de abastecimento de água no Alto da Sé, no Sítio Histórico da cidade de Olinda, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está realizando o trabalho de sondagens no solo onde haverá abertura de valas, em função do elevado potencial arqueológico e do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico do lugar. Foi pelo Alto da Sé que Olinda começou a ser povoada – e onde acredita-se que existia o antigo castelo de Duarte Coelho –  área que, inclusive, foi pouco escavada até hoje. Por isso, as ações do projeto Olinda+Água são realizadas com muito cuidado e acompanhadas por uma equipe de arqueólogos, que está fazendo sondagens nas áreas, próximas ao meio-fio das calçadas, para investigar se há materiais arqueológicos que possam sofrer impacto com as obras de assentamento de tubulações. No Alto da Sé, esse trabalho começou pela Rua Bispo Coutinho, e depois seguirá para a Rua Saldanha Marinho, e Ladeiras da Misericórdia e da Sé.

Está previsto realizar dez sondagens nessas ruas, sendo quatro delas na Rua Bispo Coutinho, onde estão sediadas construções tombadas como o Reservatório da Compesa, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco, o Passo da Sé e a Igreja da Misericórdia. Só na Bispo Coutinho serão assentados mais de 240 metros de rede para reforçar o fornecimento de água para essa região. A sondagem é feita numa pequena área no solo, onde o paralelepípedo é retirado e feita escavações, de dez em dez centímetros, e todo processo é registrado em fotografias e relatórios, e qualquer material arqueológico encontrado é catalogado. Até agora, nas sondagens no Alto da Sé foram encontrados pedaços de louça, ossos e um cachimbo. “Avaliamos o impacto no patrimônio arqueológico a partir das informações obtidas no levantamento etno-histórico associado à vistoria dos locais que sofrerão intervenções na obra. Onde estamos fazendo as sondagens, já há outros dutos existentes, como de drenagem, energia e telefonia, então já foram locais onde solo foi remexido até cerca de meio metro de profundidade”, explica a arqueóloga Gleyce Lopes, informando que as sondagens já foram realizadas também nas áreas do Monte e do Guadalupe.

De acordo com a arqueóloga, todo trabalho está previsto no Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico, um dos requisitos para execução da obra do Olinda+Água no Sítio Histórico. O trabalho preventivo está permitindo diminuir os impactos de perda de informações e de identificação de artefatos arqueológicos, além de promover atividades de educação patrimonial junto à população nas áreas da obra. Desde que iniciaram as obras no Sítio Histórico, em junho deste ano, já foram encontradas peças com ornatos arquitetônicos, louças, azulejos e moedas do século 19 – achados que pertencem à União e ficarão sob guarda da Secretária de Patrimônio, Turismo e Cultura de Olinda (Sepac). A terceira etapa das obras do Olinda+Água está em andamento e busca regularizar o abastecimento de água nos bairros do Monte, Guadalupe, Bonsucesso, Amaro Branco, Carmo, Varadouro, Santa Tereza e parte dos Bultrins. Só nesses bairros, até o mês de dezembro, serão implantados 25 quilômetros de tubulações,  além de válvulas e macromedidores. O Olinda+Água recebe o investimento de R$ 150 milhões (valor atualizado), recursos viabilizados pelo Governo do Estado junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).

Fonte: Imprensa Compesa

Foto: Divulgação

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