DR JUDIVAN VIEIRA

O PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO NA IDADE MODERNA. EPISÓDIO DE HOJE: O Renascimento e sua influência no processo educativo e de ensino (Parte 10).

Direto de Brasília-DF.

Humanismo da Corte

Esta nova vertente do humanismo que pretende um homem moral e eticamente bom e que produziu o humanismo cívico com o fim de criar “bons cidadãos” para servir às cidades, agora tem em Baltasar Castiglione um novo mestre.

Não pense que a política como a conhecemos existia nessa fase. A existência de partidos políticos,  esquerda ou direita, fascismo, comunismo ou capitalismo, sistematizados como os temos hoje, nem se cogitava. Havia a figura do Príncipe, que era o mandatário soberano de uma cidade ou de um país.

Como o humanismo é fruto da renascença e esta iniciou na Itália, o que se pensava como processo educativo e de ensino era o que propunham, principalmente, os mestres italianos. Na Itália renascentista cada cidade era uma República, senhora de si mesma. Era assim com as cidades de Milão, Florença, Mântua, Urbino, Roma, Veneza, Nápoles, etc.

É quase impossível falar de Humanismo da Corte, sem falar do filósofo, poeta, músico, diplomata e historiador Nicolau Maquiavel, porque com seu livro “O Príncipe”, dedicado a Lourenço II de Médici, família tradicional que governava a cidade de Florença (República de Florença), Maquiavel já havia traçado as linhas principais do Humanismo da Corte, cujo objetivo é criar a cultura, a mentalidade que o valor do homem está em servir bem a seu príncipe.

O que Baltasar Castiglione fez foi sistematizar o humanismo da corte escrevendo “O livro do Homem da Corte”, publicado em 1519, nele descrevendo como o aluno deve adquirir conhecimentos para servir bem ao Príncipe e para conseguir os favores ou bons préstimos das famílias ricas.

Não importa se a cidade ou o reino do Príncipe é grande, ou pequeno. Para Castiglione e seu processo educativo e de ensino, o aluno deve aprender a servir bem e possuir os seguintes requisitos:

1 – Ser nobre de nascença e de família porque tais condições agregam ao aluno charme e belezas naturais;

2 – Saber manusear armas, como um cavaleiro pronto para defender seu Príncipe em caso de guerras;

3 – Deve saber escrever e falar bem, sobretudo em italiano, pois o latim e grego, apesar de úteis, já não são postos como exigência do currículo do humanismo da corte;

4 – O aluno deve aprender poesia, música(principalmente a flauta) e pintura.

Como pode perceber, o Humanismo que nasce preocupado com os cuidados do corpo e da alma humanas, gradualmente vai se fragmentando em humanismo cívico, humanismo da corte, humanismo cristão e em cada novo século ganha variações dentro do processo evolutivo e de educação.

No próximo artigo descreveremos o processo educativo diferenciado para as mulheres e para o Príncipe.

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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