Direto de Brasília-DF.
Desde o nascedouro a humanidade se digladia com o desejo de viajar no tempo. Passado e futuro são sonhos de consumo.
O que uma pessoa faria com dom assim, caso o alcançasse? Há pelo menos duas explicações para esta pergunta. A primeira é a que abrange respostas de foro íntimo, aquelas que ninguém revela porque envolvem segredos íntimos, profundos.
A segunda explicação é a do “merecimento” de quem deseja conquistar tais poderes. Assim, para parecer digno e mais humano invoca-se a solidariedade, o amor e a compaixão para com os demais membros da raça humana ou para com o meio ambiente, envolvendo promessas de ser bom com os pobres e necessitados, etc., etc., etc.
Entre os que sonham com viagens no tempo é comum dizer que a volta ao passado permitiria corrigir erros passados.
Quem deseja enxergar o futuro jogando búzios, observando café na xícara, ouvindo profecias e toda categoria de “mandinga”, a sua vez, diz que gostaria de visitá-lo para jogar o número certo na loteria, saber o que vai acontecer para voltar ao presente e fazer as escolhas certas.
Por trás das justificativas de beneficiar o coletivo todos sabemos que o predomínio é, o da realização individual sem limitações ou com o mínimo de regras possíveis a serem cumpridas. O desejo de todos e de cada um é ter poder para fazer o que quer, com quem quer e da forma que quer, sem ter de se submeter a alguém ou a coisa alguma. Mas, não é assim que a vida funciona. As escolhas devem ser feitas a cada momento que antecede a ação, a omissão, e o fato a ser produzido.
Tomando-se a maioria da população do planeta que sempre foi, é, e será de pessoas mal sucedidas, você crê que se tais pessoas pudessem viajar ao passado ou ao futuro corrigiriam o rumo de sua existência? Penso que sim.
Será que essas “correções” na linha do tempo impediriam as constantes guerras, genocídios, crimes e demais mazelas que assolam a humanidade? Será que valorizaríamos mais a educação e o ensino? Não creio, pois, a questão do Mal é psicologicamente estrutural, ou seja, está na natureza humana. Aquele que detém poder sempre quer aumentá-lo como meio para subjugar a tudo e a todos.
É possível inferir que o desequilíbrio que alicerça nossas sociedades de consumo exige que, para que alguém tenha mais importa que outro alguém tenha menos. É assim que se produz senhores e servos, ricos e pobres.
Há, todavia, um ambiente em que o mérito é oferecido igualmente a todos. Este é o ambiente escolar. Todos podem começar na mesma série e percorrer gratuitamente em escolas públicas o nível fundamental e secundário. Agora, se este é o mínimo do mínimo da qualificação que o Mercado exige e alguém que pode não se propõe fazer as escolhas certas, então o que esperar como recompensa? E, porque tais pessoas que no presente podem mudar seu futuro sem necessidade de máquina do tempo ou dom especial sempre se ressentem transferindo a culpa pelo fracasso pessoal para terceiros?
Livre arbítrio é a capacidade de escolher de forma consciente e livre, a ação ou omissão que resulta em determinada prática. A mesma prática cujo alicerce é a vontade consciente e livre que leva cada aluno, cada pai ou responsável, cada político, cada pessoa no planeta a fazer ou deixar de fazer algo.
Entenda que o fracasso que você colhe não é o mesmo para o qual nasceu ou estava destinado, mas o fracasso que constrói a cada dia quando faz a escolha errada e deixa de fazer o que deve, quando deve.
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