Você que me lê certamente percebeu que, hoje, o clima não é mais comonos temposem que você, sobre-tudo se já quarentão, era criança.
Em que pese uma ou outra frente fria prolongar a sensação de frio, é o calor que predomina.
O planeta Terra esquentou, ponto! E somos como uma panela de pressão nos autocozinhando, aprisionados por uma camada dos gases de efeito estufa.
Além do aumento da temperatura, temos fenômenos extremos secundários acontecendo. Enchentes, chuvas torrenciais e tempestades,derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, secas,desertificação e incêndios florestais.
Eu temo que estejamos perto do ponto de não retorno. E, além deme preocupar com as gerações futuras, que podem já ter nascido e
estar na sua infância e juventude,destaco as questões de saúde.
A revista cientifica Nature recentemente publicou que entre 286 doenças infecciosas influenciáveis pelo clima, nada menos do que 223
devem se agravar pela crise climática, 54 podem se agravar ou melhorar e apenas nove diminuirão.
Entre as que se agravam, temos 103 transmitidas por vetores (como nosso velho conhecido Aedes aegypti,vetor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela), 78 de transmissão hídrica (diarreias, hepatite), 60 de transmissão aérea (como a covid-19 e demais viroses respiratórias), 56 por contato direto (exemplo da Monkeypox), 50 por alimentos e 116 inespecíficas.
Notem que algumas doenças têm mais de uma forma de transmissão.
Esse todo em meio a uma crise realde resistência bacteriana em que nenhum antibiótico será forte o suficiente para combater infecções bacterianas, que também aumentarão.
Desculpem o mau jeito por trazer isso agora, em meio às férias de verão, mas é necessário.
Acompanhando aqui as discussões sobre o novo governo e ministérios, está claro para mim e para a comunidade científica que o mais
importante e essencial é o Meio Ambiente.
Se não assumirmos políticas de preservação e desenvolvimento sustentáveis, acabou. Nós destruiremos não apenas o nosso presente,mas o futuro de nossos filhos e netos.
Então faço o alerta e o apelo para que cada um de nós, de uma vez portodas, conheça esses fatos e ajude arevertêlos.
Consumo consciente,educação ambiental e novos hábitos urgem no varejo.
No atacado, políticas públicas e corporativas sustentá-veis têm que acontecer já. Não penseque a covid, a dengue, a chikun gunya ou a enchente nossa de cadadia são fenômenos aleatórios. Não são. A saúde é única (one health).
Tudo está integrado e precisamos agir antes que seja tarde. Sou otimista e penso que o Brasil fará sua parte e pode liderar o mundo nessa luta pela vida de todos nós.
Ainda é tempo, então desejo um feliz ano novo, de novos hábitos, de novas emoções e de novas esperanças! Um beijo e um abraço fraterno
a cada um de vocês.