#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

EPISÓDIO 9: O LIVRE ARBÍTRIO (SÉRIE: CASOS ESCABROSOS DE AGRESSÃO DE ALUNOS, PAIS E RESPONSÁVEIS CONTRA PROFESSORES, ORIENTADORES EDUCACIONAIS E DIRETORES DE ESCOLAS)

Direto de Brasília-DF.

Desde o nascedouro a humanidade se digladia com o desejo de viajar no tempo. Passado e futuro são sonhos de consumo.

O que uma pessoa faria com dom assim, caso o alcançasse? Há pelo menos duas explicações para esta pergunta. A primeira é a que abrange respostas de foro íntimo, aquelas que ninguém revela porque envolvem segredos íntimos, profundos.

A segunda explicação é a do “merecimento” de quem deseja conquistar tais poderes. Assim, para parecer digno e mais humano invoca-se a solidariedade, o amor e a compaixão para com os demais membros da raça humana ou para com o meio ambiente, envolvendo promessas de ser bom com os pobres e necessitados, etc., etc., etc.

Entre os que sonham com viagens no tempo é comum dizer que a volta ao passado permitiria corrigir erros passados.

Quem deseja enxergar o futuro jogando búzios, observando café na xícara, ouvindo profecias e toda categoria de “mandinga”, a sua vez, diz que gostaria de visitá-lo para jogar o número certo na loteria, saber o que vai acontecer para voltar ao presente e fazer as escolhas certas.

Por trás das justificativas de beneficiar o coletivo todos sabemos que o predomínio é, o da realização individual sem limitações ou com o mínimo de regras possíveis a serem cumpridas. O desejo de todos e de cada um é ter poder para fazer o que quer, com quem quer e da forma que quer, sem ter de se submeter a alguém ou a coisa alguma. Mas, não é assim que a vida funciona. As escolhas devem ser feitas a cada momento que antecede a ação, a omissão, e o fato a ser produzido.

Tomando-se a maioria da população do planeta que sempre foi, é, e será de pessoas mal sucedidas, você crê que se tais pessoas pudessem viajar ao passado ou ao futuro corrigiriam o rumo de sua existência? Penso que sim.

Será que essas “correções” na linha do tempo impediriam as constantes guerras, genocídios, crimes e demais mazelas que assolam a humanidade? Será que valorizaríamos mais a educação e o ensino? Não creio, pois, a questão do Mal é psicologicamente estrutural, ou seja, está na natureza humana. Aquele que detém poder sempre quer aumentá-lo como meio para subjugar a tudo e a todos.

É possível inferir que o desequilíbrio que alicerça nossas sociedades de consumo exige que, para que alguém tenha mais importa que outro alguém tenha menos. É assim que se produz senhores e servos, ricos e pobres.

Há, todavia, um ambiente em que o mérito é oferecido igualmente a todos. Este é o ambiente escolar. Todos podem começar na mesma série e percorrer gratuitamente em escolas públicas o nível fundamental e secundário. Agora, se este é o mínimo do mínimo da qualificação que o Mercado exige e alguém que pode não se propõe fazer as escolhas certas, então o que esperar como recompensa? E, porque tais pessoas que no presente podem mudar seu futuro sem necessidade de máquina do tempo ou dom especial sempre se ressentem transferindo a culpa pelo fracasso pessoal para terceiros?

Livre arbítrio é a capacidade de escolher de forma consciente e livre, a ação ou omissão que resulta em determinada prática. A mesma prática cujo alicerce é a vontade consciente e livre que leva cada aluno, cada pai ou responsável, cada político, cada pessoa no planeta a fazer ou deixar de fazer algo.

Entenda que o fracasso que você colhe não é o mesmo para o qual nasceu ou estava destinado, mas o fracasso que constrói a cada dia quando faz a escolha errada e deixa de fazer o que deve, quando deve.

 

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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