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CAPÍTULO 28 – PARTE 1: O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO. Episódio de hoje: Comunismo, o filho “assassino” do Marxismo!

Direto de Miami-EUA.

Se o Socialismo é o primogênito do Marxismo cujo fim é a metamorfose, o Comunismo é o filho “assassino” o “serial killer” da família. O “serial killer” é autor de crime continuado e este ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os atos subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. Parece complicado? Vou explicar de outra forma.

O Comunismo nasceu como doutrina social para ser o braço armado do Socialismo. Por um momento deixe de lado a doutrinação que recebeu (se você puder) e atenha-se somente aos fatos. Entenda que o Comunismo não é uma doutrina evolucionária. Ela é revolucionária.

Não é evolucionária porque como expliquei no episódio passado, ela é dogmática, inflexível. É revolucionária porque para o Comunismo o fim a ser atingido é a instalação de uma ditadura dos trabalhadores, a custo, inclusive, de toda e qualquer vida que se oponha a este fim.

O cenário em que o Comunismo foi encenado como maior distinção foi a Rússia. Talvez porque da Europa do Século XIX que havia embarcado na Revolução Industrial e surfado na onda econômica liberalista, a Rússia Czarista (uma monarquia rígida e corrupta) era o país que permanecia marginal ao desenvolvimento e, portanto, dominado pela miséria sócio-econômica. Esse cenário permitiu a rápida e fácil absorção da teoria de outro paraíso na Terra, como pretende o Marxismo.

A oposição russa se dividiu em dois partidos, os mencheviques (minoria) e os bolqueviches (maioria liderada por Lenin) para a tomada do poder e instalação da ditadura dos trabalhadores. Quando se fala em ditadura pensa-se sempre em militares, mas entenda que o fim do Marxismo é a instalação de uma ditadura, apenas diferente da ditadura, porque a marxista é ditadura de esquerda. Ambas baseadas no culto à personalidade de alguém e na supressão das liberdades individuais e coletivas. Não se engane!

Assim, em 27 de fevereiro de 1917 a revolução comunista explodiu na Rússia, e em março o Czar Nicholas abdicou. Em novembro do mesmo ano Lenin já era o presidente. Em 1918 o trabalho foi declarado obrigatório para todas as pessoas fisicamente capazes. A Rússia seguiu em guerra civil até 1921. Como o Comunismo se mostrou imprestável para a transformação sócio-econômica imediata como apregoava Hegel e Marx, Lenin teve que voltar ao Capitalismo de Estado, alegando que precisava de um tempo para pacificar o país e promover desenvolvimento, antes do implante final do Comunismo.

Esse “leve” retrocesso deveria ter sido interpretado pelo povo russo como um sinal do desastre que seria o Comunismo, mais ou menos como os sinais que emitem os “seriais killers” antes de iniciarem suas matanças. Afinal, se para pacificar o país e promover desenvolvimento se lançava mão do Capitalismo de Estado, porque acreditar que a abolição ou substituição de tal fonte de progresso seria solução melhor?

Mas, o pior estava por vir. Em 1924 Lenin morreu e em seu lugar assumiu o poder um dos maiores genocidas, um dos piores monstros que já habitou o Planeta Terra. Seu nome? Josef Stalin!

Stalin de cara se desentendeu com Trotsky (que tinha sido o comandante do exército vermelho na revolução), o expulsou em 1929 da Rússia para não ter que dividir o poder e tempos depois o mandou matar (1940 no México), o que ocorreu com um golpe de picareta em seu crânio.

Mas, não pense que esse foi o ato mais cruel de Stalin. A wikipedia registras que “Para erradicar aqueles considerados “inimigos da classe trabalhadora“, instituiu o “Grande Expurgo“, no qual mais de um milhão de pessoas foram presas e pelo menos 700 mil executados entre 1934 e 1939”. Esses dados não devem ser cridos como absolutos, pois Stalin mandou matar e expurgar muito mais gente que os dados oficiais são capazes de contar e a Rússia capaz de revelar.

A Rússia alavancou sua guerra revolucionária e o Comunismo, invadindo país após país que lhe fazia fronteira (muito parecido com o que fez Hitler na segunda guerra mundial) até formar a URSS  – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, composta de 15 países que se viram forçados pelas armas a perderem sua identidade. Países tais como: Armênia, Azerbaijão, Bielorússia (hoje Belarus), Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Kirgiziya (hoje Quirguistão) Letônia, Lituânia, Moldávia (hoje Moldova), Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão, que após a falência histórica do Comunismo(1989/1990) voltaram a reclamar sua independência e identidade própria, o que incomoda a Rússia atual cujo desejo é novamente escravizá-los pela força das armas.

O culto ao Estado e seus governantes, o recrutamento obrigatório para formação da juventude comunista, o trabalho obrigatório para todos, o policiamento ideológico para que ninguém tivesse contato com o resto do mundo e seus usos e costumes, os privilégios para os membros do partido comunista em detrimento da precária condição de vida do povo. Essas são marcas históricas do Comunismo, onde quer que tenha sido instalado como doutrina social. Inclusive em Cuba, adorada pelos “comunistas” brasileiros, bebedores de champagne francesa e comedores de caviar russo.

Todavia, o Planejamento Plurianual foi algo bom que o regime sócio-econômico-religioso comunista criou, e isto não se pode negar porque é um fato. Os planos quinquenais de governo são inspiração para inúmeros países capitalistas. Os princípios de planejamento de Frederick Winslow Taylor já eram conhecidos desde o início do século XX e os 14 princípios de Henri Fayol eram conhecidos desde fins do Século XVIII, mas de fato foram assimilados e aplicados a planos e programas governamentais pela Rússia comunista.

Foi assim que sob o ponto de vista econômico o processo industrial da URSS passou a ser conduzido pelos “comissariados” (como uma espécie de supervisor) e departamentos indicados pelo Partido Comunista e conforme o plano econômico plurianual reformulado de cinco em cinco anos.

Continua no próximo episódio…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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