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CAPÍTULO 34: O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO. Episódio de hoje: Socialismo Fabiano…. O que é?

Direto de Brasília-DF.

Para entender melhor o Socialismo Fabiano principiemos por saber que o nome foi dado em homenagem ao general romano Quintus Fabius Maximus Verrucosus

Entre o fim do século II e início do III havia muita tensão com a imparável expansão do Império Romano. Um dos generais que se opunham a isto era Hannibal Barca, general fenício-cananeu da fortificada cidade de Cartago, na costa norte da África, próximo de onde hoje fica a Tunísia.

Pois bem, o General romano Quintus Fabius, provavelmente foi o criador das táticas de guerrilha, porque para enfrentar o exército de Hannibal Barca nas guerras púnicas (melhor aparelhado que o seu), Fabius resolveu ao invés de partir para o confronto direto com as tropas de seu inimigo, como era de costume, resolveu atacar e cortar os suprimentos do exército adversário e partir para enfrentamento direto somente em terrenos fáceis de se guerrear.

Essa estratégia de Quintus Fabius lhe rendeu o apelido de “o procrastinador”, mas também lhe rendeu vitórias nas segundas guerras púnicas.

Assim, um grupo de intelectuais ingleses, em 1884, fundou a Sociedade Fabiana com a ideia de “ir devagarinho”, “aos poucos” convencendo a sociedade britânica de que o Socialismo no estilo Fabiano (oposto ao marxista) era o caminho para reformar a convivência entre classes econômicas.

O Socialismo Fabiano durou somente seis décadas se opôs desde  o início ao Socialismo Marxistas. Não acreditava, por exemplo, na derrocada do Capitalismo, nem tampouco queria guerra entre classes. Caminhava mais no sentido de estabelecer uma sociedade cooperativa.

George Bernard Shaw, H. G. Well, Sidney Webb e Beatriz Webb, dentre outros foram líderes influentes. A tática a ser empregada por eles deveria ser o progresso contínuo com o máximo possível de aquisição dos meios de produção pela sociedade privada e  repartição dos ganhos, com base no cooperativismo entre os membros da sociedade.

Não se admitia no Socialismo Fabiano, a fase DOIS do Marxismo que é o Comunismo. Os Fabianistas queriam a propriedade privada, aceitavam o imperialismo britânico na Índia e onde mais se instalasse. Pregavam, entretanto, que deveria haver em cada lugar um esforço pelo progresso e uma retirada futura em que se deixasse condições para a sociedade local seguir se desenvolvendo.

Foi sobre os fundamentos do Socialismo Fabiano que o Partido Trabalhista foi fundado e sobrevive até hoje. Enquanto Marxistas diziam que o valor de um bem está diretamente ligado à quantidade empregada para produzi-lo, os Fabianistas diziam que o valor de um bem está vinculado a sua utilidade social.

O Socialismo Fabiano, apesar de não crer na derrocada do Capitalismo, apregoava que o grande defeito desta doutrina social residia nos privilégios exagerados concedidos aos donos de propriedades privadas. 

Eram o lucro excessivo, os investimentos e a renda excessiva dos capitalistas que deveriam ser combatidos de maneira lenta, mas gradual, a fim de que a sociedade socialistas pudessem atingir um nível suficiente de maturidade para compreender que a socialização das máquinas, da indústria, dos meios de produção e da repartição dos lucros pudesse desaguar em uma espécie de cooperativismo solidário entre todos.

 

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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