Direto de Sobradinho-DF.
Há muito para dizer sobre o período Helenista, sem a menor pretensão e arrogância de esgotar o tema.
O termo “Helenismo” é uma referência direta à deusa mitológica grega Helena, filha de Zeus e da rainha Leda. Helena, na linha do senso estético grego, era considerada a mulher mais linda do mundo, razão porque era disputada por inúmeros heróis gregos. Foi assim, com Teseu, Odisseu/Ulisses e, por fim com o Rei Menelau, irmão de Agamenon, cujo o túmulo tive o privilégio de visitar em minha primeira passagem pela Grécia.
Em meio há tantos adjetivos e superlativos que lhe são dados: a mais bela do mundo, a mais iinfluente, a mais disputada, creio que o termo “helenismo cultural” para simbolizar a universalização da cultura grega antiga pelo mundo, após a queda do Império de Alexandre, o Grande, foi absolutamente apropriada.
Para entender melhor um pouco da história grega, tenha em mente que pode dividi-la em três grandes períodos: o pré-clássico, o clássico e o helenismo.
O Helenismo, esse último período, a mim, lembra o capítulo final de um filme, uma novela ou uma série que amamos; que amamos tanto que desejamos não acabe jamais e que quando acaba ficamos sonhando com sua continuação. Algumas histórias não nos cativam assim?
Quando o imperador macedônio Alexandre Magno morre prematuramente em 323 a.C., seu vato império grego se desmorona, pouco após repartido o poder entre seus generais. A dinastia dos Pompeus e das Cleópatras é que ainda seguirá colocando os últimos gravetos na fogueira que iluminara a escura ignorância do mundo antigo, por meio da contribuição dada através da filosofia, da política e da estética, por exemplo.
Infelizmente, com a morte de Alexandre e o desmoronamento da cultura grega, novas forças tomariam conta do mundo e estas forças estavam ligadas à conservação e não à evolução; à codificação e à sistematização, cada movimento com seus prós e contras.
Thomas Giles diz que “Atenas permanece a cidade educacional do mundo”. Diz que Platão e Aristóteles fundaram bibliotecas em suas escolas, mas que a biblioteca de Alexandria, que fundada por Ptolomeu I em Alexandria teve, dentre todas a maior influência sobre o que sobrou dos séculos de experimentação grega, principalmente.
Fato inegável, todavia, é que a fundação da cidade egípcia de Alexandria (já no final do período clássico e início do helenismo) vai deslocar o eixo cultural grego para este novo centro que já abrigava quase 1 milhão de habitantes. É à partir de Alexandria e suas novas escolas que a educação e o ensino “aquecerão os motores” para a cultura voar pelo resto do mundo.
Em Alexandria, a dinastia dos Ptolomeus construirá uma espécie de centro cultural que tornar-se-a, segundo alguns historiadores, a maior instituição educacional do mundo antigo, sendo chamado Mouseion, ou, Lar das Musas.
O Mouseion, era mais ou menos como uma universidade de Harvard, possuindo internatos, residências e sobretudo, era lugar de encontro de sábios e pesquisadores gregos, que se interessavam pelos mais diferentes tipos de cultura do mundo.
O complexo do Mouseion tinha como menina de seus olhos a Biblioteca de Alexandria e desta saíam emissários que viajavam o mundo à procura de livros. Estes Faziam restauração de manuscritos, catalogação, edição, autenticavam a autoria. Este esforço despertará interesse na crítica de textos, na sistematização da Gramática e pela Filologia(que trata do estudo de textos literários e registros escritos, de sua autenticidade, originalidade e significado).
O Helenismo, portanto, foi um movimento cultural grego, transportado para o resto do mundo sobretudo pelo Império Romano que, dentre algumas virtudes que possuía, tinha como fundamento a admiração pela cultura alheia e pelas diferenças. Foi assim que ao invés de destruir a estética, a filosofia e o senso educacional grego, optou por imitá-lo. Há virtude em imitar algo bom?
Se deseja saber mais sobre educação e ensino nesse período em que o saber grego ilumina o mundo ocidental, leia os próximos artigos sobre o Helenismo.
Até breve e um grande abraço!
Micenas/Grécia.
Visita à tumba do herói grego Agamenon, irmão do Rei Menelau, o esposo de Helena de Tróia.