Além de provocar câncer, principalmente o de pulmão, o vício também é um dos principais fatores de morte por doenças cardiovasculares
Diante do Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado no dia 29 de agosto, o médico cardiologista Flávio Feijó, que atua no SESI-PE, reforça que as doenças causadas pelo tabagismo vão muito além das mais popularmente conhecidas, como câncer de pulmão ou de vias aéreas em geral. “O câncer de pulmão é o mais difundido, mas outros cânceres, como o de bexiga, de fígado ou renal, podem estar associados ao fumo. Até mesmo alguns tipos de leucemia sofrem interferência do tabagismo. O acometimento é global”, alerta.
O cigarro também é um dos principais fatores de óbitos por doenças cardiovasculares. O tabagismo provoca um efeito potencializador, aumenta a incidência de hipertensão e diabetes, por exemplo, e acaba intensificando os níveis de colesterol ruim. “Para se entender a dimensão do problema, quem já tem algum fator de risco, a possibilidade de ter eventos cardiovasculares graves, como infarto, AVC ou aneurisma de aorta, aumenta em torno de quatro vezes. Para quem tem dois fatores de risco, a chance aumenta em torno de oito vezes”, calcula, acrescentando que fumar também pode piorar algumas doenças respiratórias, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
O médico cardiologista reforça que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um programa de controle do tabagismo, incluindo o fornecimento de medicamentos. “As pessoas não sabem muito sobre o assunto ou pensam que os tratamentos para a dependência do cigarro estão muito fora do alcance, mas o SUS disponibiliza remédios à base, ou não, de nicotina e centros que promovem terapias cognitivo-comportamentais, fundamentais no controle da dependência”, pontua.
Por conta da carência de informações sobre o assunto, Flávio acredita que a data também é importante para conscientizar e trazer à tona informações desconhecidas pela população. “O dia vem para mostrar que fumar é um ato muito prejudicial para a nossa saúde de uma maneira geral, não apenas sobre doenças cardiovasculares ou em vias aéreas, mas, sim, porque altera toda a funcionalidade do nosso organismo, e é importante que as pessoas tenham essa consciência”.