DR PAULA MEYER

A AGENDA CLIMÁTICA PEDE URGÊNCIA

Em 2021, a reunião para discutir o futuro do planeta e as questões climáticas em Glasgow marcou a consolidação de novos acordos e promessas que visem arrefecer as emissões de gases de efeito estufa.

A COP 26 endossa a necessidade de regulamentar sob a forma de um acordo político geral com os países, a sociedade, o setor privado a importância em adequar-se a uma nova realidade climática que requer investimentos em tecnologias que promovam uma redução das emissões desses gases (GEE).

O acordo assinado parte da métrica de reduzir em 1,5oC  nessa década a temperatura global do planeta. Essa meta se alcança com o ajuste das cadeias produtivas locais, revisão da matriz energética com o aumento da participação das fontes renováveis e adoção de medidas poupadoras de consumo de energia. Trata-se efetivamente do processo de descarbonização na íntegra.  O princípio ativo de alcançar essa meta ocorre com a redução das metas de emissões de gases de efeito estufa.

Na ocasião, foram assinadas declarações voluntárias vinculadas a diferentes tópicos: florestas, metano, inovação tecnológica, carvão. O Brasil como sendo um dos países que ocupam posição de destaque no segmento da agricultura, a discussão desses tópicos é de exterma relevância. O país possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo e as emissões de gás metano são consideráveis. O gás metano tem um impacto poluidor na atmosfera 80 vezes comparativamente ao CO2.

A reunião em Glasgow teve momentos emblemáticos marcados por assinatura de acordos bilaterais como foi o caso dos Estados Unidos e China. Foi firmado um acordo de redução de uso de carvão na matriz produtiva e energética de ambos os países. A Índia por sua vez não consegue cumprir essa “promessa” haja visto que um contingente grande da população utiliza esse insumo para aquecer seus lares e para cozinhar. Cerca de 700 milhões de habitantes dependem não somente de carvão como outros insumos energéticos (esterco, resíduos de madeira, etc). A promessa indiana em reduzir o uso ficou para 2070.

As ações para mitigar as mudanças climáticas em curso são urgentes. É necessário adotar estratégias  no momento atual de tal modo que gerem efeitos no nível de emissões nas próximas décadas. O Brasil, apesar de detentor de uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, o desmatamento da Amazônia foi tema discutido em Glasgow.

É necessário que o país endosse tal urgência e atue como tal. O Plano Decenal de Energia 2050, precisa prevê essa demanda de transição energética e a adequação nas cadeias produtivas são essenciais para que não fiquemos fora desse movimento de descarbonização.

Temos uma extensa frota de veículos que transportam carga em todo o país, é importante traçar um plano de longo prazo que atraia investimentos para a redução das emissões do setor de transporte, responsáveis por 1/3 da emissão de gases no país.

É importante discutir com a sociedade e com os agentes envolvidos os próximos passos de tal modo que o Brasil não perca o bonde de mudanças que já estão em curso nos Estados Unidos, Europa, China e demais países. A agenda climática é para ontem. A descarbonização dos processos produtivos é urgente, as mudanças climáticas no planeta estão aí e o meio ambiente está respondendo a altura os efeitos perversos das ações do homem no cotidiano.

A agenda climática pede urgência e é preciso agir. Avante Brasil !!!!

 

Sobre o autor

Paula Meyer Soares

Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas.
Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas.
A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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