Direto de Brasília-DF.
Definição do método de ensino e de reconhecimento de títulos ou diplomas
Além do conteúdo curricular era necessário definir a fonte do conhecimento. Este viria de livros caros e raros ou das anotações de aula dos professores e mestres, de debates entre mestres e alunos?
O método de ensino passava por todos as ferramentas citadas acima. Nada era mais importante para o aluno que “A Lição”, que surgia de livros, debates, anotações do professor e, sobretudo do que o mestre falava nas aulas, razão porque faltar a aula era quase inimaginável.
Toda e qualquer questão era posta em discussão pelo Mestre. Aluno ouvia e discutia sobre a orientação daquele. Não havia, como há hoje, soberba por parte de alunos. Havia total respeito pelo Mestre, até porque o sistema francês que serviu de base para outras universidades europeias consistia em três graus:
1 – Bacharelato;
2 – Licenciatura; e
3 – Mestrado.
Subir de um grau ao outro era tarefa hercúlea e a maioria dos alunos não conseguia, dado o grau de dificuldade dos exames e dos debates acadêmicos nos quais deveriam demonstrar capacidade.
Aprovado no Bacharelato o aluno deveria se submeter a 2 anos de magistério. Concluído o magistério os alunos que desejassem o grau de Licenciatura continuavam os estudos e eram acompanhados, orientados e fiscalizados por um Mestre. Se aprovados neste período é que seriam graduados com Licenciatura.
O título de Licenciatura é que dava o direito a tentar entrar em uma Corporação de Mestre e por mais um período de meses seria testado no magistério para provar que tinha habilidade e capacidade para ser Mestre. A admissão chamada de “incepção” na Corporação de Mestres se dava com uma “aula inaugural” no qual o pretendente era examinado e aprovado ou reprovado. Se aprovado para ser clérigo o aluno recebia um “barrete” e se aprovado para mestre professor recebia o “chapéu”. Todos estes elementos usados como uma espécie de “capa” para cobrir a cabeça possuem largos significados, sendo que ora representam submissão, como no caso de mulheres que os usam em forma de respeito a deuses, ou como símbolo de sabedoria como no caso dos professores e magos com suas cartolas.
Em tempos medievais quando alguém dizia “vou vestir o chapéu” significava que iria assumir grandes responsabilidades. Esta expressão modernamente é modificada para “vestir a camisa”. O chapéu teve sua importância original resgatada à partir da Revolução Francesa e daí por diante a expresssão “para fulano de tal eu tiro o chapéu” significando uma honraria.
Pois bem, recebido o chapéu após a incepção, tínhamos um mestre e não mais um aluno. Com este grau o Mestre podia lecionar na universidade.
Quanto aos que eram reprovados nos exames de maior graduação ou aqueles que não conseguiam o título com louvor, tornavam-se professores ou ensinantes de escolas primárias, elementárias ou secundárias.
Até breve!