Segundo Henrique Galvani, COO da Arara Seed, adesão da modalidade tem despertado interesse dos investidores
De acordo com Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), este ano, o agronegócio deve registrar uma participação de 24,5% na economia brasileira. Tal aspecto destaca o agronegócio como um setor atraente para o recebimento de investimentos. Inclusive, para se ter uma ideia, apenas as emissões dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro) registraram, no primeiro semestre de 2023, um aumento de 50,4% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 4,7 bilhões, conforme divulgou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Neste cenário, Henrique Galvani, COO da Arara Seed, primeira plataforma de equity crowdfunding em startups do agronegócio, destaca que a modalidade de Fiagro, tem sido de grande importância para a potencialização dos investimentos no segmento agrícola. “Conforme a Anbima, em setembro, 77,5% do capital levantado por esses fundos veio de pessoas físicas, isso mostra que a adesão da modalidade Fiagro tem despertado o interesse dos investidores”, explica Galvani.
Atualmente, o modelo de investimento possui três principais tipos, sendo eles: Fiagro-FIDC, no qual os recursos são investidos em direitos creditórios do agronegócio; Fiagro-FII, em que as aplicações são feitas em propriedades imobiliárias rurais; e, Fiagro-FIP, que permitem o investimento em participações societárias de empresas do setor agropecuário.
Segundo Galvani, o Fiagro busca impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e as vantagens de aplicação nesta modalidade incluem a exposição ao setor agroindustrial brasileiro, diversificação da carteira de investimentos e potencial de retorno financeiro. “Cada modalidade oferece um benefício diferente para o ecossistema, por exemplo, o Fiagro-FIDC permite que os produtores rurais possam antecipar recursos para manter as operações antes da venda da safra, garantindo a saúde financeira das atividades agropecuárias; já no Fiagro-FII os recursos são investidos em ativos como terras e imóveis agrícolas; e nos Fiagro-FIP os investidores podem se tornar sócios das empresas e participar das decisões e resultados”, explica.
Ainda de acordo com o COO da Arara Seed, o Fiagro tem potencial significativo de crescimento e desenvolvimento no mercado brasileiro. “Recentemente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é responsável pela normatização do Fiagro, propôs mudanças na regulamentação da modalidade e o projeto prevê a criação de Fiagros multimercados, que permitiriam a inclusão de diferentes classes de ativos em um único fundo, aumentando a liberdade dos gestores na composição do portfólio e possibilitando a diversificação em diferentes tipos de ativos do agronegócio como, por exemplo, nas agtechs e no mercado de venture capital”, elucida Galvani.
Ainda em Consulta Pública, a proposta regulatória da CVM traz outras duas mudanças importantes: a inclusão dos créditos de carbono como ativos elegíveis para os Fiagros e a possibilidade de investimento diretamente em Cédulas do Produto Rural (CPR). “Ambas proposições são fundamentais para o desenvolvimento do setor agroindustrial, pois além de alinhar os fundos com as demandas de sustentabilidade, permitem a popularização do acesso ao investimento no agronegócio”, finaliza o executivo.
Sobre a Arara Seed
Fundada em junho de 2022 em Ribeirão Preto (SP), a Arara Seed nasceu com o intuito de revolucionar o investimento em startups no agribusiness, sendo a primeira plataforma com tese de investimentos voltada para o Agro e Food. Até 2030 a Arara Seed pretende investir em 100 startups e cerca de R$ 140 milhões no setor Agro. Regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a plataforma conecta investidores a promissoras AgTechs (startups do agronegócio) e FoodTechs (startups de Alimentos & Bebidas) que passam por uma criteriosa seleção. Saiba por meio do link.