Direto de Brasília, DF
Conheço um pouco da trajetória de vida da entrevistada de hoje. Ela tem a nobre profissão de Pedagoga Orientadora educacional e fez uma verdadeira metamorfose em sua vida para se tornar também uma das melhores Psicanalistas em atuação no país.
Dividir o trabalho como esposa, mãe, orientadora educacional, psicanalista, palestrante e Mentora em Programação Neurolinguística, certamente exige obstinação, o que Kennya Fernandes tem demonstrado pelos frutos da jornada e êxitos que vem colhendo. O preço que a vida exige pelos sonhos é alto e pagá-lo divide quem faz, daqueles que somente falam.
Por estas e outras razões perceberá que a entrevistada de hoje, na série “Histórias de quem não desiste” é um modelo de quem confunde os sonhos com a própria vida.
Senhoras e senhores, com vocês Kennya Fernandes:
Judivan Vieira: Fale um pouco sobre você.
Kennya Fernandes: Sou Kennya Aparecida Teles Fernandes, tenho 48 anos, nasci em Brasília, vim de uma família humilde de pais maravilhosos, conservadores e guerreiros que lutaram muito para educar as suas duas filhas com muitos valores, fazendo o melhor que podiam para nos dar boa educação intelectual e de alma.
Sou filha de dona Eustáquia, mulher forte e marcante que deixou muita sabedoria para minha vida. Ela exercia a profissão informal de costureira de mão cheia para ajudar no sustento da casa, Meu pai se chama Raimundo Teles, cearense, caminhoneiro, batalhador e honesto. Tenho 3 irmãos, uma irmã por parte de pai e mãe, a Keila que é minha companheira e amiga, minha “metadinha”. E tenho uma irmã e um irmão por parte de pai, do seu segundo casamento. Sou casada há 23 anos com um pessoa incrível que me apoia nos meus projetos e sou mãe dos gêmeos mais lindos do mundo(kkk), João e Pedro, dois adolescentes com 17 anos, hoje, eles são meus maiores professores no quesito, saber como educar adolescentes.
JV: Fale-nos sobre sua formação acadêmica e as dificuldades que enfrentou e enfrenta para seguir se aperfeiçoado.
KF: Minha formação de base começou quando fiz o Magistério. Foi o que despertou meu interesse em ensinar. Cursei a Faculdade de Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional dando continuidade na jornada de aperfeiçoamento. Tenho pós graduação em Psicopedagogia clinica e institucional, Sexualidade Humana, Neurociências Comportamental e cognitiva com ênfase em PNL (Programação Neurolinguística) e Psicanálise clinica. Fui percebendo com o decorrer da minha atuação como orientadora educacional a necessidade de buscar mais conhecimento, pois os desafios na área de desenvolvimento humano são diversos.
Entender como a mente funciona e como podemos programá-la para obter melhores resultados na vida profissional e pessoal sempre foi uma curiosidade para mim. Iniciei o mestrado em Psicologia, porém, não conclui dando prioridade para a conclusão do curso de formação Clinica em Psicanálise. Hoje, além de Orientadora Educacional tenho como outra profissão ser Psicanalista.
JV: Por que resolveu se tornar Pedagoga Orientadora Educacional e quais os caminhos que meu leitor(a) deve seguir para ter esta graduação, caso deseje esta profissão?
KF: Além de ser professora eu sempre gostei de ouvir pessoas em suas diversas demandas e queria cursar psicologia. Quando descobri que a orientação educacional tinha uma característica peculiar da escuta ativa decidi cursar orientação. A Orientação Educacional visa ao pleno desenvolvimento do aluno, priorizando a relação entre o ambiente escolar, familiar e a comunidade. Lida com demandas problemáticas de uma escola e realiza os devidos encaminhamentos para melhor ajuste e formação dos alunos nas diversas redes de apoio. Para se tornar um Orientador Educacional, atualmente, uma pós graduação na área já proporciona essa habilitação para atuar em vários contextos.
JV: Quais os maiores desafios que uma Pedagoga Orientadora Educacional enfrenta nas escolas públicas?
KF: os maiores desafios que encontro são: maior envolvimento da família no processo de ensino e aprendizagem dos filhos, já que os pais estão delegando até mesmo a educação formal, para a escola. A preocupação em elaborar um propósito de vida está bem distante da realidade da maioria dos adolescentes e isto dificulta seu compromisso e responsabilidades com a escola e seus deveres estudantis. Outro desafio é prestar atendimento e apoio para os adolescentes, nas demandas de saúde mental e dificuldades de aprendizagem, dada a quantidade de casos existentes. O público externo não imagina a quantidade e complexidade dos casos de desajustes com os quais lidamos cotidianamente.
