#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

EPISÓDIO 8 – Os irmãos BANU MUSA e o primeiro “computador” de 21 séculos atrás

Direto de Brasília, DF

 

TI, A DEVORADORA DE PROFISSÕES

Passados 800 anos (entre o século III e I, a.C.,) foi a vez de HERON, matemático e mecânico macedônio da cidade de Alexandria, tornar realidade a lenda de HEFESTO.

Heron projetou máquinas, autômatos que podem ser vistos como antecedentes dos robôs e usou palcos como no teatro para fazer suas demonstrações. Neles fazia com que suas estátuas e estatuetas se deslocassem mecanicamente, acendessem fogueiras no cenário, e até servissem vinho em taças sustentadas por outras estatuetas, simulando uma interação humana.

É certo que essas engrenagens que podem ser descritas como “elementos mecânicos compostos de rodas dentadas que se ligam a eixos, aos quais imprimem rotação e torque, transmitindo potência não possuíam circuitos integrados ou transistores capazes de fazê-las adquirir conhecimento ou “aprender a pensar”, como a TI já propicia aos nossos robôs atuais. (vide Wikipédia)

Nove séculos depois de Heron de Alexandria, na Babilônia, atual Iraque, por volta do ano 800, d.C., três irmãos árabes usaram madeira, cabos e suas habilidades pessoais para construir a “Máquina Banu Musa”, ancestral do primeiro programa de computador, também chamada de “o primeiro disco rígido”.

Em Bagdá, Iraque, havia um clube chamado “Casa da Sabedoria”. Nele, pensadores e cientistas tinham como regra a dúvida e busca por evidências das teses revolucionárias que defendiam. 

O Professor Jim Al-Khalili, físico teórico, diz que a exemplo da Grécia antiga, esses pensadores iraquianos amavam o conhecimento e se desafiavam a pensar e construir meios e máquinas que pudessem auxiliar o ser humano em suas múltiplas tarefas.

Foi assim que os irmãos Banu Musa (Maomé ibne Muça ibne Xaquir, Amade ibne Musa ibne Xaquir, e Haçane ibne Musa ibne Xaquir) interessados em aprender novos idiomas para compreender o que outros cientistas ensinavam começaram a projetar várias espécies diferentes de máquinas.

Eles traduziram vários livros ao árabe e após escreveram  “The Book of Ingenious devices”, algo como “O livro dos dispositivos engenhosos”. No livro apresentam e discutem centenas de inventos, autômatos de engenheiros gregos e inventos que eles próprios criaram.

Há historiadores que acreditam que a TI começou com os irmãos Banu Musa e que foram eles que inventaram o primeiro Disco Rígido de computador. A palavra computador, por exemplo, significa aquilo que computa, ou seja, que faz a contagem de algo, que processa, analisa e compara informações.

No livro “O instrumento que toca sozinho” os irmãos Banu Musa descreveram o projeto de uma máquina capaz de ouvir música e reproduzi-la em seguida, como se fosse um disco que recebe as informações em suas ranhuras e depois as reproduz.

Batizada de “Máquina Banu Musa” foi refeita pelo engenheiro e músico, Liang Zhipeng e está exposta no Centro de Arte e Mídia ZKM, na Alemanha.

A máquina, impulsionada pela força da água, que a fazia girar, é considerada o primeiro programa de computador, o primeiro disco rígido inventado pela humanidade. (https://www.dw.com/pt-br/centro-de-arte-e-m%C3%ADdia-museu-e-polo-de-pesquisa-e-documenta%C3%A7%C3%A3o/a-16879416)

O Professor Jim Al-Khalili ao depor no documentário “Ideias Revolucionárias do H2-History Channel”,  diz que no livro “O instrumento que toca sozinho”, os irmãos Banu Musa, planejavam miniaturizar a máquina ao máximo para fazê-la caber dentro de um manequim que poderia ser utilizado no teatro ou corte real para divertir o rei, ou onde quer que alguém quisesse um autômato tocando música como se fosse um ser humano. Aí está, certamente, o pensamento de um protótipo de robô.

Assim, ao olhar para um computador lembre-se tratar de uma máquina programável, ou seja, que faz cálculos, processa, analisa e compara informações e que isto começou de forma mecânica com os autômatos, passou pelas calculadoras matemáticas, pelos computadores e hoje busca o robô perfeito, ou seja, aquele que pensa e sente como ser humano.

Na medida em que a TI avança seu domínio sobre a digitalização da vida e produção de comodidades para o ser humano, ela segue devorando profissões e colocando outras à beira da extinção, como: ferreiro, sapateiro, costureiro, alfaiate, telefonista, datilógrafo, digitador, jornaleiros e suas bancas de revista, carteiro e todos os serviços prestados pelas empresas de Correios do mundo, gráficas e gráficos estão prestes a serem substituídos por máquinas que realizam todo o ciclo de produção de revistas, jornais e livros.

Cada vez que uma profissão destas desaparece milhares ou milhões de pessoas ficam à deriva no mercado. Quem se preocupa em evoluir, buscar alternativas e novas habilidades sobrevive, os mais tradicionais que não conseguem acompanhar a rápida evolução em que vivemos sofrem com desemprego e queda do padrão de renda, o que termina por provocar depressões, ansiedade, quebra dos vínculos familiares, sociais e outros males que geram a maioria dos 80% das doenças psicossomáticas que assustam nosso mundo e destroem a qualidade de vida.

Você tem observado se sua profissão está se desgastando no tempo? Ela é daquelas que tem vida longa garantida ou daquelas que caminham para a extinção?

 

E semana que vem não perca a entrevista com Juliana Hilário. É a vez de sabermos sobre as mulheres na (TI).

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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