DR PAULA MEYER

LOCKDOWN E A ECONOMIA EM 2020

Recentemente lemos nas manchetes dos jornais a população pedindo a autorização para a continuidade das atividades – comércio, indústria, prestação de serviços. Em algumas capitais foi motivo de aglomerações e tumultos diante dos órgãos fiscalizadores da prefeitura.

Atravessamos 2020 com várias restrições de mobilidade e no entanto as medidas não foram suficientes para barrar o avanço das mortes por COVID-19 que já chega a 191 mil.

Onde falhamos? O que poderia ser revisto? O lockdown não foi forte o suficiente para enfrentar a disseminação do vírus e o que pode ser feito agora?

Alguns países como China, Indonésia conseguiram debelar de vez a circulação do vírus com sérias medidas de lockdown. Países como a Suécia preferiram adotar a imunidade rebanho acreditando que deixar o vírus circular traria a imunização necessária para a população por meio da criação de anticorpos.

As inúmeras tratativas de como enfrentar o alastramento da crise sanitária espalhada pelo vírus como pudemos ver foram exitosas em alguns países e em outros não.

O lockdown foi recomendado por vários especialistas em epidemias. Outros adotaram um lockdown brando não o suficiente para impedir o alastramento do vírus pela população. A população encontra-se desanimada diante do avanço das contaminações por COVID-19. Diante de tais resultados, o isolamento cai a cada dia que passa. Os governos seguem sem articulação conjunta e cada um dita a sua regra de como conter o avanço. E o Brasil segue na lanterna sem observar os danos à imagem do país lá fora.

O descaso e as inúmeras falhas em combater o alastramento do vírus nos renderá diminuição de ingresso de investimentos em infraestrutura, educação, saúde nos próximos anos. Brasileiros serão impedidos de viajar para outros países devido ao avanço do COVID-19.

A boa notícia é que a vacina está chegando. Ao final de novembro laboratórios farmacêuticos deram sinal positivo para a comercialização da vacina. As ações desses laboratórios valorizaram com o anuncio da vacina, a Pfizer, Moderna alcançaram as maiores altas. O comportamento das ações é reflexo das expectativas futuras de recuperação dos investimentos realizados pelas empresas.

A medida em que os pedidos de aquisição da vacina avançam as expectativas futuras de recuperação da economia se mostram possíveis. A certeza de que o alastramento do vírus será contido significa que a vida volta ao normal. As atividade econômica retornará à normalidade. E consequentemente a economia voltará a pulsar e a crescer.

2021 mostra-se como um ano de transição pós-pandemia abrindo espaços para a recuperação em todos os segmentos da economia e da sociedade. Escolas, comercio, indústria voltarão a funcionar pari passu.

Essa é o sentimento que trazemos para 2021. Que possamos viver uma vida plena como antes, com a certeza de que os sonhos poderão ser desengavetados novamente e a vida retornar com o brilho de antes.

Estamos aguardando os bons ventos de 2021 e como fala Nietzsche:

 

“Aquilo que vivemos no sonho, e que nele vivemos repetidas vezes, termina por pertencer à economia global de nossa alma, tanto quanto algo “realmente” vivido”

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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