A expansão e o uso das fontes renováveis é uma realidade. De acordo com os dados do Balanço energético Nacional 2023 publicado pela Empresa de Pesquisa Energética, a EPE, as fontes solar e eólica obtiveram uma expansão de 79,8% e 12,9% na matriz elétrica brasileira de 2021 a 2022. Esse é um presságio importante acerca do campo e espaço que essas fontes estão ocupando nesse século marcado por mudanças climáticas, desastres ambientais e resoluções de transição energética.
A transição energética, como o próprio nome diz, consiste em algo que permite a transição de um ponto a outro. E esse ponto é mensurado pela temperatura global que a princípio não poderá ultrapassar os 1,5oC . Para tanto é necessário a adoção de medidas que “esfriem” ou impeçam que a temperatura global se eleve. Nesse sentido, a transição energética assenta-se em alguns pilares em que o setor energético é o alvo principal para o alcance desse objetivo.
Dentre os pilares temos: I- expansão e uso das fontes renováveis; II- eletrificação da mobilidade urbana; III- adoção de políticas de eficiência energética; IV- investimentos em tecnologias de descarbonização.
Esses pilares montarão as estratégias necessárias para o alcance dos objetivos da transição energética. E desde então as fontes renováveis estão em franca expansão ao redor do mundo.
A expansão do uso das fontes renováveis em parte deve-se a pressão da agenda geopolítica e aos acordos climáticos assinados entre as nações- Acordo de Paris é um deles. Por outro lado, constata-se a redução do custo médio ponderado global da eletricidade produzida por essas fontes – energia solar fotovoltaica (PV), eólica onshore, energia solar concentrada (CSP), bioenergia diminuiu.
Durante o período de 2021 e 2022, para os novos projetos eólicos em terra, o custo nivelado médio ponderado (LCOE) global da eletricidade eletricidade diminuiu 5 % , de 0,035 USD/kWh para 0,033 USD/kWh. Já os projetos solares fotovoltaicos à escala da rede pública, o LCOE médio ponderado global diminuiu 3% alcançando os valores de 0,049 USD/kWh. No caso da energia eólica offshore, o custo da eletricidade dos novos projectos aumentou 2%, em comparação com 2021, passando de 0,079 USD/kWh para 0,081 USD/kWh em 2022.
Em parte a redução dos custos globais deve-se a atuação expressiva da China e o avanço tecnológico. A maturidade e a universalização do uso de tecnologias mais eficientes contribuem para a redução dos custos de produção uma vez que há a pulverização dos investimento por produto comercializado. Ademais o interesse em comercializar e a entrada de novas tecnologias possibilitam o acirramento da concorrência o que acaba por refletir nos preços dessa tecnologia.
Somado a tudo isso temos a pressão internacional em redução do uso de combustíveis fósseis e a degradação ambiental. Esses fatores impulsionam a agenda em incluir urgentemente as fontes renováveis.
No próximo artigo, trarei a discussão do papel do Brasil nessa seara ambiental e energética mundial.