Direto de Brasília-DF.
Em cada pai, mãe, e responsáveis que não disciplinam, em cada filho que despreza a disciplina dos pais ou responsáveis, em cada aluno que afronta ou declara “guerra” a um professor(a), orientador(a) educacional ou diretor(a) de escola, em cada aprendiz que rejeita a lição cotidiana da vida e àquela ensinada nas escolas, está o vírus da ignorância que conduz à morte do raciocínio crítico-lógico e reforça a criação de seres humanos “gadificados”.
No Brasil as classes políticas querem fazer crer que educar é construir salas de aulas para ensino fundamental e médio. Se deseja um pouco mais de sofisticação na análise, então digo que desejam que o povo aceite ser suficiente a execução do conteúdo curricular oficial, para que ao final de cada ano letivo os alunos estejam aptos a ascender ao degrau seguinte da vida.
Escolarizar alguém sem entender que educação é um conjunto de procedimentos que envolvem família, sociedade e Estado trabalhando substancialmente e conectados ao outro, é uma ilusão que necessita ser desfeita a partir da revalorização da educação na família e do ensino nas escolas, conscientes que cada vez que uma dessas partes trabalhar contra a outra, educação e ensino não prosperam.
Juridicamente “família” é um conceito em constantemente mutação nos dias atuais. Eis algumas novas definições: família hétero homem/mulher, família hétero somente de duas mães, família hétero somente de dois pais, família homossexual somente de dois pais, família homossexual somente de duas mães, etc. Sua mutação no gênero altera também o conteúdo da informação sem alterar o conteúdo ético do que é justo e injusto, honesto e desonesto, legal e ilegal.
Certamente as pessoas de pensamento radical quererão negar essa evolução dos conceitos existenciais familiares, mas tanto quanto a natureza não se desculpa e envia seus furacões e tempestades, esses fatos seguirão existindo e evoluindo. De minha parte, em relação a quem não aceita a realidade, parafraseio os “Titãs” e “dos cegos do castelo, me despeço e vou”. Eis que não quero parar no tempo, pois prefiro devorá-lo quase na mesma medida que ele me devora e juntos findarmos sem remorsos e olhando por suas janelas o que ocorre em cada estação da vida.
Sigo enfatizando que não devemos confundir escolarização com educação. Aquela oferece conhecimento, enquanto esta prepara o ser humano para viver conforme imperativos categóricos da razão, inclusive aquele formulado concisa e brilhantemente pelo filósofo Immanuel Kant, que diz: “Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal”.
Em uma de minhas palestras voluntárias pelas escolas públicas do Distrito Federal, nos últimos três anos, desafiei e uma aluna de escola fundamental interpretou o imperativo kantiano de forma simples e maravilhosa. Disse-me significar que uma pessoa não deve fazer com outra, aquilo que não quer que façam consigo.
Educa-se alguém para a vida e não para anos letivos. Isto não significa que agentes da educação e agentes do ensino são melhores ou piores entre si, mas que na complementaridade está a fórmula simples e eficaz para colhermos bons resultados. Ensino é a arte de transmitir conhecimentos adquiridos, identificados, classificados, analisados e sistematizados.
Com as grandes navegações e suas guerras de conquistas de novos territórios para a Bélgica, Espanha, Portugal, Inglaterra, Holanda, e França; com a queda do feudalismo e ascensão da burguesia na qual surgem os novos-ricos da Idade Moderna (comerciantes, industriais e banqueiros, entre séculos XV e XVIII) e com as grandes revoluções, especialmente a Industrial, a necessidade de mão de obra cresceu drasticamente e escolas, e alunos passaram a compor a equação do Mercado de Trabalho, acima de qualquer outra.
Foi assim que escolas e alunos posicionaram-se entre as mais antigas equações do desenvolvimento de Nações, da renovação do mercado de trabalho, e manutenção de economias sustentáveis.
Continua…
(Foto de arquivo pessoal. Uma das visitas à sede da ONU, em NYC-EUA)
