Direto de Brasília-DF.
Naquele Egito, o Egito antigo sobre o qual vimos escrevendo, a arqueologia descobriu indícios da existência de escolas de estudos superiores nas cidades de Mênfis (a primeira capital do país), Tebas (onde fica a atual cidade de Luxor e o esplendoroso Vale dos Reis).
Os estudos nessas cidades e em Heliópolis (que hoje não passa de restos de esplendor devorado pela pobreza dos subúrbios do Cairo) se estendiam à poesia, música, astronomia, aritmética, agrimensura e geometria.
Estudava-se, ainda, a Arquitetura e a Medicina em colégios sacerdotais de altos-estudos de especialização. A medicina era tão sofisticada em certos aspectos, que até hoje não se sabe como os egípicios foram capazes de dominar tão nobre ciência e com tamanha profundidade. Um exemplo típico do que estamos falando é a mumificação de corpos, ainda hoje não totalmente decifrada…
No caso da Arquitetura e da Engenharia, sem os altos-estudos provavelmente não estaríamos admirando aquelas construções do Egito Antigo, que nada têm a ver com o Egito Atual.
Para finalizar este episódio penso ser importante recapitular que o sistema de educação já englobava as sete leis do ensino: o Professor, o aluno, a linguagem, a lição, o processo de ensino, o processo de aprendizagem e, em alguma medida, a recapitulação, sendo que em cada aluno eram inculcadas as cinco virtudes que veremos abaixo:
1ª – Obediência (A mais importante de todas as virtudes. Neste tempo o ditado corrente era: “O aluno tem costas e ouve quando nela se bate”);
2ª – Silêncio (Quando o Professor fala o aluno escuta e quando não há professor por perto, o aluno medita);
3ª – Diligência (Uma pessoa diligente antecipa-se ao futuro. Não estuda para o dia em que será testado e sim para os testes que a vida impõe);
4ª – Abstinência (Este era um aspecto religioso para quem queria se consagrar ao sacerdócio); e
5ª – Reverência (Respeito com a tradição dos antepassados).
Os tempos mudaram? Claro que sim! A única constância do universo é a mudança. Todavia, há aspectos que seguem se repetindo.
Por exemplo: As instruções às escolas daquela época era para que conservassem as tradições e se mantivessem fieis ao ensino do que era útil ao Império. Por outro lado, as instruções dadas aos alunos objetivava capacitá-los para a promoção socioeconômica. Neste aspecto seguimos repetindo a fórmula, com poucas alterações.
Esse processo educativo egípcio durou mais de 3.000 anos e só viria a sofrer modificações com a tradição grega, sobre a qual escreveremos resumidamente no próximo episódio.
Até breve!