#ÉPERNAMBUCOEMFOCO

A História da Educação. Primeira lei do ensino: O Professor (Parte 1).

Direto de Brasília-DF.

O vocábulo “lei” é polissêmico, ou seja, possui vários sentidos. Podemos usar a palavra para fazer perguntas variadas como: Qual a lei neste lugar? Quais as leis da vida? Que lei rege o povo? Quais são as leis do jogo? Quais as leis de Deus? Quais as leis da “casa”?

Lei, então, pode significar: costumes, princípios, regras, normas, mandamentos, credo, crença, um determinado sistema ou ordem que governa pessoas ou mesmo a natureza.

Por exemplo, se pergunto: Quais as principais leis da Física? Alguém poderia responder: Não sei todas, mas há três importantíssimas que são: “Princípio da Inércia” ou Primeira Lei de Newton, a  “Força” ou Segunda Lei de Newton e “Princípio da Ação e Reação” ou Terceira Lei de Newton.

A Primeira Lei de Newton, também chamada de Princípio da Inércia diz que “todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele.”

Esse princípio também é aplicável à conduta humana! Considere conduta como toda ação ou omissão consciente e livre, dirigida a um determinado fim.

Você não vai mudar de direção sem que obrigue a si mesmo e siga por outro caminho! Albert Einstein dizia com propriedade que não se colhe resultados diferentes, fazendo-se sempre a mesma coisa.

Na história da Educação, as famílias e o Estado têm esperado que os Professores sejam essa a “Força” a obrigar filhos e cidadãos em outra direção, razão porque, equivocadamente, transferem a responsabilidade de educá-los, sem oferecer-lhes a infraestrutura devida e, pior ainda, retirando-lhes a autoridade que outrora tinham para discipliná-los.

A Segunda Lei de Newton, também chamada “Força”, diz que “a mudança do movimento é proporcional à força matriz impressa, e se faz segundo a linha reta pela qual se imprime essa força.”

Um carro quando bate no outro faz o deslocamento ser proporcional à força da pancada impressa. Seguindo a analogia, penso ser possível comparar e dizer que na História da Educação as famílias e o Estado esperam que a “força matriz” do deslocamento dos alunos seja o Professor, razão porque equivocadamente têm transferido a responsabilidade pela educação de seus filos e cidadãos, sem dar-lhes a infraestrutura devida e, pior ainda, retirando-lhes a autoridade que outrora tinham para disciplinar os alunos, os quais foram transformados em seres intocáveis, com todos os Direitos, mas com um mínimo de Responsabilidades por sua conduta.

A Terceira Lei de Newton, também chamada de Princípio da Ação e Reação diz que “a uma ação, sempre se opõe uma reação igual, ou seja, as ações de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e se dirigem a partes contrárias.”

Esta terceira lei (causalismo) da ação e reação, rege a crença da esmagadora maioria de seres conhecidos na Via Láctea e possui derivativos como “lei do plantio”, que o bom e sábio “roceiro” adaptou para dizer que o ser humano colhe o que planta.

A terceira lei de Newton também é aplicável à História da Educação, porque à ação das Famílias e do Estado de não educarem ou educarem mal seus filhos e cidadãos, corresponde uma reação, ou seja, filhos e cidadãos não educados ou mal educados que se transformam nos indivíduos e multidões que formam nossa sociedade. Políticos sem ou mal educados, torcidas de futebol e outros desportos sem educação ou mal educadas e inúmeros outros grupos sociais que parecem não ter alma no corpo que as carrega, razão pela qual o respeito pela vida própria e alheia se reduz a quase nada.

Entenda-se que toda História possui suas “luminosidades e sombras”, como diz o escritor e historiador português, Antonio Manuel Hespanha. Portanto, não há nem haverá perfeição em sistema algum criado pelo ser humano. Mas, salvo raras exceções, há e sempre haverá para o ser humano consciente e livre, a possibilidade de escolher a conduta capaz de, ao menos, minimizar as mazelas de nosso derredor.

Na História da Educação, este “Ser” consciente e livre é que decide por meio de sua conduta o resultado a ser produzido, como na Terceira Lei de Newton em que uma ação produz uma ou mais reações. Este principio da responsabilidade individual faz toda a diferença para o processo educativo e para a vida.

 

Continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *