Direto de Brasília-DF.
Como vimos dizendo nos artigos anteriores, os Gregos, especialmente os atenienses, fizeram a maior e mais duradoura revolução no processo educacional e de ensino do mundo antigo e, de tão profunda, aquela revolução continua sendo a base de nosso sistema atual.
Primeiro reduziram a quantidade de símbolos de escrita de mais de 2000, criando um alfabeto com apenas 24 letras, já considerando a introdução das vogais que agregam beleza, musicalidade e ritmo à língua. Segundo, mesmo com tão poucos símbolos foram capazes de produzir os significados que nossas ideias desejem expressar. Até hoje, em tempos rápidos saltos evolucionistas na forma de pensar e de refletir a vida cientificamente, toda e qualquer ideia continua expressável à partir do reduzido alfabeto greco-latino.
Em terceiro lugar, os Gregos eliminaram a “verdade divina” como sendo a única verdade; em quarto plano universalizaram a escrita e a leitura como fundamento do conhecimento; em quinto lugar trataram de criar, sistematizar e difundir o método dialético crítico-lógico (a filosofia) como forma de levar os estudiosos a duvidarem sempre, ao invés de abraçarem verdades dogmáticas.
Que revolução na forma de conhecer a si e o mundo, não ?!? Mas, os Gregos não pararam por aí. Em sexto lugar tornaram obrigatória a leitura dos livros clássicos e, não menos importante que isto, trataram rapidamente de alterar a cultura vigente, para cultivar nos alunos uma mentalidade crítica em relação à política, à individualidade e ao igualitarismo em que cada um destes temas era tratado de forma tão isolada quanta vinculado ao outro.
Recapitulemos, portanto, as sete razões que em meu sentir fizeram dos gregos os maiores revolucionários do saber mundial antigo, cuja influência ainda está sendo estudada até hoje, com inúmeros códigos e ideias ainda por decifrar:
1º – Reduziram de mais de 2000 símbolos para um alfabeto com apenas 24 letras;
2º – Mesmo com tão poucos símbolos foram capazes de produzir os significados que nossas ideias desejem expressar;
3º – Adotam a ruptura com as tradições antigas e eliminaram a “verdade divina” como sendo a única verdade;
4º – Universalizaram a escrita e a leitura como programa de maior importância nas escolas;
5º – Trataram de criar, sistematizar e difundir o método dialético crítico-lógico (a filosofia) como forma de levar os estudiosos a duvidarem sempre, ao invés de abraçarem verdades dogmáticas;
6º – Tornaram obrigatória a leitura dos livros clássicos;
7 – Trataram rapidamente de alterar a cultura vigente, para cultivar nos alunos uma mentalidade crítica em relação à política, à individualidade e ao igualitarismo em que cada um destes temas era tratado de forma tão isolada quanta vinculado ao outro.
Há outras razões a serem listadas. Desejo que siga pesquisando a acrescendo a esta lista outras ações que revolucionaram a educação e o ensino na antiguidade, principalmente aquelas que perduram até nossos dias. Este, aliás, pode ser um trabalho que os professores que acompanham esta série de artigos pode incentivar em sala de aula.
De minha parte tenho por certo que foi esse “espírito” largo e abrangente e includente que inspirou o crescimento exponencial da mentalidade crítica grega e que estimulou tantos filósofos a pesquisarem simultaneamente em múltiplos campos do saber. O reflexo dessa evolução no “espírito” da Nação levaria Aristóteles a dizer “O ser se expressa por múltiplas formas…”.
Tenho convicção plena que podemos fazer uma revolução sustentável da educação e do ensino por meio do método lógico-crítico. Afinal, pensar a educação e ensino é pensar a valorização salarial dos profissionais do ensino, é pensar com cuidado na infraestrutura de prédios, salas de aula e em todos os consectários ligados a recursos materiais e humanos, mas enquanto não aprendermos e transmitirmos aos nossos alunos que é o amor ao conhecimento que altera a realidade, seguiremos crendo que decorar páginas de livros e ter certificados e diplomas constrói seres humanos melhores.
O segundo semestre letivo está começando em todo o Brasil. Mais de 60% dos profissionais de ensino voltam às escolas com medo da violência dos alunos, que voltam à escola como se o fim das férias decretasse a infelicidade de suas vidas pelos próximos meses de estudo que, mais encaram como sacrifício e tortura que prazer, salvo raras exceções.
O conhecimento é vivo! Ele sabe distinguir quem finge e quem realmente o ama e, mais que isto, há uma espécie de parceria ou convênio entre o conhecimento e dignidade social. Aqui vale cem por cento o imperativo categórico do filósofo prussiano Immanuel Kant, ou seja, ou seja, se você quer uma segunda coisa que depende da primeira, não pense que chegará a esta sem passar por aquela, como, aliás, já expliquei em episódios anteriores.
Até breve!