DR PAULA MEYER

ENERGIA SOLAR, CAPACIDADE INSTALADA E POTENCIAL DO ESTADO DO CEARÁ

A região Nordeste do Brasil é conhecida pelas belas praias, pelo povo acolhedor que tem e também pela perenidade dos dias ensolarados inclusive durante o verão brasileiro. Nessa época do ano, algumas regiões do país as elevadas temperaturas vem acompanhadas por dias chuvosos e nublados.

De fato, tais atributos atraem todos os anos milhares de turistas que buscam usufruir de dias agradáveis com a brisa batendo no rosto e o sol iluminando esses dias desde o amanhecer.

A natureza tem não somente ajudado a impulsionar o setor turístico como também vem estimulando outros setores da economia dentre eles da energia solar.

Apesar da participação da fonte solar na matriz energética brasileira ser baixa de 2,8%, o avanço ano a ano tem sido expressivo, em 2018 a geração era de 298 mil tep e em 2019 foi de 572 mil tep, um crescimento de 92,2% do uso dessa fonte de energia.

No Brasil, temos 8.010 MW de potência instalada de fonte solar, sendo 51% direcionada para a geração distribuída e 39% para usinas centralizadas.

O avanço do uso dessa fonte deve-se a inúmeros fatores: a existência de marco regulatório que estimula e ampara o usuário dessa fonte, a facilidade e o barateamento dos componentes necessários a montagem de projetos fotovoltaicos nos últimos 10 anos, a elevação acima da inflação das tarifas de energia elétrica em todo o território nacional e a ampliação de crédito para projetos fotovoltaicos.

A geração distribuída, conhecida como GD, é uma das responsáveis pelo avanço da solar no Brasil. A partir de 2012 vem ampliando seu espaço junto a toda a população brasileira. Atualmente são 391.181 sistemas conectados à rede, sendo que a participação de cada consumidor é distinta: residências (73,6%); comercial (16,6%), rural (7%), indústria (2,4%), serviço público (1%), iluminação pública (0,01%).

As fontes solar e eólica ocupam 53% da matriz elétrica do Ceará, sendo os restante, 47% gerado a partir de fontes fósseis. A expectativa é que nos próximos 4 anos essa composição entre eólica e sola e fontes fósseis fique em torno de 70% e 30% respectivamente.

No que diz respeito a instalação de potência, a cidade de Fortaleza (CE) ocupa o 6º lugar no ranking municipal com 41,5 MW. O estado do Ceará ocupa a 9ª posição no ranking nacional em potência instalada com 170,9 MW. O estado de minas Gerais, vem em 1º lugar com 887,1 MW de potência instalada.

O segmento de geração distribuída gera mais de 200 empregos por dia além de ser responsável pela geração total de 233 mil empregos diretos e indiretos. O estado do Ceará abarca mais de 500 empresas voltadas a instalação e comercialização de projetos fotovoltaicos.

Em 2020 mesmo em um período de pandemia, a GD no estado cresceu 143% comparado com o ano de 2019.

Em suma, o estado do Ceará congrega no curto prazo todas as vantagens competitivas necessárias para torna-se o celeiro das fontes renováveis de energia do país. Avante, Ceará !!!

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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