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O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA. EPISÓDIO DE HOJE: O surgimento das Universidades e sua influência no processo educativo (Parte 5)

Direto de Brasília-DF.

Definição do método de ensino e de reconhecimento de títulos ou diplomas

Além do conteúdo curricular era necessário definir a fonte do conhecimento. Este viria de livros caros e raros ou das anotações de aula dos professores e mestres, de debates entre mestres e alunos?

O método de ensino passava por todos as ferramentas citadas acima. Nada era mais importante para o aluno que “A Lição”, que surgia de livros, debates, anotações do professor e, sobretudo do que o mestre falava nas aulas, razão porque faltar a aula era quase inimaginável.

Toda e qualquer questão era posta em discussão pelo Mestre. Aluno ouvia e discutia sobre a orientação daquele. Não havia, como há hoje, soberba por parte de alunos. Havia total respeito pelo Mestre, até porque o sistema francês que serviu de base para outras universidades europeias consistia em três graus:

1 – Bacharelato;

2 – Licenciatura; e

3 – Mestrado.

Subir de um grau ao outro era tarefa hercúlea e a maioria dos alunos não conseguia, dado o grau de dificuldade dos exames e dos debates acadêmicos nos quais deveriam demonstrar capacidade.

Aprovado no Bacharelato o aluno deveria se submeter a 2 anos de magistério. Concluído o magistério os alunos que desejassem o grau de Licenciatura continuavam os estudos e eram acompanhados, orientados e fiscalizados por um Mestre. Se aprovados neste período é que seriam graduados com Licenciatura.

O título de Licenciatura é que dava o direito a tentar entrar em uma Corporação de Mestre e por mais um período de meses seria testado no magistério para provar que tinha habilidade e capacidade para ser Mestre. A admissão chamada de “incepção” na Corporação de Mestres se dava com uma “aula inaugural” no qual o pretendente era examinado e aprovado ou reprovado. Se aprovado para ser clérigo o aluno recebia um “barrete” e se aprovado para mestre professor recebia o “chapéu”. Todos estes elementos usados como uma espécie de “capa” para cobrir a cabeça possuem largos significados, sendo que ora representam submissão, como no caso de mulheres que os usam em forma de respeito a deuses, ou como símbolo de sabedoria como no caso dos professores e magos com suas cartolas.

Em tempos medievais quando alguém dizia “vou vestir o chapéu” significava que iria assumir grandes responsabilidades. Esta expressão modernamente é modificada para “vestir a camisa”. O chapéu teve sua importância original resgatada à partir da Revolução Francesa e daí por diante a expresssão “para fulano de tal eu tiro o chapéu” significando uma honraria.

Pois bem, recebido o chapéu após a incepção, tínhamos um mestre e não mais um aluno. Com este grau o Mestre podia lecionar na universidade.

Quanto aos que eram reprovados nos exames de maior graduação ou aqueles que não conseguiam o título com louvor, tornavam-se professores ou ensinantes de escolas primárias, elementárias ou secundárias.

Até breve!

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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