“Meu velho Ipojuca, teu espelho já não brilha”. Essa canção de Petrúcio Amorim expressa a relação afetiva com um dos mais importantes rios pernambucanos, e também a degradação ambiental sofrida pelo Rio Ipojuca, ao longo dos anos. A recuperação do manancial, que atravessa 25 municípios do Estado, é uma grande preocupação do Governo Paulo Câmara que está à frente da maior ação de despoluição já realizada em benefício dessa bacia hidrográfica. Para esse trabalho desafiador, que está em andamento desde 2013, Pernambuco destina o investimento de R$ 245 milhões somente para execução de obras de implantação de esgotamento sanitário nos dez maiores centros urbanos que cresceram a partir das margens do rio. Trata-se de um grande programa estruturador para melhoria direta da qualidade ambiental do Ipojuca, que hoje (9) ganha comemoração simbólica prevista no calendário oficial. O Dia Estadual do Rio Ipojuca foi reconhecido por meio da Lei de nº 16.360/2018, de autoria da deputada Laura Gomes e sancionada pelo Governo do Estado.
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), órgão vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra), prevê implantar sistemas de coleta e tratamento de esgoto nas cidades de Gravatá, Bezerros, Caruaru, Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó e Poção, no Agreste, e Escada, Primavera e Chã Grande, na Zona da Mata. Tacaimbó já está com o sistema concluído e em operação, deixando de poluir o Rio Ipojuca com o lançamento de efluentes. “A um só tempo, esse investimento tratará os esgotos urbanos com eficiência e fará a despoluição do Ipojuca, apontado como um dos três rios mais poluídos do Brasil. Estamos executando uma solução efetiva para reduzir a poluição do rio, que é complementada com a recuperação das matas ciliares e a reorientação do despejo de dejetos. Essas ações também garantirão melhor qualidade de vida e saúde a população”, explica o presidente da Compesa, Roberto Tavares, pontuando que os recursos do programa são financiados junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Para Caruaru, a mais populosa cidade do Agreste, está sendo elaborado o projeto para contemplar 100% da área urbana com esgotamento sanitário. E está em andamento a recuperação do sistema existente na cidade (que atende 45% de Caruaru), o que inclui ações em dez unidades de bombeamento, além do trabalho de desobstrução dos coletores troncos. Já foram investidos cerca de R$ 20 milhões com esse objetivo. Ainda no primeiro semestre de 2019, serão iniciados os serviços de implantação de esgotamento no bairro do Alto do Moura, importante destino turístico de Caruaru, um investimento de 18 milhões. Em Gravatá, já está em pré-operação a primeira etapa do sistema de coleta e tratamento de esgoto, permitindo ampliar a cobertura para 40% da cidade, beneficiando 40 mil pessoas. Nos municípios de Belo Jardim e Sanharó também estão em execução as obras para implantação de esgotamento sanitário, começando pelo assentamento de rede coletora. Ainda neste semestre, a Compesa vai iniciar as intervenções para construção dos sistemas nas cidades de Escada e Bezerros.
Reflorestamento nas áreas de nascentes
Com 320 quilômetros de extensão, o rio nasce na Serra do Pau d’Arco, em Arcoverde, e desagua no mar, no município de Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. E é na cidade de Ipojuca, que a Compesa em parceria com a Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) vai iniciar, no segundo semestre deste ano, uma ação de restauração florestal das nascentes do rio localizadas em cinco áreas de assentamento rural. Ao todo, 67 hectares receberão a ação que prevê o plantio de 63 mil mudas florestais e frutíferas e o envolvimento de agricultores rurais. Para esse trabalho, serão aplicados R$ 2 milhões.
Fonte: Imprensa Compesa
Foto: Divulgação