JV: Como vocês enfrentam as múltiplas deficiências nas escolas públicas, sabendo-se que há uma desestruturação do Estado, das famílias, e dos próprios alunos, somando-se a isto a violência nas escolas?
KF: Essa realidade já era bem vivida no contexto escolar, antes da pandemia. Depois dela passamos por desafios cada vez maiores em adequar o papel social de cada segmento na realidade escolar dos alunos. A reformulação de projetos, criação de novas estratégias tem sido uma constância nas reuniões de coordenação de orientadores e professores. Mudanças na atuação em ambiente escolar, tudo tem configurado abordagens para enfrentar as múltiplas deficiências. Infelizmente, a realidade é muito complicada porque há uma necessidade grande do envolvimento de todas as partes, Estado, família, etc., porém a impressão que tenho é que todos fingem fazer alguma coisa e na verdade o orientador educacional está sobrecarregado por ter que fazer o trabalho de apagar fogo e enxugar gelo.
JV: O que te levou a se desafiar depois de 20 anos como Pedagoga Orientadora Educacional, e se tornar Psicanalista??
KF: A psicanálise e assuntos da psicologia já eram uma realidade de estudo aleatório para mim. O que me fez buscar foi ter que passar pela terapia para entender melhor e saber lidar com meu filho que apresentou um diagnóstico de TDAH. Foi a partir de viver a experiencia da análise que entendi que muitos comportamentos que temos, vêm de uma realidade vivida desde a infância e que norteiam nossas atitudes e pensamentos de forma inconsciente. Vivendo esse processo percebi que podia ajudar pais, mães e adolescentes nos mais variados conflitos psíquicos e emocionais que influenciam diretamente na aprendizagem. Essa busca de entender melhor o que se passa na vida de tantos alunos que não conseguem aprender impulsionou a abrir minha clínica e atuar em outro turno como Psicanalista Clínica.
JV: Como você se define enquanto psicanalista? Abraça uma linha específica ou trata seus pacientes sobre múltiplas óticas dos fundadores da psicanálise? Onde clinica? Você atende somente presencialmente ou também já entrou na modernidade das consultas online?
KF: Eu me defino uma psicanalista que tem a linha freudiana como base acadêmica, e que utiliza diversas ferramentas de outras óticas para ajudar meus pacientes a desenvolverem habilidades para resolverem seus conflitos internos e entenderem quem são, a partir de se reconhecerem. É assim que os pacientes se tornam mais felizes em ser quem são, encontrando possibilidades de mudanças para alcançarem uma vida que deseja.
Eu clinico na “InvestSer”, no Taguatinga Shopping-DF, a clínica que construí com muito amor e atualmente conto com a parceria de muitos profissionais de alto gabarito, atendendo a variadas demandas. São psicanalistas, psicopedagogos, psicólogos, hipnoterapeutas e outras especialidades. E também entrei na modernidade sim, atendendo consultas online em diversos estados e países como Portugal e Espanha. Além dos atendimentos, também sou analista supervisora e professora em alguns institutos e escolas de Psicanálise.
JV: Que currículo você conseguiu construir até aqui, como psicanalista e qual sua área principal de atuação?
KF: Por meio da Psicanálise fui buscando outras ferramentas para atuar de maneira mais assertiva nos processos terapêuticos. Hoje, meu currículo tem uma extensão em Formação Master em Hipnose Clinica, Master em Programação Neurolinguística, Especialização em Neurociências, saúde mental e Formação em “Trainer”, além de palestrante e Mentoria Executiva.
JV: As pessoas tendem a olhar para quem colhe êxitos sem refletir sobre a longa história de construção da vida pessoal e profissional. Qual foi o processo de construção até para se tornar Psicanalista?
KF: Te confesso que não foi e nem é fácil, pois afinal de contas estou em atuação constante na busca de conhecimento para melhorar ainda mais no meu método de atendimento. Essa construção exige muita leitura, estudos, e prática. Tive que abdicar de estar mais próxima de minha família, perder eventos de amigos e familiares nos finais de semana, muitas noites dormindo tarde para estudar e construir meu sonho de atender mais pessoas e abrir meu espaço e dar aula em diversas instituições e cursos de formação em Psicanálise Clinica.
JV: A Busca da Felicidade é a principal jornada humana, estudada por quatro escolas filosóficas. Como a psicanálise trata essa busca em cada indivíduo?
KF: Muitas pessoas procuram a Psicanálise para compreender como podem ser felizes. Neste contexto, uma boa pergunta é: a felicidade seria entendida como a presença de prazeres que podem ser apenas imediatos, ou ser feliz é viver na ausência de sofrimento? Olhando pelo viés da Psicanálise a felicidade é a busca do que nos falta, é feliz quem obtém o prazer intenso e a ausência do sofrimento. Cada pessoa tem sua subjetividade na busca da felicidade e é olhando para esse sujeito que sente a falta de afeto, que não quer sofrer, que está na procura de preenchê-lo. Isto é felicidade dentro de um conceito psicanalítico.
