Aplicações são essenciais para conter o avanço da Ômicron e ajudar para que a doença se torne endêmica.
Com o aumento da variante Ômicron, o reforço da vacina contra a Covid-19 passou a ser crucial. Os especialistas apontam que o fim da pandemia requer precisamente a adesão das pessoas às novas doses do imunizante. A grande questão é ainda saber quantas aplicações serão precisas para que a doença passe a ser endêmica.
De acordo com o biomédico e presidente do Conselho Regional de Biomedicina 2ª Região (CRBM2), Dr. Djair Lima, as doses de reforços farão parte do nosso futuro. ‘’Sem as doses de reforço, é muito perigoso contrair a infecção e ter complicações. Quanto mais aplicações administradas, mais segura a população estará’’, explica.
Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, apontou que as aplicações de reforço foram eficientes contra a Covid-19 moderada e grave por aproximadamente dois meses após a terceira dose. Segundo a pesquisa, durante o período predominante da Ômicron, a efetividade apresentada contra os atendimentos de urgência e as hospitalizações foi de 87% e 91% respectivamente, durante 2 meses após a terceira dose, e diminuiu para 66% e 78% no quarto mês.
Para o presidente do CRBM2, Dr. Djair Lima, é possível que as aplicações de reforço contra a Covid-19, sejam aplicadas a cada quatro ou seis meses. Isso possibilitará que a doença passe a ser endêmica. ‘’ Quando tomamos a vacina, produzimos anticorpos e células de defesa que que ajudam a neutralizar a ação do vírus e diminuir a gravidade da doença. Porém ainda não sabemos precisar quantas doses serão necessárias. Provavelmente os reforços serão feitos periodicamente’’, conta.
Há limite para aplicações?
Ainda de acordo com Djair Lima, ainda não se sabe se haverá uma limitação para as doses de reforço. “Tudo leva a acreditar que uma dose de reforço contra a Covid-19 será precisa a cada quatro ou seis meses, até que a gente tenha uma noção melhor de como estará a situação mundial em relação ao vírus. Imaginar um “novo normal” depende da continuação da imunização. Além da proteção individual, as doses de reforço aliviam o sistema de saúde e diminuem o risco de surgimento de novas variantes’’, enfatiza.
Sempre que uma nova variante com alta taxa de transmissão aparecer, haverá preocupação sobre a necessidade de outras doses. Segundo o especialista, prever futuros cenários é mais complicado, pois tudo depende da evolução do vírus enquanto estiver circulando.
‘Não está descartada a possibilidade de que formulações específicas ainda tenham de ser produzidas, pois cada variante é uma caixinha de surpresas. Por isso, só é possível evitar isso se tivermos grandes coberturas vacinais por todo o mundo”, finaliza.