Direto de Brasília-DF.
Minha vida está dedicada direta e indiretamente ao professor que cresceu em mim, tanto quanto ao aprendiz que morrerá vestindo minha ele.
Minha fala, vários de meus livros e minha dedicação de alguma forma convergem para a educação e para o ensino. Por que isto acontece e, porque não me canso de missão tão difícil, complexa e espinhosa?
Em meu livro “Obstinação – o lema dos que vencem” dedico um capítulo para ensinar que a vida emite sinais e que precisamos aprender a decifrá-los, sob pena de em nossa viagem tomarmos a estrada errada e demorarmos, ou não chegarmos no destino individual, ou coletivo, que pretendemos
Eis alguns sinais sobre o processo de educação e ensino que deveriam fazer com que seus defensores desistissem da missão:
1 – Estudos da ONU apontam que existe mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo, vivendo na pobreza;
2 – OXFAM, uma organização de estudos e ajuda humanitária inglesa, criada em 1942 e famosa por seus estudos sobre riqueza e pobreza no mundo, divulga com frequência que 1% da população global detém a mesma riqueza dos 99% restantes;
3 – O Relatório de Monitoramento Global da Educação UNESCO/ONU-2020, diz que “em todos os países, exceto nos de renda alta da Europa e América do Norte, apenas 18 dos jovens mais pobres concluem o segundo nível da educação secundária para cada 100 dos jovens mais ricos. Em pelo menos 20 países, principalmente na África Subsaariana, dificilmente uma jovem pobre da zona rural consegue terminar o segundo nível da educação secundária”.
Ou seja, a regra é que mais de 80% da população mundial não prossegue seus estudos. É abandonada e como consequência abandona o processo de educação e ensino. Nesse cenário, imaginando que toda a humanidade está viajando pela mesma estrada, que placa de trânsito deveria estar afixada para nos advertir sobre o que virá pela frente?
Há esperança para o processo de educação e ensino, apesar da magnitude da miséria, pobreza e hipocrisia política dos governos de quase todas as Nações?
Para concluir o ano, até 15 de dezembro(farei recesso até 15 de janeiro/2021) escreverei sobre O CURRÍCULO OCULTO E O NEGACIONISMO DA CIÊNCIA NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO E ENSINO E SEUS RESULTADOS DEVASTADORES.
No início deste ano escrevi em minha coluna, que no Egito Antigo, por volta de 3.000 a.C., foram instituídos três diferentes categorias de escolas:
1- Escolas do Templo;
2- Escolas da Corte; e
3- Escolas das Províncias(como se fossem nossas escolas municipais e estaduais de hoje).
O Professor Thomas Giles diz que “desde as primeiras povoações (18.000 a.C.), passando pela época pré-dinástica (a partir de 3.100 a.C.), até as invasões assíria e persa, e chegando à dinastia Ptolomaica (323-322 a.C), o elemento mais marcante no processo educativo egípcio é a presença da religião (…) o faraó sendo ao mesmo tempo, sumo sacerdote dos cultos oficiais e chefe de Estado”. Importante, então, não desprezar a contribuição que a religião deu ao surgimento do processo de conhecimento como o conhecemos hoje. Mas, evoluir não é pecado!
Este é mais um capítulo da saga em que venho fazendo incursões na História da Educação e do Ensino, passando pelos DIÁRIOS DE BORDO sobre o processo de educação e ensino resetados pela pandemia, e que deseja seguir, como um rio caudaloso e imparável, seu curso até o mar da educação e do ensino que, com seus frutos envenena ou alimenta a humanidade.
Conto com você?