DR PAULA MEYER

NOVO GOVERNO, AS ESPERANÇAS SE RENOVAM

Dia primeiro de janeiro Brasília estará em festa e assistirá a posse de mais um Governo. Apesar das manifestações e dúvidas em relação a legitimidade do futuro governo, as esperanças se renovam. O pleito democrático afirmar-se-á e novos tempos estão por vir.

Os desafios são inúmeros a serem enfrentados pelo futuro Governo em áreas importantes e decisivas para o país ingressar novamente em uma trajetória de crescimento sustentado. O trabalho será árduo para retomar o ritmo antes do período pandêmico em um cenário de baixo crescimento econômico, inflação elevada e flanco incomensurável na educação. Sem dúvida a posse de um novo Governo sempre traz uma centelha de esperança em relação ao futuro e o texto aqui é de renovação de esperanças.

Em verdade a pandemia marcou a estória vários países. Muitos ainda estão recuperando-se do  enorme baque ocasionado pelas medidas de isolamento e de restrição de circulação de pessoas. Várias áreas estão recuperando o saldo negativo deixado por esse período pandêmico e o da educação e saúde são as áreas que precisarão ter maior reforço. O Brasil enfrentou a pandemia com altos e baixos, condução confusa no enfrentamento da mesma e o saldo foi de 600 mil brasileiros que vieram a óbito.

Esse quadro não é exclusivo do Brasil quando olhamos para fora e vemos que outros países também obtiveram cifras elevadas de óbitos decorrente do alastramento do vírus da COVID-19. Apesar do quadro desolador e triste o Brasil tem agora novos enfrentamentos a serem resolvidos com certa urgência.

A expectativa para 2023 é de que a economia cresça em 0,79% com juros bastante elevados de 12%. Esse script de juros elevados é um freio de mão para a economia voltar a crescer uma vez que “engessa” os investimentos futuros em áreas importantes como habitação, saúde e educação.

Apesar das dificuldades enfrentadas e esperadas para os próximos anos o futuro Governo está consciente de tais desafios e o roteiro de “enfrentamento” com medidas fiscais, monetárias estarão em curso.

Dentre as medidas que estarão no foco de atuação temos:

a) Em caso de sucesso, a folga fiscal deverá abrir espaço para a ampliação dos gastos públicos principalmente relativos a transferência de renda sob a forma de bolsa-família;

b) Será utilizada a estrutura de financiamento “forte” do governo formada pela rede de bancos estatais para a concessão de crédito privado e do BNDES para as áreas de infraestrutura e social;

c) o avanço das privatizações ficará por hora em “stand by” de modo que se possa analisar com mais calma e com outros critérios as futuras privatizações;

d) Por fim o grande desafio será a reforma tributária que nao fora realizada até então e a revisão de alguns pontos na reforma da previdência.

Essas são as linhas mestras que nortearão o governo Lula de modo que o enfrentamento dos desafios nas áreas social, saúde e educação sejam dirimidos. O atendimento dessas áreas requererá uma vultosa quantia de recursos todavia os mecanismos para a elevação da arrecadação de recursos poderá a qualquer instante ser repensada desde a tributação de dividendos até elevação de certos tributos para fazer jus a enorme tarefa de reorganizar a economia e fazê-la expandir-se novamente.

Como bem diz o título do artigo: novo Governo, as esperanças se renovam e é o que aguardamos com a chegada de 2023.

Feliz Ano novo a todos os leitores.

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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