O Brasil é um país diverso e do ponto de vista de oferta de recursos energéticos essa máxima também se aplica. Tal diversidade se estende a área econômica, social e tecnológica. Quando o assunto é oferta de energia devemos antes de mais nada situar o Brasil dentro dessa seara onde verificaremos que outros países estão um passo a frente no que diz respeito a inovação de cadeias produtivas de energia e eficiência energética.
O Brasil ocupa posição de destaque na geração de energia elétrica. A matriz elétrica, ou seja, a matriz que envolve as fontes de energia utilizadas para gerar eletricidade, tem composição de 46,6% de fontes renováveis e o restante oriundo pelo uso de fontes não renováveis (53,4%).
As fontes renováveis constituem aquelas que se renovam naturalmente sem a necessidade da ação do homem. Temos nesse grupo: fonte solar, fonte eólica, biomassa. Do outro lado temos as fontes não-renováveis, uma vez utilizadas para gerar eletricidade, elas se extinguem e não se renovam naturalmente. Temos aqui os combustíveis fósseis, gás natural, óleo diesel, etc.
Fazendo-se uma comparação com a matriz energética mundial, as fontes renováveis tem uma participação de 13,9%. No âmbito dos países da OCDE, a participação é de 10,8% (Balanço Energético Nacional, 2020).
O avanço do uso das fontes renováveis no Brasil foi impulsionado após episodio do apagão ocorrido em outubro de 2001. A falha no suprimento de energia levou o país a repensar o modelo de geração de energia elétrica e de lá para cá a institucionalização de marcos regulatórios que viabilizassem a construção de empreendimentos de uso de fontes renováveis abriu um amplo espaço para essas fontes.
Em 2002, foi criado o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o PROINFA, inaugurando a fase de ampliação e de uso dessas fontes ( eólica, solar, biomassa e PCHs)
Atualmente o uso das fontes eólica e solar se destacam entre as fontes renováveis. A fonte eólica ocupa 10% do uso de fontes de geração de eletricidade, responsável por 17.725 MW e a solar com participação menor de 2%, responde por 3.293 MW em um universo de 175.133 MW.
As vantagens pelo uso dessas fontes são inúmeros. Podemos destacar: baixo impacto ambiental comparado com as fontes não renováveis que emitem CO2 na atmosfera, aproveitamento do recurso energético abundante no país (sol e ventos) sem custos de reposição, geração de emprego e de renda em regiões onde o nível de atividade econômica é menor, sobretudo na região Norte e Nordeste do país.
A fonte eólica a cada ano incorpora 2 GW de energia junto ao sistema interligado de energia. Soa mais de 600 parques eólicos no Brasil, 7.532 aerogeradores em 12 estado do país. (Abeeólica, 2020).
A região Nordeste possui ventos de bom calibre, com continuidade, com constança e ideais para a geração de energia elétrica. O período de junho a dezembro compreende o período de “bons ventos” para o país.
A fonte solar também vem se expressando e ganhando força dentro da matriz energética brasileira. A região Nordeste também oferece níveis de irradiancia acima da media mundial de tal modo que possibilita a expansão do uso desta fonte também. Atualmente o setor gera mais de 233 mil empregos e assim como a fonte eólica apresenta vantagens ambientais. A fonte solar evitou desde 2012 a emissão de 1,1 milhão de tonelada de CO2 na atmosfera. A maior parte da potência instalada da fonte solar esta circunscrita no usuário residencial (38,9%) em seguida temos o comercio e serviços (37,8%), rural (13,4%), indústria (8,8%), serviço público e iluminação pública (1,32%). (Absolar, 2020)
Podemos afirmar que o futuro das fontes renováveis no Brasil é promissor diante da oferta abundante dos recursos energéticos renováveis . O Brasil nesse quesito tem ocupado lugar de destaque na seara mundial oferecendo lições e compartilhando estratégias de sucesso nessa área.