Atualmente, no mundo, a cada 36 crianças, uma sofre com autismo, segundo o Center for Disease Control and Preventio – CDC. No Brasil, não temos um estudo que mostre as estimativas, pois é algo precário, devido a poucos profissionais especializados, além de que, o correto diagnóstico de autismo não é fácil já que não existe nenhum exame que comprove isso.
“O aumento no diagnóstico de crianças com autismo pode ser atribuído a vários fatores, incluindo maior conscientização e entendimento do autismo, melhorias nos métodos de diagnóstico, mudanças nos critérios de diagnóstico e uma maior disponibilidade de serviços de saúde mental. Além disso, há uma maior sensibilidade para identificar sinais precoces do autismo, o que leva a diagnósticos mais precoces. Vale ressaltar que nem todo aumento no diagnóstico se deve a um aumento real na prevalência do autismo, mas sim a uma combinação de fatores mencionados”, explica o psiquiatra João André Sampaio, com especialização pelo Hospital Albert Einstein.
Fatores elencados pelo médico João André Sampaio, que contribuem para o crescente do número de diagnósticos de crianças com autismo:
1. Conscientização Pública: Nos últimos anos, houve um aumento significativo na conscientização pública sobre o autismo. Isso levou a uma maior sensibilidade das famílias, educadores e profissionais de saúde para os sinais e sintomas do autismo, resultando em uma identificação mais precoce.
2. Melhoria nos Métodos de Diagnóstico: Avanços na pesquisa e na compreensão do autismo levaram ao desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais precisos e abrangentes. Os critérios diagnósticos foram refinados e atualizados, permitindo uma avaliação mais detalhada e confiável.
3. Acesso a Serviços de Saúde Mental: Muitos países expandiram seus serviços de saúde mental e programas de intervenção para crianças com autismo. Isso significa que mais famílias têm acesso a profissionais que podem avaliar e diagnosticar o autismo.
4. Diagnóstico em Idade Precoce: Os benefícios de se diagnosticar o autismo em uma idade precoce são amplamente reconhecidos. Pais e profissionais estão mais atentos aos marcos de desenvolvimento e aos sinais iniciais, o que leva a diagnósticos mais cedo na vida da criança.
5. Ampliação dos Critérios de Diagnóstico: A definição de autismo tem evoluído ao longo dos anos, e os critérios de diagnóstico foram ampliados para incluir uma gama mais ampla de comportamentos e características. Isso resultou em uma maior inclusão de indivíduos que podem não ter sido diagnosticados no passado.
6. Fatores Ambientais e Genéticos: A pesquisa sobre os fatores de risco genéticos e ambientais do autismo tem avançado. Isso pode ter impactado a compreensão de como o autismo se desenvolve e como é diagnosticado.
7. Desmistificação do Estigma: A redução do estigma em torno do autismo encoraja as famílias a procurarem avaliação e intervenção para seus filhos, aumentando assim as taxas de diagnóstico.
Lembrando que, embora esses fatores contribuam para o aumento no número de diagnósticos, a verdadeira causa do autismo ainda é complexa e não completamente compreendida. A interação entre fatores genéticos e ambientais continua sendo objeto de pesquisa e investigação contínuas.
