Em 2020, o Brasil e o mundo enfrentaram a mais severa e grave crise sanitária ocasionada pelo alastramento do corona vírus, o COVID-19. Os primeiros casos de infecção no Brasil foram detectados em março de 2020 fazendo com que a população brasileira enfrentasse períodos de isolamento e de diminuição das atividades econômicas.
Diante da insegurança sanitária e do desconhecimento acerca das formas de contágio e gravidade, as pessoas se impuseram em uma mudança de hábitos e de rotina refletindo em várias áreas como educação, prestação de serviços.
O Brasil e vários países adotaram medidas de isolamento social imediato para conter o avanço da contaminação entre as pessoas. O isolamento social provocou outras mazelas como aumento da violência doméstica e consequentemente divórcios, reprovações e evasão escolar.
O setor elétrico brasileiro adotou uma série de medidas afim de resguardar o equilíbrio financeiro das distribuidoras de energia, garantir o suprimento de energia a toda a população brasileira. Tais medidas impuseram uma revisão da oferta futura de energia e a elaboração de um novo cronograma de leiloes de energia futuramente.
O advento da pandemia não somente reduziu o consumo de energia elétrica como afetou drasticamente a atividade econômica em outros setores da economia. O resultado foi a geração de excedentes de energia ofertados no mercado de energia e a queda nos preços. As distribuidoras por sua vez arcaram com todo o risco de mercado. A internalização de prejuízos futuros pressionou a adoção de medidas de auxilio pecuniário com a aprovação imediata de repasse de recursos a esse segmento do setor elétrico. (ACENDE BRASIL, 2020)
Ao longo da pandemia, o percentual de isolamento variou entre as unidades federativas. Em março de 2020 o país alcançou 60% de isolamento da população contra 39% ao final do ano de 2020. O relaxamento do percentual está diretamente relacionado as regras de abertura dos estabelecimentos comerciais, industriais na diferentes localidades do país.
No que tange ao consumo de energia eletrica percebe-se uma maior participação da classe de consumo de energia residencial de 29% a 35% durante o periodo de 2019 a 2020. A expansao dessa classe de consumo reforça os efeitos das medidas de isolamento social. uma parte da população conseguiu aderir ao trabalho homeoffice e muitas familias a adesão ao ensino on line passou a ser a realidade no cotidiano de pais e filhos. A classe de consumo de energia no país tem a prodominância do segmento industrial (164.803 MWh), residencial (147.123 MWh), comercial (83.006 MWh) e Outros (78.130MWh).(EPE, 2020)
Comparado com 2019, as classes sofreram variações em 2020, industrial (-1,8%), residencial (+3,7%), comercial (-9,6%) e Outros (-1,6%). a queda expressiva do segmento comercial é de certo modo esperado haja visto que foi um dos segmentos mais afetados com as medidas de isolamento social.(EPE, 2020)
Diante do exposto, 2021 retoma novos planos de contenção de alastramento do virus com o programa vacinal em curso. Apesar das variantes do vírus encontradas até o momento e o avanço rápido e letal do número de infectados e de mortes o consumo de energia previsto para 2021 pode se repetir como o ocorrido em 2020.
Talvez em 2021 as quedas sejam mais expressivas assim como a inadimplência com o fim do pagamento do auxílio-emergencial. Os ventos estão soprando fortes nesse início de ano e nos resta aguardar os efeitos da vacina e o controle da pandemia de modo que a atividade econõmica possa ser iniciada de forma continua e sustentada.