Direto de Brasília-DF.
Para entender melhor o Socialismo Fabiano principiemos por saber que o nome foi dado em homenagem ao general romano Quintus Fabius Maximus Verrucosus.
Entre o fim do século II e início do III havia muita tensão com a imparável expansão do Império Romano. Um dos generais que se opunham a isto era Hannibal Barca, general fenício-cananeu da fortificada cidade de Cartago, na costa norte da África, próximo de onde hoje fica a Tunísia.
Pois bem, o General romano Quintus Fabius, provavelmente foi o criador das táticas de guerrilha, porque para enfrentar o exército de Hannibal Barca nas guerras púnicas (melhor aparelhado que o seu), Fabius resolveu ao invés de partir para o confronto direto com as tropas de seu inimigo, como era de costume, resolveu atacar e cortar os suprimentos do exército adversário e partir para enfrentamento direto somente em terrenos fáceis de se guerrear.
Essa estratégia de Quintus Fabius lhe rendeu o apelido de “o procrastinador”, mas também lhe rendeu vitórias nas segundas guerras púnicas.
Assim, um grupo de intelectuais ingleses, em 1884, fundou a Sociedade Fabiana com a ideia de “ir devagarinho”, “aos poucos” convencendo a sociedade britânica de que o Socialismo no estilo Fabiano (oposto ao marxista) era o caminho para reformar a convivência entre classes econômicas.
O Socialismo Fabiano durou somente seis décadas se opôs desde o início ao Socialismo Marxistas. Não acreditava, por exemplo, na derrocada do Capitalismo, nem tampouco queria guerra entre classes. Caminhava mais no sentido de estabelecer uma sociedade cooperativa.
George Bernard Shaw, H. G. Well, Sidney Webb e Beatriz Webb, dentre outros foram líderes influentes. A tática a ser empregada por eles deveria ser o progresso contínuo com o máximo possível de aquisição dos meios de produção pela sociedade privada e repartição dos ganhos, com base no cooperativismo entre os membros da sociedade.
Não se admitia no Socialismo Fabiano, a fase DOIS do Marxismo que é o Comunismo. Os Fabianistas queriam a propriedade privada, aceitavam o imperialismo britânico na Índia e onde mais se instalasse. Pregavam, entretanto, que deveria haver em cada lugar um esforço pelo progresso e uma retirada futura em que se deixasse condições para a sociedade local seguir se desenvolvendo.
Foi sobre os fundamentos do Socialismo Fabiano que o Partido Trabalhista foi fundado e sobrevive até hoje. Enquanto Marxistas diziam que o valor de um bem está diretamente ligado à quantidade empregada para produzi-lo, os Fabianistas diziam que o valor de um bem está vinculado a sua utilidade social.
O Socialismo Fabiano, apesar de não crer na derrocada do Capitalismo, apregoava que o grande defeito desta doutrina social residia nos privilégios exagerados concedidos aos donos de propriedades privadas.
Eram o lucro excessivo, os investimentos e a renda excessiva dos capitalistas que deveriam ser combatidos de maneira lenta, mas gradual, a fim de que a sociedade socialistas pudessem atingir um nível suficiente de maturidade para compreender que a socialização das máquinas, da indústria, dos meios de produção e da repartição dos lucros pudesse desaguar em uma espécie de cooperativismo solidário entre todos.