JV: Além de sua obstinação pessoal para vencer há alguma pessoa ou pessoas que te inspiraram para perseguir a realização de seus objetivos e metas?
KF: Com certeza há. Tenho meus pais como exemplo, que na sua simplicidade de viver, realizaram o que podiam. Tenho minha irmã Keila, uma inspiração de força e luta.
Um outro marco na minha vida aconteceu quando li o livro “Obstinação – o lema dos que vencem”, justamente do autor que está me entrevistando. Ele foi um grande inspirador! Não só o livro, mas o próprio autor Judivan Vieira que conta sua história e tantos desafios para entrar na vitrine da vida. Foi meu professor de cursinho e um grande autor que, através da sua experiencia de vida e palavras transformadoras que mexeram profundamente na estrutura da minha mente, me fazendo questionar, me provocando a vencer. Pensei: Eu também posso! A partir dessa virada de chave, minha vida deu um 360 graus! Tornei-me uma pessoa obstinada a alcançar meus objetivos na luta diária sem desistir e, enfrentando os medos.
Quando veio a pandemia, comecei a fazer cursos online e outra grande pessoa inspiradora para mim, hoje é o mentor que me orientou e me inspirou a continuar nessa jornada do desenvolvimento humano e que me formou como Mentora em PNL, Eduardo Rocha. Existem outras pessoas, entretanto essas são minhas maiores inspirações que me motivam a fazer o que tem que ser feito e não desistir.
JV: Qual foi o período mais difícil em seu processo de construção até chegar a ser essa pessoa de êxito que hoje é? Alguma vez pensou em desistir?
KF: O período que enfrentei a morte da minha mãe e em ouro momento ter que abdicar de um tempo maior com meus filhos e meu esposo para estudar e viver a jornada de cursos e formações nos fins de semana. Pensei algumas vezes se eu estava no caminho certo, mas nunca pensei em desistir. Tive medo, mas uma convicção muito forte que a PNL ensina e que assimilei é que não existe fracasso e sim resultados. Se o resultado não foi o esperado, então que mudemos as estratégias sabendo que todos temos os recursos necessários para alcançar o que desejamos, bastando para isto ativá-los ou cria-los.
JV: O que te manteve firme no cumprimento de seus objetivos e metas e impediu de se render ante das adversidades da vida?
KF: Meus filhos! Eles são meus maiores motivadores quando os vejo me admirarem e por acreditarem no meu propósito em ajudar pessoas a transformarem suas vidas. Isto me mantém firme. Além do apoio incondicional que tenho do meu esposo, que sempre pergunta se o que estou fazendo está me deixando feliz e se é o que quero fazer, pois se estou feliz fazendo o que amo, isso que importa.
JV: Que importância você atribui ao planejamento, a traçar objetivos e metas para colher êxitos na vida?
KF: Planejar é fundamental para iniciar qualquer meta. Colocar em ação e dar o primeiro passo. Como diz Freud: O pensamento é o ensaio da ação. Portanto, você só colhe se fizer acontecer.
JV: Quais são seus principais projetos no momento e para médio e longo prazo?
KF: Estou no momento com a intenção de continuar com meus atendimentos clínicos, pois é no consultório que encontro uma realização pessoal mais profunda. Estou com projetos de mentorias coletivas e individuais em parceria com uma comunidade de mentores executivos e também, continuar com minhas aulas nos institutos de Psicanálise. Alguns workshop e palestras em PNL estão surgindo para o segundo semestre, especialmente para pais, alunos e professores, nas escolas públicas e particulares. Projeto, também, iniciar a escrita do meu livro, tendo por tema principal “Mecanismos de Defesa do Ego”.
JV: Erasmo de Roterdã, um dos mais influentes pedagogos do mundo, diz que conselho não se dá a quem não o pede. Sempre gostei de pedir conselhos a quem possui experiência e cujos êxitos estão expostos na vitrine da vida. Sendo assim, que conselhos você dá a quem está começando a construir a vida e sonha conquistar êxitos?
KF: Pode parecer clichê, mas o meu conselho é que não importa a idade, pois se você sonha construir algo, planeje e faça acontecer. Procure mentores, pessoas que já alcançaram êxitos para te ajudar. Pergunte: “COMO VOCÊ FEZ ISSO?” Modele essa pessoa, olhe para frente e não desista. Enfrentar o medo, mesmo com medo, fará de você um obstinado em vencer!
JV: Deseja fornecer seus contatos nas redes sociais?
KF: Com prazer!
Kennya.fernandes.psic (instagran)
kennyaatf@gmail.com
(61) 984377827