Sidelcy Ludovico

A moda e sua contribuição para o surgimento do Dia Internacional da Mulher

Nesta segunda-feira (8) comemora-se o Dia Internacional da Mulher data que diferente de outras datas comemorativas não foi criada pelo comércio apesar de ter ganhado aspecto comercial em muitos lugares, mas sim para nos lembrarmos de acontecimentos históricos importantes sobre a luta das mulheres.

Mas o que a moda tem a ver com o Dia Internacional da Mulher? A moda tem tudo a ver com esse dia. Isso porque a origem do Dia Internacional da Mulher tem explicações históricas e nos remete à reivindicação de milhares de mulheres para que houvesse um momento dedicado às suas causas dentro do movimento dos trabalhadores nas fábricas têxteis.

Tudo começou segundo os historiadores em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país e foi celebrado o primeiro Dia Nacional da Mulher norte-americana.

Ocorre que no ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro de 1909, com um novo protesto realizado em novembro de 1909, que reuniu para alguns mais de 3 mil pessoas para outros 15 mil mulheres, no centro de Nova York, e que culminou em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

Com essas manifestações as mulheres também protestavam contra longas jornadas de trabalho, de aproximadamente 15 horas diárias, salários medíocres e reivindicavam melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas têxteis naquele período.

Naquela época na Europa também crescia o movimento de mulheres nas fábricas, entre elas as indústrias têxteis, e em agosto de 1910 durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos das mulheres foi aprovada por mais de 100 representantes de 17 países com a finalidade de honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o voto feminino em diversas nações.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) fez eclodir mais protestos em todo o mundo, mas no dia 8 de março de 1917, segundo o calendário Gregoriano, por nós utilizado, e 23 de fevereiro de acordo com o calendário Juliano, adotado pela Rússia até então, aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, contra as más condições de trabalho, contra a fome e contra a participação russa na guerra, protesto que ficou conhecido como “Pão e Paz”.

Entretanto, somente 20 anos depois desse episódio a Organização das Nações Unidas (ONU), assinou o primeiro acordo internacional, em 1945, que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres.

Na década de 1960 o movimento feminista ganhou corpo sendo o Dia Internacional da Mulher como o conhecemos atualmente oficializado apenas em 1975, ano em que a Organizações das Nações Unidas (ONU) o intitulou de Ano Internacional da Mulher, para nos lembrarmos das conquistas políticas e sociais das mulheres.

Contudo, em nosso país relacionamos o Dia Internacional da Mulher ao incêndio ocorrido no dia 25 de março de 1911, em Nova York, nos Estados Unidos, na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens, e que trouxe à tona as más condições enfrentadas pelas mulheres nas indústrias têxteis.

Por aqui as movimentações em prol dos direitos das mulheres surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida e ganhou força com o movimento pelo voto feminino, nas décadas de 20 e 30, conquistado em 1932.

Em vários países o dia 8 de março é considerado feriado nacional, como na Rússia, onde as vendas de flores crescem nos dias que antecedem essa data, posto que os homens presenteiam as mulheres com elas nessa ocasião, e na China, na qual as mulheres chegam a ter metade do dia de folga, conforme recomendação do governo, apesar de nem todas as empresas aderirem a essa prática.

Atualmente, o Dia Internacional da Mulher torna-se cada vez mais lembrado como um dia para reivindicar igualdade de gênero e de protestos ao redor do mundo aproximando-o de sua origem histórica na luta das mulheres que trabalhavam em fábricas têxteis nos Estados Unidos e em alguns países europeus.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Imperatriz das Imperatrizes

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