Direto de Brasília, DF
Hoje o mundo se vê tomada pela triste e deplorável surpresa da morte de Kateryna Diachenko, ginasta de 11 anos, que morreu após sua casa ser violentamente dilacerada por um míssil envido por Vladimir Vladimirovitch Putin, o Presidente da Rússia.
Imagino, agora, o povo, o exército e o presidente Putin comemorando a morte de Kateryna Diachenko, que será lembrada e sua morte lamentada por alguns dias pelo resto do mundo. A questão é que ou imaginamos essa cena, ou admitimos nossa completa hipocrisia social.
É uma balela, uma falácia, uma mentira quem bombardeia uma vila ou um país vir a público por seus porta-vozes e dizer que não queria machucar ou matar civis!
O fim da guerra é matar o “inimigo” seja ele civil ou militar; é destruir os arsenais do “inimigo” civil ou militar; é cortar as comunicações do “inimigo” civil ou militar; é cortar o suprimento de alimentos do “inimigo” civil ou militar, objetificando completamente o ser humano, transformando-o em meio a ser destruído em nome de um fim, que é o poder, a conquista do território vencido, para nele, algum estúpido presidente, exército, religioso, sheik ou outra espécie de ditador fazer “xixi”e marcar o território como fazem animais comandados por instinto e pouquíssimo raciocínio
Vivemos em um mundo hipócrita em que as propagandas, redes de TV, intervalos de “Superbowl”, “Champions League”, Libertadores da América e outros espetáculos veiculam propagandas defendendo “igualdade de gênero”, incentivo a que mulheres denunciem as múltiplas agressões que sofrem dos homens machistas que dominam a sociedade, proteção ao meio ambiente e “ÀS NOSSAS CRIANÇAS”, que no discurso representam o futuro de nossas nações.
Em simultâneo, analistas políticos vêm às bancadas de programas de TV e outras mídias discutir quem está vencendo e quem está perdendo na guerra Russia X Ucrânica, como se estivéssemos diante de um jogo de videogame.
Pior, ainda, é ver que comunistas e socialistas se melindram quando quem odeia comunismo e socialismo preparatório do comunismo diz que a ideologia cega é o alimento dos ignorantes, dos psicopatas ao nível 1, 2 e 3 (estes últimos, capazes de assassinatos seriais e genocídios).
Não importa se com ou sem diploma, o fato é que inúmeros ditos “intelectuais” brasileiros e do mundo apoiam a guerra e a matança generalizada, tentando esconder que o que justifica o “vencedor” em uma guerra, é matar e destruir indiscriminadamente o “inimigo”.
Mas, que “inimigo” é esse chamado Kateryna Diachenko, uma das centenas de meninas e de meninos que mal terminaram a infância e jamais atingirão a vida adulta?
Que “inimigo” é esse constituído de mulheres grávidas que têm suas casas destruídas por mísseis balísticos e intercontinentais, essas coisas grandiosas que matam mulheres, homens e crianças em seus países, tentando vender seus legumes e verduras em feiras municipais, estudar em suas escolas para construir algum futuro com um pouco de dignidade econômica e social?
Será a guerra uma licença para matar que nossa hipocrisia sanciona, legaliza e oficializa? E, porque após as matanças fazemos discursos bonitos, regados às tradicionais piadinhas infames que divertem auditórios compostos por gente estúpida que não dá conta de falar de coisas sérias neste mundo de imbecis tornados sub-celebridades e presidentes de hordas de idiotas?
Quem estudou ou lembra do mínimo das aulas de história universal sabe que a arrogância, a sede e fome de poder da Rússia eclodiu na Revolução Bolchevique de 1917, com outro Vladimir, o Lenin. Este iniciou a construção do império da URSS, com Leon Trostky, que foi assassinado com machadadas nas costas a mando de seu melhor amigo comunista, Josep Stalin, que, por sua vez comandou com seus exércitos a invasão e escravização de 15 Nações, para formar o império da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Acredite-me, a Rússia não vai descansar enquanto não voltar a invadir aquelas mesmas 15 Nações!
Outro dia escrevi sobre as misérias do comunismo e um professor esquerdista de universidade me interpelou dizendo que o capitalismo também tem suas mazelas. Óbvio que tem, mas, porque tornar um fato negativo numa discussão para provar quem tem o melhor discurso, enquanto fatos deploráveis batem em nossa porta? Isto é típico dos sofistas eristas, para os quais o que importava era ganhar a discussão independente de sua futilidade ou profundidade.
É rasa a percepção de quem quer discutir qual ideologia está mais certa em matar, roubar e destruir a liberdade e individualidade alheia. É superficial a fala de qualquer pessoa, seja na ONU, na roda de “butiquim”, ou sala de aula, que fala de proteção ao meio ambiente como meio de proteção à vida de seres humanos, assim como quem prega humanismo e justifica violência e genocídio em nome de qualquer que seja a ideologia.
Dizem alguns religiosos que quando a BESTA, representante de Satanás, vier à Terra marcará a testa de seus adoradores com o número 666. Talvez ela pare e pense que escrever tal número represente muito menos que mandar tatuar a inscrição: HIPÓCRITAS!
Fato é que viver discursando sobre proteção ao meio ambiente, proteção aos animais, às mulheres, às crianças e aceitar que genocidas como Putin e outros matem crianças, mulheres, mulheres grávidas e demais inocentes é permitir à hipocrisia se vestir de gala e entrar pelo tapete vermelho no baile de máscaras em que vivemos.