Recife, PE (novembro de 2019) – O mês de novembro é marcado pelo movimento de conscientização Novembro Azul. O objetivo é reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, esse tipo é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. 25% dos portadores do câncer vem a óbito devido à doença e 95% dos tumores de próstata já se encontram na fase avançada.
A próstata é uma glândula que só o homem possui. É um órgão pequeno e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. O órgão também é responsável pela produção de parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides.
“Em estágios iniciais, o câncer de próstata, via de regra, não apresenta qualquer sintoma. Por essa razão, que mesmo aquele indivíduo assintomático deve procurar o urologista anualmente”, alerta Dr. Guilherme Lima, urologista do Hospital Santa Joana Recife. Quando os sintomas começam a se apresentar, geralmente, a doença já está em estágio avançado. “Os sinais podem ser dificuldade para urinar, dor óssea e até insuficiência renal por obstrução das vias urinárias”, completa o especialista.
A doença pode ser confirmada através dos exames PSA e toque retal. O primeiro é a sigla para Prostate-Specific Antigens, ou antígenos específicos da próstata, em português. Esse é feito para detectar de forma precoce a doença. O segundo é realizado para complementar o diagnóstico. Caso haja alguma suspeita, o indivíduo deve ser encaminhado para a biópsia, exame feito pelo meio de ultrassonografia transretal da próstata.
É importante chamar atenção para os fatores de risco, que são idade, raça negra, obesidade e histórico familiar. Os hábitos alimentares, como por exemplo, o consumo excessivo de gordura animal também conta como condição. “É essencial que os homens assintomáticos façam o exame a partir dos 50 anos. Para aqueles que possuem histórico na família, é negro ou está acima do peso, o exame deve ser feito aos 45 anos”, explica Dr. Guilherme.
O tratamento depende do estágio no qual a doença é diagnosticada. “Nas fases iniciais, o objetivo do tratamento é a cura, que pode ser alcançada através de braquiterapia, radioterapia, e mais comumente por meio de cirurgia. Atualmente, já disponibilizamos das técnicas mais modernas de cirurgia como a prostatectomia radical robótica”, analisa o urologista do Hospital Santa Joana Recife. Esse tipo de operação é um dos avanços tecnológicos, que proporciona melhoria na precisão cirúrgica e maior controle de movimentos durante a operação. A evolução tecnológica sempre teve um grande impacto no desenvolvimento das cirurgias minimamente invasivas. O uso desse método oferece diversas vantagens quando comparado com as cirurgias tradicionais, como a visualização da imagem em alta definição e em 3D. Além disso, o uso do robô permite melhor detalhamento dos planos anatômicos, realização de pequenas incisões e melhor ergonomia para o cirurgião.
Os robôs utilizados no Hospital Santa Joana Recife são do modelo Da Vinci Si HD. Desenvolvidos nos Estados Unidos, os dispositivos foram importados para o Brasil, onde os médicos passaram por treinamento com profissionais americanos, garantindo o manuseio eficiente. O robô possui quatro braços, sendo que um deles é equipado com uma câmera enquanto os outros ficam livres para manusear equipamentos de cirurgia como bisturis, tesouras e pinças.
Após quatro anos de programa de cirurgia robótica, o grupo de urologia do Hospital Santa Joana já realizou aproximadamente 800 cirurgias. E antes reservada apenas para os casos de câncer de próstata, hoje, existe indicações do uso do robô para tratamento do câncer renal, adrenal, bexiga e até mesmo em cirurgias reconstrutivas. No caso da cirurgia de próstata, o uso do robô é o mais indicado pelos médicos e possibilita mais conforto aos pacientes. “A técnica permite um retorno mais precoce às atividades físicas, menor tempo de hospitalização e menor perda de sangue. Especificamente, quando falamos em prostatectomia radical, o auxílio do robô pode permitir melhores resultados funcionais como melhor recuperação da potência sexual e da continência urinária”, afirma o urologista.
Dr. Guilherme Lima comenta, ainda, sobre a importância em deixar o preconceito de lado e buscar cuidar da saúde. “Todo homem com idade elegível deve fazer seu check up anual com a finalidade de se tentar uma detecção precoce do câncer de próstata. Com isso, consequentemente, há um aumento na chance de cura nos casos positivos. O toque retal é um exame essencial, simples, rápido e, sobretudo, indolor, que pode ajudar muito o urologista no diagnóstico da doença”, conclui.
Por: Ananda Cavalcanti – Dupla Comunicação
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