19/06/2020 – Hoje, 19 de junho, é Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme. Caracterizada pela má formação das hemácias, ela é genética, hereditária, crônica e degenerativa, sendo uma das enfermidades hereditárias conhecidas que mais se dispersaram pelo mundo, estando presente na maioria dos continentes e sendo reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um grave problema de saúde pública mundial, com grande impacto na morbimortalidade da população afetada, quando não diagnosticada e tratada corretamente. No Brasil, a doença tem maior incidência na população preta e parda. Por isso, falar em doença falciforme significa conhecer a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, criada em 2009, pelo Ministério da Saúde.
Para o diagnóstico precoce é fundamental o teste do pezinho no recém-nascido. Em Pernambuco, a cobertura do Teste do Pezinho atingiu 100%, em 2016, como resultado da atuação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na fiscalização da implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, no âmbito do Estado.
“O empenho do Governo à época, criando a Coordenação de Atenção à Saúde da População Negra, em 2012, pelo Decreto nº 37.949/2012, atendeu a demanda social do movimento negro, que reivindicava a implantação da Política Nacional, do Ministério da Saúde, em Pernambuco. Além disso, desde 2010, o movimento social, por meio da Uiala Mukaji – Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco, havia representado junto ao MPPE, para que houvesse a fiscalização da implantação. Portanto, as conquistas atuais foram um somatório de uma atuação engajada da sociedade civil organizada, MPPE, Secretaria Estadual de Saúde e profissionais de saúde”, explicou a promotora de Justiça de Defesa da Saúde da Capital Helena Capela, uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo (GT Racismo), do MPPE.
O Teste do pezinho é de competência do município, cabendo ao estado à análise laboratorial, que é feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Milton Bezerra Sobral (Lacen). O diagnóstico precoce é fundamental para o controle epidemiológico, permitindo que o bebê já entre na rede de atendimento. No caso do teste positivo para a doença falciforme, o Lacen envia cópia para o Hemope e para o município de residência do recém-nascido, para que a primeira consulta seja realizada logo nos três primeiros meses para iniciar o tratamento e acompanhamento ao longo da vida, reduzindo assim o índice de mortalidade.
O tratamento para a doença falciforme é ambulatorial, para evitar as complicações, e emergencial, que visa diminuir as dores provenientes das crises álgicas, combater infecções virais ou bacterianas, os efeitos nocivos de um possível AVC ou da síndrome toráxica aguda, entre outras complicações por ser degenerativa e alguns órgão passam a não ter um bom desempenho funcional com o passar do tempo.
A 34ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital continua acompanhando a cobrança para a realização da eletroforese de hemoglobinas no pré-natal das gestantes, como também os possíveis desabastecimento de sangue para as transfusões e de medicamentos necessários para os tratamentos da doença falciforme. “Ainda hoje o atendimento para os casos de doença falciforme no Estado se concentra no Hemope, quando o reforço na atenção básica nos municípios deve ser estimulado para os casos ambulatoriais e de acompanhamento, para que apenas os graves sejam atendidos pelo Hemocentro, evitando o esgotamento de leitos”, pontua Helena Capela.
Baixo estoque de sangue – O Hemope está disponibilizando agendamento para doação de sangue neste período de isolamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus e o baixo estoque. Os já doadores do Grande Recife podem entrar em contato com a central de agendamento pelo Disk Doação 0800-081-1535, que pode ser realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. O Hemope segue mantendo o seu funcionamento de segunda a sábado, das 7h15 às 18h30. Seja solidário. Veja se você pode ser um doador também, leia os critérios. Fonte: Hemope.