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EPISÓDIO FINAL: TRIBUTAR LIVROS ASSEMELHA-SE AO ATO DE ACENDER FOGUEIRAS PARA QUEIMÁ-LOS EM PRAÇA PÚBLICA!

Direto de Brasília-DF.

Não sem razão crises sociais são desencadeadas por falta de atendimento das necessidades mais básicas das pessoas. Assim, o Estado segue sendo apenas um agente da falida democracia formal, ou seja, aquela que promete e não cumpre.

Foi assim com a crise brasileira nos transportes, como aconteceu com os protestos pré-impeachment de Dilma Roussef no Brasil, e em 2020 contra Sebastián Piñera, presidente do Chile e espero que siga assim em qualquer parte do mundo, porque o mínimo que o eleitor tradicional deve fazer é cobrar as “migalhas que caem da mesa dos seus senhores”, já que por eles matam e morrem.

Pergunto-me sempre a quem estamos querendo enganar, diante do fato que países em desenvolvimento abrigam 98% dos famintos do mundo?

Que esquerda ou direita política salvadora é essa que mantém a América Latina na miséria e segue sendo adorada por uma legião de fiéis tão radicais quanto os mais radicais dos religiosos. Fiéis que quando resolvem fugir do estereótipo apegam-se aos malditos Centrões que representam apenas o lixo ético que sobeja da esquerda ou da direita que veneram. A política como feita na nossa democracia formal é uma doença venérea a tornar cancerígenas as células da democracia substancial que a política social sonhada por Aristóteles deveria abrigar.

Você sabia que o desemprego atinge mais de 14 milhões no Brasil e na América Latina supera os 10% de sua população, como assevera a OIT – Organização Internacional do Trabalho? Abaixo de Canadá e EUA, neste nosso continente americano nem sequer os preços da cesta básica entram em curva decrescente, ou sequer se estabilizam!

Você tem ideia do quanto representa esse desemprego, numa população de quase 800 milhões como a da América Latina e Caribe? Oficialmente são mais de 76 milhões de desempregados e extraoficialmente mais de 80 milhões. Ainda há que considerar a multidão dos que possuem emprego e ganham menos que 1 salário mínimo (classe dos miseráveis econômicos) e os que ganham entre 1 e 3 salários mínimos, classe dos pobres, sob critério jurídico brasileiro que vigia até pouco tempo na Lei 1.060/1960, mas que dela foi retirado por “adequação” ao critério do “politicamente correto” tão em moda em nossos dias.

As classes do sopé da pirâmide social e econômica, que separa ricos de miseráveis possuem características próprias. Os miseráveis não compram livros por razões várias. A uma porque falta dinheiro até para matar a fome, prioridade das prioridades de qualquer ser humano racional.

Segundo porque os que tiveram oportunidade de frequentar o ensino escolar ao invés de aprender a amá-lo e a seus subprodutos, cedo aprenderam foi a detestar ler e escrever. O resultado dessa equação é que ninguém fica novo pra sempre e ao chegar à idade de entrar no Mercado de Trabalho é impiedosamente rejeitado por falta de capacitação e treinamento. Hoje faltam profissionais de TI e de engenharia, que possui mais de 200 mil vagas não preenchidas, somente no Brasil.

A tais causas que também assolam a classe pobre, some-se o fato de vivermos em um país e continente em que as classes políticas estimulam a “guerra ideológica” da esquerda contra a direita e vice-versa. É assim que fazem com que  as pessoas sintam-se engajadas numa luta (fictícia) em que são treinadas para pensar que o culto, a dedicação e a subserviência a determinado partido ou candidato político os faz cúmplices de grandes projetos. Em verdade tudo não passa de fantasia dentro de uma espécie de realidade fantástica, com promessas mirabolantes de um “novo Brasil”, de um país justo, ético, etc., etc., etc.

Ocorre que há mais de 500 anos seguimos sendo o velho Brasil dos políticos santificados ou demonizados pela mídia. Alguns destes presidentes recentes usam o macacão de santo, somente até chegarem em suas casas ou coberturas, quando despem a fantasia e assumem o verdadeiro diabo que veste sua personalidade corrupta.

 Afinal, que mediocridade burra, estúpida, tapada, cega e repetitiva; que efeito manada é este que faz o rebanho seguir seu dono diretamente ao matadouro como se estivesse indo passar férias nas Bahamas?

 O gado no corredor da esquerda segue para a morte e olha para o gado do corredor da direita que também segue para a morte e ambos se xingam, insultam, se cospem. Atiram capim um no outro, tudo em defesa do grande líder que os conduz ao lugar aonde serão executados “com uma facada no peito ou com uma pancada fatal na cabeça”. Será que a falta de leitura constante e perene de livros capazes de criarem juízo lógico e crítico são induzidores desse estado de estupidez coletiva?

