* Por Henrique Galvani
O agronegócio brasileiro é um dos mais sustentáveis do mundo. Recentemente, uma pesquisa mundial realizada pela consultoria McKinsey com mais de 5.500 agricultores posicionou o nosso país em primeiro lugar no ranking da categoria. A pesquisa também mostra que mais de 20% dos agricultores globais estão adotando ou dispostos a adotar insumos biológicos em sua produção nos próximos anos. Desta forma, o Brasil segue na liderança do uso de biológicos nas lavouras, com um crescimento de 15% ao ano, contra 9% de aumento no mercado mundial.
Na prática, insetos, fungos, vírus e bactérias, podem ser grandes aliados do produtor rural ao serem manuseados com estudo, planejamento e tecnologia. Esses ativos agem com o objetivo de eliminar pragas e possui baixo risco de agressão à saúde humana e ao meio ambiente, permitindo assim, a manutenção do equilíbrio do ecossistema em que são inseridos e o manejo sustentável de pragas e doenças.
Ao dispensar o uso de aditivos químicos empregamos uma estratégia inteligente ao monitoramento das pragas. A iniciativa é capaz de evitar a contaminação dos alimentos, reduzir o risco de poluição ambiental e manter a qualidade do solo. No ano passado, devido ao COVID e cenário de preços em alta para os fertilizantes e defensivos, o número de aprovações de produtos de base biológica para o controle de pragas e de doenças na agricultura subiu representativamente. De acordo com dados da Anvisa, em 2022 foram finalizadas as análises de um total de 157 pedidos deste tipo, representando um aumento de 70% em relação às solicitações concluídas em 2021.
O uso de insumos biológicos na produção é uma técnica secular, mas que vem ganhando cada vez mais força sendo impulsionado aos novos hábitos de consumo e a uma maior preocupação com a saúde e o meio ambiente. Outro ponto a ser observado é o perfil de alguns consumidores, que apresentam uma preferência por alimentos orgânicos. Os produtores que investem nessa modalidade além da possibilidade de melhores margens de lucros, devido ao maior valor agregado de seus produtos, também estão incentivando e adotando práticas ESG.
Segundo informações divulgadas pelo relatório da Research and Markets, a expectativa é que o segmento movimente US$ 18,5 bilhões no mundo até 2026, o que também abre portas para as startups do agronegócio (agtechs) que atuam com base em recursos biológicos. No final das contas, é uma técnica na qual todos saem ganhando. O planeta pode respirar mais aliviado e nós iremos aumentar a qualidade da cadeia alimentar.
*Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Paulista, Henrique Galvani éCOOe sócio-fundador da Arara Seed, primeira plataforma de investimentos coletivos do setor do Agronegócio. Com uma atuação de 10 anos no segmento, o executivo tem passagens por empresas como Grupo BLB Brasil e BL