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Ex-presidente Michel Temer é preso pela Lava Jato

O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira (21) pela Operação Lava Jato. Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, com base na delação do operador do MDB Lúcio Funaro, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Policiais estão nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre. Entre os presos está o ex-presidente Michel Temer, que será levado de avião pela Polícia Federal de São Paulo, onde foi preso em sua residência, para o Rio de Janeiro.

Os agentes ainda tentam cumprir um mandado contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, um dos políticos mais próximos de Michel Temer. A ordem dos mandados de prisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. 

A delação do doleiro Lúcio Funaro foi homologada no dia 5 de setembro de 2017. Segundo informações do jornal O Globo, a colaboração de Funaro, homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal tem 29 anexos que narram em detalhes como teria funcionado o esquema de corrupção no Congresso, chefiada por caciques do antigo PMDB como os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso em Curitiba, e Henrique Eduardo Alves, além dos ex-ministros Geddel Vieira Lima (preso há 6 meses), Moreira Franco e do ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filippeli, que foi assessor especial do gabinete de Temer.

Ainda de acordo com O Globo, investigadores cruzaram informações e documentos fornecidos por Funaro com planilhas entregues à Justiça pelos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni, apontados pela força-tarefa como responsáveis por mandar valores para o exterior para políticos e empresários. Nessas planilhas repassadas, aparecem trasferências para Altair Alves Pinto, apontado como operador de Cunha. Altair foi apontado pelos doleiros como “o homem da mala” que repassava dinheiro para Eduardo Cunha e para o presidente Michel Temer.

Entre os anexos estão informações do doleiro sobre como funcionava o monitoramento para evitar que outros alvos da Lava-Jato fizessem delação premiada, as relações do Congresso com a Grupo JBS, do empresário Joesley Batista, além do Grupo Bertin, de operações de fundos de investimento da Caixa Econômica Federal, da campanha do ex-deputado Gabriel Chalita (MDB-SP, aliado de Temer, da LLX de Eike Batista, da CPI dos Fundos de Pensão e de medidas provisória irregulares. 

Funaro conta ainda, na delação, que, após romper com o governo Dilma, Eduardo Cunha “pautou e liderou” a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que teria enviado uma mensagem a Funaro perguntando se ele teria recursos para poder comprar os votos necessários dos deputados para aceitarem o impeachment, que culminaria com o afastamento de Temer. Funaro não cita valores, mas diz que disponibilizou recursos para Cunha. E acusa Cunha de tramar diariamente a aprovação do impedimento da petista. 

Michel Temer foi presidente da República entre maio de 2016, após o afastamento de Dilma Rousseff (PT) por processo de impeachment, e dezembro de 2018. Eleito duas vezes na chapa da petista, Temer chegou a ser coordenador político da presidente no segundo mandato dela, mas logo os dois se afastaram, o que culminou com o apoio do MDB ao processo de impeachment. 

Formado em Direito, Temer começou a carreira pública nos anos 1960 no governo de São Paulo. Foi deputado federal constituinte no final da década de 1980, sendo reeleito por quatro vezes seguidas. Temer foi também presidente da Câmara dos Deputados entre 2009 e 2010, além de ter sido presidente do MDB durante cerca de 16 anos.

Fonte: Folha PE

Foto: Evaristo Sa/ AFP

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A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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