 Comida no estômago sem teve prioridade sobra o analfabetismo e deve ser assim mesmo. Todos sabemos ser possível sobreviver sem ler e escrever, mas não sem comer. Mas, e a história de que nem só de pão viverá o ser humano?!?  O que isto quer dizer em suas múltiplas interpretações? É possível que a educação e o ensino baseado na leitura, escrita e raciocínio lógico e crítico sejam capazes de criar e sustentar um modo de vida social com um pouquinho de justiça econômica e social  à mais que o que nos é dado?

 Pois bem, miseráveis e pobres econômicos não compram livros porque a renda mensal mal cobre os gastos com o básico da sobrevivência. Os livros que consomem são os didáticos, fornecidos nas escolas públicas. Mas, destes as crianças normalmente têm raiva porque dominar seu conteúdo é obrigação e o que é obrigatório ganha contornos de esforço indesejado, numa sociedade em que o “smartphone” e o computador são infinitamente mais atrativos. Resultado é que livros didáticos são vistos como um fardo a ser carregado e não como uma ferramenta da meritocracia que o Mercado Acadêmico e de Trabalho exige para premiar os que mais se destacam.

 A sua vez, as classes média e alta consomem livros de forma muito parecida aos que os usuários de drogas pesadas, pois pouco se importam com o menosprezo de quem planta, cultiva e colhe as ideias por trás do produto que é levado ao mercado. À semelhança dos grandes traficantes que são os que lucram com as drogas que circulam no mundo, os governos com seus tributos, os editores, distribuidores e redes mundiais de livrarias ficam com todo o lucro e tratam aos escritores(as) com o desprezo do tolo da fábula de Esopo, que quis matar a galinha para ficar com os ovos de ouro.

 Serão estas algumas das razões pelas quais nossos políticos investem pesado e perenemente em CEGUEIRA COLETIVA, em DESPREZO POR EDUCAÇÃO, DESPREZO POR ENSINO e no treinamento de uma sociedade que assemelha-se às mulas do himalaia, que sobem o Everest carregadas para que seus donos finquem a bandeira da conquista, enquanto recebem apenas a ração diária? As mulas sobem e descem com as cargas que seus donos lançam sobre seus ombros e ganham de presente o capim diário. Será que seus donos agem assim porque sabem que cada vez que uma mula morre, é facilmente substituível?

 Livros não fazem parte da cesta básica hipotética criada pelo CELAG, como expliquei no artigo passado. No modelo que nossos políticos escolheram para seguirmos e que nos dispusemos a aceitar, livros em cesta básica aumentariam a desproporção entre salário e poder de compra, mas tenho certeza que em três décadas diminuiriam sensivelmente a fundura do poço que segue nos separando de sermos um país desenvolvido desta Nação de “gado da esquerda e gado da direita”, que temos sido nos mais de 500 anos de nossa existência.

 França, Alemanha, Suécia, Suíça, Inglaterra, EUA, Canadá, Holanda, Singapura e outros países conseguiram fazer a transição entre miséria, pobreza e desenvolvimento. O que nos impede de copiar bons modelos? Somos capazes e podemos fazê-lo! Porque, então, não o fazemos?

Entenda que livros são códigos pensamentais à espera de serem decifrados, interpretados por quem tem a habilidade da leitura. leia! Saiba que quem escreve codifica, quem lê decodifica. Desenvolva estas duas habilidades e cultive-as!

 Leia e escreva sem moderação! Escrever é saber codificar, ler é saber decodificar. No cultivo dos dois pode estar a fórmula para o teu sucesso.

 Escrever signos e interpretar sinais pode ser o diferencial do êxito em sua vida e na vida de uma Nação.

 Não seriam estes artigos argumentos para professores discutirem com seus alunos em salas de aula presenciais e virtuais? Porque abraçar temas superficiais e abdicar de temas que realmente fazem pensar? Será este o reflexo de que estamos todos no mesmo círculo da doutrinação política que nos deseja manter cegos, surdos e mudos?

 Asseguro que o desvalor para com o livro e a leitura; que essa guerra que nos põe equivocadamente em lados opostos é o desejo da esquerda, da direita e do “centrão” político, que não nos querem como uma só Nação, mas como rebanho particular que podem levar ao matadouro, esfolar o couro e vender a carne.

 Essa estúpida e imbecil ideologização na qual vivemos a cada ciclo eleitoral segue apodrecendo os alicerces de nossa sociedade, corroendo nossa dignidade econômica e social e destruindo as chances de sermos um país desenvolvido. Não pense que o preço histórico está por vir. Ele está entre nós e quem tiver olhos para ver, que o veja.

 Obrigado por acompanhar-me em mais esta série.

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 não perca! Quarta-feira próxima, dia 16/06, estreia a nova série: “CORRUPÇÃO DURANTE A PANDEMIA. VIDAS HUMANAS, O QUE ISTO IMPORTA?”

 

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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