DR PAULA MEYER

O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO E AS MANIFESTAÇÕES

Nos últimos dias a mídia se ocupou em noticiar em detalhes a arruaça ocorrida em Brasília e a afronta aos prédios – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. A reação das instituições diante de tal fato foi imediata e tão logo instaurou-se o clima de polícia e a busca pelos culpados.

Falou-se que a democracia no Brasil estaria resguardada apesar do ataque furioso dos manifestantes e a baderna realizada no interior dos imóveis. Simbolicamente o episódio mostra que a gestação de ideias por parte de determinados grupos e a sua materialização sob a forma de ações (sejam elas quais forem).

Recentemente algumas torres do setor elétrico sofreram quedas decorrentes de atos de vandalismo afim de prejudicar a transmissão de eletricidade em algumas localidades. Tais atos são rechaçados veemente e assim como ocorreu nos anos 70, o setor energético está mais uma vez no centro das discussões políticas.

Trata-se de um setor essencial para o funcionamento de outros serviços como indústrias, escolas, hospitais, etc.  a maior parte da geração de energia elétrica é conduzida por torres de transmissão, são mais de 6.000 km de extensão. a capacidade de geração praticamente concentra-se na fonte hídrica, cerca de 65% da geração de eletricidade do país. as demais fontes eólica, solar, biomassa, ocupam também lugar de destaque e vem se expandindo ano a ano.

A capacidade instalada de geração de eletricidade no país é bastante robusta tendo se expandido em torno de 2,7% entre os anos de 2019 e 2020. Só para se ter uma ideia da grandeza de geração de eletricidade, em 2020 o país fechou com expansão em geração solar de 32% comparada com o ano anterior.

A oferta abundante de recursos energéticos coloca o país em posição de destaque como sendo um dos países que possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.

As manifestações podem ter dado sinais de que iriam abalar a nossa democracia mas felizmente as instituições agiram em tempo de modo a resguardar não somente a representatividade e a voz do povo brasileiro. As derrubadas intencionais das torres de transmissão de energia constitui em um episódio triste de desrespeito as nossas construções, a nossa infraestrutura e em suma ao nosso patrimônio histórico representativo contido nos locais onde ocorreram as manifestações.

Disso tudo, o setor elétrico resiste e segue firme e atento para que não tenhamos mais prejuízos após os tristes episódios ocorridos em Brasília.

 

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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