De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 40% da população brasileira sofre com o bruxismo. A condição é caracterizada pelo hábito de apertar ou ranger os dentes de forma involuntária ou pouco consciente, trazendo sérias consequências para a saúde de forma geral. O transtorno pode acontecer durante o dia, mas ocorre principalmente durante a noite, prejudicando a qualidade do sono.
Addler Cruz, odontólogo e tutor do curso de Odontologia da FPS, afirma que as causas do bruxismo ainda não são muito claras, pois diversos fatores podem desencadear o transtorno, mas, segundo ele, no bruxismo noturno existe uma relação com a baixa qualidade do sono. “Pesquisadores apontam também que condições psicossociais e comportamentais como estresse e ansiedade contribuem para o aparecimento dos eventos. Até fatores hereditários e genéticos são apontados”, acrescenta Addler.
Tutora de Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Rosângela Vieira também compartilha dessa ideia. A psicóloga afirma que o bruxismo tem relação com questões emocionais, pois as situações negativas vividas durante o dia acabam sendo refletidas no corpo: “pessoas que têm um alto grau de ansiedade, estresse e preocupação excessiva não conseguem reduzir os pensamentos acelerados à noite e projetam no corpo reações fisiológicas e comportamentais”, afirma.
Sinais – Os sintomas mais comuns são desgaste do esmalte dentário e da dentina (responsáveis pela proteção do dente), quebra de dentes ou próteses, sensibilidade e mobilidade dentária, dor facial (devido à força com que os músculos maxilares são pressionados), dor de cabeça e fadiga facial. Addler acrescenta que alguns pacientes apresentam desgastes e fraturas nos dentes e até mesmo redução na funcionalidade dos músculos da mastigação.
O tutor também deixa claro que o transtorno não tem uma cura específica e por isso o tratamento envolve a diminuição dos sintomas, como controle do trauma dental, minimização das dores e restabelecimento das possíveis funções reduzidas. “A inclusão de hábitos prazerosos na rotina e de terapias psicológicas são de grande valia, além da redução de sobrecarga sobre as estruturas faciais”, complementa. A psicóloga Rosângela Vieira também defende que é necessário reduzir a intensidade e a velocidade dos pensamentos, para promover a produção da melatonina, conhecida como hormônio do sono.
Bruxismo na infância X na vida adulta
Na infância, o fator psicológico tem uma maior influência, assim como hábitos orais considerados prejudiciais, como o uso de chupetas e mamadeiras. Esses costumes podem aumentar consideravelmente a probabilidade do aparecimento do bruxismo em crianças a partir dos 4 anos de idade. Além dos sintomas clássicos do bruxismo, as crianças também podem apresentar irritabilidade, devido às dores de cabeça.
Pela influência de questões psicológicas nas crianças, o tratamento necessita de apoio da psicoterapia. O tutor também considera importante tranquilizar os pequenos antes de dormir com técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração, músicas calmas, aromas terapêuticos ou a inclusão de terapias integrativas. O odontólogo cita outras maneiras de acalmar a criança na hora de dormir: “redução no uso de telas, principalmente à noite, atividades físicas regulares e prazerosas, diminuição da iluminação em ambientes de repouso e evitar o uso de alimentos estimulantes pelo menos 1 hora antes de dormir”.
Sobre a Odonto FPS – Com 30 consultórios que atendem de bebês a idosos, a clínica Odonto FPS funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, com consultas marcadas e pronto atendimento. O espaço realiza procedimentos odontológicos e auxilia no tratamento e prevenção de doenças, como o bruxismo. Informações e agendamentos pelo telefone (81) 3312-7777.